18 - Férias.

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   Héstia abriu a porta da sala de Poções, sentindo que um enorme peso havia saído de suas costas.

   Ela finalmente havia feito a sua última prova! Agora poderia arrumar suas malas e partir no Domingo, que seria quando o Expresso sairia rumo à Londres.

   Ela finalmente poderia se reunir com a sua família... ela esperava. Héstia havia começado a criar inúmeras paranóias dentro de sua cabeça, nos momentos de insônia durante a noite.

"E se os Comensais da Morte atacassem Hogwarts no meio da noite, impossibilitando de que eles, os alunos, partissem?"

A cabeça de Héstia era cheia de "E se" e de pavores. O medo era crescente agora que os ataques dos Comensais à Famílias nascidas trouxas e aos trouxas em si haviam aumentado. Só nesta semana, mais de dez trouxas na região de Londres haviam sido assassinados, cinco famílias de bruxos foram decretadas desaparecidas e criaturas como elfos domésticos apareciam esquartejados dia após dia. O mundo bruxo havia se tornado uma carnificina.

Héstia balançou a cabeça tentando se livrar dos pensamentos. Trelawney sempre dizia que pensar negativo atraia coisas negativas, e Héstia, infelizmente, havia começado a acreditar em tais baboseiras.

   Ela adentrou no porão da Lufa-lufa, enrugando o nariz logo em seguida. O porão estava abafado e lotado de alunos, que conversavam e gritavam uns para os outros. Havia uma pequena rodinha de garotas e garotos no canto da sala; Héstia levantou a cabeça e conseguiu ver a silhueta de uma menina. Era loira estava caída de joelhos no chão, o rosto cheio de lágrimas. Amigos estavam em volta da garota, tentando reconforta-la.

Héstia sentiu alguém pegar a sua mão e reconheceu os dedos calejados de Déd.

— A sua madrinha foi assassinada por Comensais. — Dédalus cochichou no ouvido de Héstia, se referindo à garota no chão.

Os olhos de Héstia lacrimejaram.

— Vamos. — Dédalus puxou Héstia para a saída da sala.

Héstia balançou a cabeça.

— O que está fazendo? Tenho que arrumar minhas malas. — disse.

Dédalus franziu a testa.

— Temos uma reunião da Ordem agora, Hest. — ele sorriu fraco — Ou vai me dizer que esqueceu?

Héstia bufou. Ela realmente havia se esquecido.

Ela passou as mãos pelos cabelos, aflita.

— Vamos, então.

Dédalus segurou no braço de Héstia e foi guiando-a para fora da sala por meio da multidão de lufanos. Toda véspera de partida era sempre essa confusão.

   Dédalus e Héstia caminhavam em silêncio, pelos corredores. Héstia queria, mas não conseguia dizer uma palavra sequer. A questão era que Dédalus estava diferente, e Héstia sentia isso. Ele não estava mais fazendo tantas piadas como antes, e sempre que sorria parecia... forçado. E ela queria gritar para ele voltar a ser como antes, porque ela sentia falta do Dédalus alegre de sempre. Sentia falta do "Olá, freckles". Héstia queria sua antiga vida de volta.

Eles adentraram na costumeira salinha mofada onde ocorriam as reuniões. Antes, onde haviam fotos de comensais e de machetes de ataques destacadas do Profeta Diário, agora havia apenas uma parede com tinta descascada.

Marlene Mckinnon conversava aflita com Emmeline Vance. Parecia uma mãe discutindo com uma filha: Marlene caminhava de um lado para o outro falando euforicamente, enquanto Emmeline apenas escutava, com um traço de divertimento no rosto.

Fotografias - Regulus Black + Héstia Jones.Onde histórias criam vida. Descubra agora