21.

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Olivia

Mexo-me levemente, despertando. Parecia ter levado uma tareia tão intensa que até pestanejar se tornava doloroso. Toda a energia tinha sido sugada do meu corpo.
Puxei levemente o meu corpo para cima e olhei em redor. A camisola do Christian estava sobre a poltrona do fundo, como habitual, e o seu casaco estava por baixo.
- Christian? - chamo num volume suficientemente alto pra que ele me ouvisse. Em segundos, ele apareceu na entrada do quarto. Aproximou-se calmamente de mim, sentando-se ao meu lado.
- Então? - sorriu levemente. - Como te sentes?
- Não muito bem. - suspiro baixo.
- Olivia, eu acho que devias ir ao médico. Não é normal o que se está a passar.
- Eu ando só nervosa... é muito para assimilar. Tu sabes que eu não lido bem com estas coisas.
- Sim, eu sei. Mas foram demasiados enjoos num dia, não achas?
- Acho que estou demasiado carregada. E tu? Como estás?
- Melhor agora que acordaste. Tenho estado a tentar cozinhar, mas não sou muito bom nisso. Sandes?
- Sandes. - sorri levemente.
- Boa. Eu vou meter num tabuleiro e comemos aqui.
Assenti. Ele saiu. Levantei-me e fui rapidamente à casa de banho. Sai pouco depois voltando ao meu lugar. Quando ele regressou, jantámos, ou algo parecido.
- Vais ficar aqui? - olho-o sobre o copo de sumo.
- Não sei se te devo deixar sozinha depois dessas indisposições todas. Eu estive a pensar sobre isso...
- Eu não estou grávida, Christian. - corto a conversa, pousando o copo.
- Como podes estar tão certa disso?
- Se eu estivesse, eu iria saber. Ouve, eu não estou bem. Está tudo a acontecer ao mesmo tempo e eu não consigo digerir tudo ao mesmo tempo. Parece que qualquer coisa me enerva, ando sempre exaltada com tudo. - passo a mão pela cara.
- Tens que te acalmar. Eu sei que falar é fácil, mas as coisas estão feitas. Eu tenho consciência de que sou o causador de tudo isto, ninguém está mais arrependido do que eu. Mas tu conheces-me Olivia, tu sabes que magoar-te é a última coisa que quero. Não suporto essa ideia. E nestes dias, não tenho feito nada sem ser magoar-te. E pela milésima vez, desculpa-me. Por tudo.

Olho-o e dou uma leve assentida, à qual ele respondeu, arqueando um pequeno sorriso. Ajudei-o a levantar a louça e colocámos tudo dentro da máquina de lavar.
Por muito que dormisse, parecia que o cansaço vivia em mim. Passei-lhe as suas coisas e fui para o quarto. Concordámos que ele ficaria mas no quarto de hóspedes. Se eu precisasse, bastava chamar.
Vesti o pijama e deitei-me, fixando o meu olhar na janela até cair no sono minutos mais tarde.

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