Hermione Granger - 1997.
Hermione nunca havia gostado do largo Grimmauld número doze. Não sabia exatamente o por quê. Talvez pelo fato de que aquela casa havia pertencido à pessoas que fizeram muito mal à nascidos trouxas.
À ela.
Ela, Ron e Harry estavam escondidos na antiga sede da Ordem da Fênix, pensando no que fazer agora que Voldemort e seus Comensais da Morte haviam tomado o poder do Ministério, e agora que os três haviam fugido do casamento de Bill e Fleur juntos.
Hermione estava apavorada, mas tentava parecer forte pelos seus amigos.
Por Harry. Por Ron. Pelos Weasley.
Ela acordou e entrou em desespero: Harry não estava ao seu lado, no saco de dormir em que havia se deitado na noite passada. Diferente de Harry, Ron roncava feito um porco.
"Ron!" ela disse, desesperada, e quando ele apenas resmungou palavras que ela não foi capaz de entender, a garota começou a sacudi-lo. "Ron, é o Harry! Ele não está aqui!"
Ron acordou em um salto, e, juntos, ele e Hermione saíram pela casa à procura de Harry.
Eles o acharam no quarto de Regulus Black, irmão mais novo do falecido padrinho de Harry, Sirius. Ele procurava por algo.
Harry pediu-lhes ajuda e disse que após a narrativa de Monstro no dia anterior, ele estava desesperado para encontrar o colar, uma das Horcruxes de Voldemort. Achava que podia estar no quarto de Regulus, então Ron e Hermione reviraram o quarto com o amigo, à procura de algo.
Ron e Harry desceram para tomar o café da manhã preparado por Monstro, concluindo que não achariam nada no quarto.
Hermione se aproximou da parede onde havia o brasão da Sonserina colado, juntamente com uma foto do time de Quadribol da casa. Regulus era o apanhador.
A garota deu algumas voltas pelo quarto, não querendo dar-se por vencida por um colar estúpido. Ela abriu o armário do quarto e encontrou uma das coisas mais improváveis que um Comensal da Morte poderia guardar.
Havia uma câmera, guardada sozinha em uma prateleira. Hermione pode ver as inicias "H.J" escritas no objeto de caneta permanente preta. As iniciais não lhe eram estranhas.
Hermione tirou a câmera da estante com cuidado. Abriu, com a mesma delicadeza, o local onde se colocavam os filmes para tirar fotos e se assustou: onde deveria haver um filme para fotografias, havia uma carta escrita à mão. O bilhete caiu no chão, e Hermione se abaixou para pega-lo.
Ela sentou-se na cama, pronta para ler a carta. Colocou a câmera ao seu lado para o objeto não correr risco de cair. A duvida se deveria realmente ler o que estava escrito inundou-a, mas ela logo deu de ombros e abriu o papel. O que mais de ruim poderia acontecer?
A caligrafia era forte e delicada.
Héstia; Hesttie.
Existem poucas coisas no mundo que são mais maravilhosas do que o seu nome.
Sinto que lhe devia uma explicação; mas, me conhecendo como você me conhece, sei que saberá o que estou fazendo e o motivo disto.
Eu não fui o homem (garoto) que gostaria de ser, e você sabe disso. Não só sabe, mas entende isso. E, em toda a minha vida, você foi a única pessoa que verdadeiramente se preocupou em entender a minha mente conturbada. Ou o meu jeito estranho. Ou as razões para fazer o que fiz.
Em toda a minha vida, eu nunca amei alguém como eu amo você. E, hoje, escrevendo essa carta, eu tenho certeza disso: eu amo você.
Espero que esta carta chegue à você logo. Tenho que confessar: as suas fotos dos jogos de quadribol no Profeta Diário me fazem lembrar daquele pequeno incidente envolvendo uma foto queimada. Você está sorrindo ao ler isso? Porque eu estou.
Neste momento, sabendo o que me aguarda, eu não tenho coragem e acho que nem depois da morte terei peito o suficiente para escrever tudo o que sinto.
Você foi minha família quando eu não tive uma. Você me aceitou da forma que eu sou: um covarde com medo de enfrentar o próprio destino. De se juntar ao próprio irmão. Eu vivi a minha vida toda à base do medo, e tenho que dizer que é frustrante saber que não posso fazer nada para mudar isso. Mas talvez, talvez hoje, eu consiga corrigir pelo menos um erro que cometi.
Eu não sei o que me espera, e nem sei onde Monstro me levará; mas já suspeito que terei que pagar com o meu sangue. O sangue que matou tantos e torturou tantos e destruiu tantos hoje tentará destruir algo que eu acredito ser indestrutível.
A morte não é nada demais se comparada ao sofrimento de não encontrar um grande amor. E eu encontrei o meu. Eu encontrei você, Héstia Jones.
Você tem uma vida maravilhosa pela frente; faça-a valer a pena. Eu estarei onde as almas desafortunadas provavelmente vão, mas, se depender de mim, farei o possível para que a minha alma permaneça com a sua até depois da morte.
Porque eu não te amo só de coração, mas te amo de corpo e alma.
Alguns sacrifícios valem a pena se são feitos pensando em quem se ama.
Com amor,
̶𝚁̶𝚎̶𝚐̶𝚞̶𝚕̶𝚞̶𝚜̶ ̶𝙱̶𝚕̶𝚊̶𝚌̶𝚔
R.A.BHermione comprimiu um soluço de tristeza e outro de choque. Desceu as escadas e, antes que chegasse na cozinha, jogou a carta nas chamas ainda acesas da sala onde havia dormido com Ron e Harry.
FIM.
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Fotografias - Regulus Black + Héstia Jones.
FanfictionHéstia precisava trabalhar duro para conquistar aquilo que sempre quis: uma vaga de fotógrafa no mais famoso jornal bruxo da Grã-bretanha, O Profeta Diário. Para isso, Héstia deveria tirar no mínimo trinta fotos durante o seu ano letivo na escola...