4 - Retorno.

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   O feriado de Natal não poderia ter sido melhor.

   Héstia se desligou de tudo. Até do mundo bruxo, e se preocupou somente com a sua família.

   Ela comeu doces com seus irmãos e jogou Snap Explosivo com eles. Jogou xadrez bruxo com o pai, e viu os irmãos mais novos discutindo quadribol. Seu coração se aqueceu; e Héstia estava se sentindo bem.

   Mas quando o feriado acabou, as preocupações voltaram. E se houvesse outro ataque? Não haviam pegado os responsáveis ainda. A notícia de que forças das trevas estavam se espalhando e assombrando a Grã-bretanha eram agora tão comuns quanto varinhas. Muitos acreditavam que uma ameaça estava à caminho, e os tolos diziam que não havia ameaça alguma. Desaparecimento e assassinato de trouxas eram notícias que voavam como corujas.

   O caos estava começando. Héstia podia sentir isso.

   — Olá! — Amelia Bones a cumprimentou quando Héstia adentrou o dormitório.

   Héstia tentou sorrir. Pareceu que havia convencido a colega de que estava bem.

   — Alô — cumprimentou Héstia — como foi de feriado?

   Héstia se arrependeu profundamente do que havia perguntado, pois o que se seguiu foi uma explicação detalhada de Amelia de como havia sido o seu Natal, seguido de algumas das maiores fofocas, de acordo com a própria.

   — Você sabia — começou Amelia, com o tom que sempre usava quando ia contar algo que achava super interessante — que Sirius Black fugiu de casa?

   Héstia negou com a cabeça. O que acontecia com os outros não era problema seu, porém não pode evitar sentir uma pontada de compaixão por Sirius. O que havia acontecido de tão grave para ele se separar da família?

— Dizem que ele está brigado com o irmão — Amelia dizia, deitada na cama. — O tal do Regulus.

Héstia engasgou.

— Ah, é? — disse, fingindo interesse.

— É.

Como já era um pouco tarde, Héstia decidiu por ir dormir e não passear por Hogwarts ou ir para pequenas festas, assim como os outros alunos.

   Ela acordou no outro dia como o habitual: mais cedo que os outros alunos. Ela colocou seu uniforme, arrumou sua mochila com os materiais das aulas do dia e saiu do dormitório.

   Héstia acabou por ir para em um corredor no quarto andar. Suas pernas doíam, o que não era habitual, pois ela estava acostumada a andar muito. Ela escorou-se numa parede e soltou um gemido de choque: a pedra estava muito fria. Ela deslizou para o chão e ficou observando as figuras dos quadros dormirem.

   Uma porta se abriu, na parede em que ela encarava, à apenas alguns passos de distância. Héstia se assustou e deu um pulo, mas continuou sentada.

   Walden Mcnair saiu da sala estampando um sorriso enorme no rosto. Tinha a varinha nas mãos, e seu uniforme da Sonserina estava impecável. Os cabelos loiros caiam sobre os olhos.

   Seu olhar parou em Héstia e seu sorriso aumentou.

   — Olha, olha — disse, se aproximando. Héstia rapidamente ficou de pé e colocou a mochila nas costas, pronta para qualquer coisa. — Olá, doçura. Quem é você?

   Héstia fez a melhor cara de deboche que pode.

   — Héstia. E você é...? — disse, tentando imitar um tom de indiferença. Ela sabia quem Walden era, mas fingir não saber poderia ferir seu orgulho. Ele era apenas mais um puro-sangue que se achava superior. Apenas mais um que defendia ideias radicais e que não se abalou no dia dos ataques.

Fotografias - Regulus Black + Héstia Jones.Onde histórias criam vida. Descubra agora