13 - Sala número 15.

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Héstia estava tentando superar tudo o que havia acontecido, mas perdoar Regulus era um pouco difícil. Suas explicações haviam ajudado, afinal.

Héstia havia feito mais perguntas do que gostaria. Perguntou sobre os Black, sobre sua relação com os pais e sobre... bem, sobre os outros "ajudantes" de Voldemort. Regulus respondeu tudo calmamente, e Héstia se perguntava por que ele estava lhe dando tantas satisfações. Ela, certamente, não era nada pra ele.

   O mês de Março finalmente havia acabado, dando espaço pra um Abril com sol e ventos ainda mais frescos. Héstia levava a sua vida normalmente — ou, ao menos, tentava — e se conciliava entre estudos e passar algum tempo com Dédalus, muitas vezes acompanhado por Dorcas e Emme. Héstia gostava da companhia delas e pela primeira vez sentiu que tinha algum amigo que não fosse Déd. Até havia tirado algumas fotos dos três juntos.

   As reuniões da Ordem eram cercadas por um clima de guerra, um clima pesado. Héstia normalmente ficava calada e se sentava ao lado de Dédalus, que também havia sido convocado e costumava ficar tão apavorado quanto ela. Normalmente, Dumbledore, Sirius Black e James Potter falavam, além de Lily Evans (que normalmente discutia com James), Marlene Mckinnon e Alice Foterscue. Todos compartilhavam estratégias e informações importantes para a realização de algo, mas Dumbledore sempre negava, dizendo que estariam se precipitando.

   — Mas eles estão aqui! Bem debaixo do seu nariz! — dizia James Potter.

   — Deixe ele, Potter. Dumbledore sabe o que faz. — retrucava Lily Evans.

   Todas as reuniões pareciam ser as mesmas. Apenas planos, planos e mais planos, e nunca a prática. Héstia às vezes preferia assim. Ela era terrível em feitiços e não queria levar um acidente em uma primeira missão ou algo do tipo.

   Seu sangramento não havia parado. Ocorreram momentos em que ela precisou se retirar das salas de aula para ir à enfermaria para tomar uma poção que parasse o sangramento. Todas as vezes, Madame Pomfrey a olhava com mais dó e mais pesar. Rita Skeeter já havia começado a espalhar alguns boatos.

"Fiquei sabendo que você vai morrer!" disse um aluno do segundo ano certo dia para Héstia, na Sala Comunal da Lufa-lufa.

"Todo mundo um dia vai." respondeu Héstia. O garoto pareceu ligeiramente chocado com a resposta e saiu com a cabeça baixa.

Héstia algumas vezes tombou com Regulus nos corredores. Mas eles não podiam trocar uma palavra, e Héstia chegou a achar que seria melhor assim: ela não se envolveria mais em nenhuma confusão.

Se é que uma Guerra pudesse ser chamada apenas de confusão.

Regulus sempre a encarava e Héstia desviava o olhar. Ela o havia compreendido e entendido os seus motivos, mas eles não eram melhores amigos.

"Estou sendo uma babaca!" repetia para si mesma. Mas, sempre que pensava assim, ela se lembrava da sua família e das palavras de Mcnair.

"E você será o meu primeiro alvo."

As aulas de aparatação haviam começado. Um total de zero alunos havia conseguido. Um dia vai, dizia Dédalus. Um dia vai.

Héstia queria muito aparatar. Ela queria... ser boa em algo pelo menos uma vez na sua vida. Dédalus dizia à ela que ela era muito boa em varias coisas, mas ela não se sentia assim.

   Na primeira semana de Abril, Héstia havia recebido um bilhete. Alguém havia mandando um primeiranista entregar à ela. Quando leu, Héstia sabia de quem era. Fosse pelas palavras, fosse pela escrita.

Fotografias - Regulus Black + Héstia Jones.Onde histórias criam vida. Descubra agora