"Este é o meu consolo no meu sofrimento:
A tua promessa dá-me vida."
Salmos 119:50{♡}
A chuva aumentou gradativamente. Já estou completamente encharcada, sinto o meu coração acelerar cada vez mais e mais, parece que a qualquer momento ele irá sair pela minha boca. A minha cabeça está pesada, está doendo muito e tudo está girando.Essa dor. Essa maldita dor que não quer sair de mim!
Olho para as minhas mãos, elas estão trêmulas. Paro de correr olho para os lados, não sei nem onde eu estou. A falta de ar surge dentro de mim fazendo eu me desesperar ainda mais.
Não! Não! Não!
Esse sentimento de novo não, de culpa, insegurança.. parece que algo muito ruim irá acontecer comigo, agora eu não sei se fico contente com isso ou entro em pânico. Expiro e inspiro, tento respirar normalmente mas não está funcionando dessa vez.
Atravesso a rua correndo, ouço uma buzina muito alta e uma luz forte em meu rosto.
- AAAHH! - Tropeço e caio no chão antes mesmo do carro passar por cima de mim.
- Tenha mais cuidado garota! - O homem grita de dentro do carro buzinando repetidas vezes.
- Desculpa, desculpa! - Me levanto e saio correndo.
Chega! Chega! Chega!
Chega disso! Eu estou cheia, eu já tive o suficiente. Já sofri o suficiente, eu preciso tirar essa dor. Eu preciso matar ela! Eu preciso!
Eu só não quero ficar mais aqui.
Eu não quero ir para escola amanhã.
Eu não quero acordar.
Eu não quero respirar.
Eu não quero mais estar viva!
Eu sei que tenho que morrer... Eu preciso morrer!
Me sento na calçada, as pessoas passam do meu lado e me olham sem entender, algumas preocupadas, outras com medo e a maioria com raiva. Mas sabe o que todas tem em comum?
Ninguém tem amor o suficiente para tentar ajudar.
O ser humano tem tanta falta de empatia! Não sei onde cabe tanta hipocrisia!
Coloco as minhas mãos em meu cabelo e puxo com toda a minha força. Olho para a minha mão que já está cheia de tufos de cabelo.
Isso não está sendo mais suficiente!Jogo o cabelo no chão e olho novamente para as minhas mãos, estão tão geladas e trêmulas. Fecho elas e me levanto.
Olho ao meu redor novamente, eu nem sei mais o que achar das pessoas, do mundo e de mim mesma. Nunca pensei em me ver nessa situação, nunca pensei que estaria tão destruída assim.
Corro o mais rápido que eu posso, corro até a ponte principal de Boston.
Me seguro e consigo subir. Olho para baixo, vejo o grande mar. O vento bate em meu rosto, fecho os meus olhos e me sinto abraçada pelos e os pingos da chuva.
É isso o que eu devo fazer, é isso que eu preciso fazer!
Sorrio.
Minha mão está tremendo tanto que eu mal consigo me segurar.
Parece que tem algo segurando o meu pescoço, a falta de ar só está aumentando junto com o medo, pavor e desespero.
Eu não queria que fosse assim, eu não queria que acabasse desse jeito.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Entre o Céu e o Mar
Espiritual- Estou bastante acostumada a estar só, mesmo junto dos outros. - Alexis não tem muitos amigos, pois prefere ficar sozinha do que no meio de gente vazia. Sofre de depressão e ansiedade, e isso está a levando cada vez mais para o fundo do poço. Alexi...