Esse final de semana havia sido o pior da vida de Héstia.
Após saber do estado da filha, sua mãe... surtou. Falou que não iria admitir nada daquilo e que era bom que eles arranjassem uma cura logo.
"Não existe cura para a morte." havia dito a Curandeira Foxwell.
A pressão da mãe de Héstia havia abaixado, e ela precisou se sentar e respirar fundo. Os gritos de sua mãe foram ouvidos dos corredores, o que fez com que seu pai adentrasse na sala correndo, com os seus irmãos no encalço.
A Curandeira Mcdonald havia explicado que aquele não era o primeiro caso que havia sido relatado no St.Mungus: inúmeros outros bruxos também haviam sofrido com... bem, não havia um nome para aquilo, ela havia falado. E, assim como não havia um nome, não havia uma cura.
Héstia estava em choque... ela havia acabado de saber que ia morrer. Sim, todos iriam morrer um dia, mas o seu tempo de vida havia sido drasticamente reduzido, e ela não sabia para quando. Ela se pegou pensando o que aconteceria de ela morresse nesse exato instante. Ou amanhã. Ou depois e amanhã. E, quando analisou, Héstia percebeu que não poderia acordar viva no outro dia.
A mãe de Héstia estava louca. Seu pai, arrasado. Héstia não tinha certeza se os irmãos sequer sabiam o que estava acontecendo, mas até eles pareciam um pouco abalados. Héstia suspirou, e se sentiu chorar. No fundo, ela sabia, no fundo ela esperava por aquilo. Esperava essa notícia. Esperava que tudo estava por um fio, até a sua vida.
Sua mãe insistiu para que ela voltasse para casa imediatamente e abandonasse os estudos. A Curandeira Mcdonald alertou os pais de Héstia que uma mudança repentina de rotina poderia causar nervosismo no paciente, e assim piorar o seu quadro. Héstia pediu uma lista de coisas que poderiam piorar o seu estado de saúde e ficou chocada ao ver os itens de tal lista. Incluíam raiva, tristeza, nervosismo, ansiedade...
Héstia não queria mais permanecer em Hogwarts. Se fosse morrer, gostaria de morrer junto de seus pais e irmãos: a sua família. Ela queria ir para casa e tomar chocolate quente, jogar xadrez bruxo com os irmãos e conversar sobre figuras importantes do mundo bruxo com o pai. Mas Héstia se lembrou de algo. Héstia se lembrou da Ordem da Fênix, e do que Dumbledore havia falado sobre ela ser responsável pelos planos; e mesmo não fazendo ideia do por quê Dumbledore confiava tanto nela — para uma tarefa com um cargo muito grande de responsabilidade — Héstia se sentiu afetada por aquilo e não queria abandonar tudo em meio de uma Guerra.
Com muito esforço, pesar, lágrimas e resistência da sua família, Héstia se despediu de seus pais na esquina que antes haviam se encontrado. A chave do portal para Hogsmead era um espelho velho. Héstia olhou para o espelho jogado no chão evitando chorar, mas sabia que isso não seria possível. Ela ajeitou nos braços um saco de papel cheio de poções que poderiam amenizar os sintomas, dadas pela enfermeira Mcdonald.
Ela abraçou seus irmãos e pediu para que não destruíssem o seu quarto de novo. Héstia abraçou seu pai e ele chorou: fora a primeira vez que o via chorar em muito tempo. Héstia se pegou pensando o que aconteceria se o pai fosse morto no dia seguinte. Se algum seguidor de Você-Sabe-Quem revolvesse matá-lo; a ideia apavorou Héstia ainda mais.
E, por fim, Héstia se despediu da mãe. Ela não chorou: fez Héstia prometer que se alimentaria direito, estudaria e tomasse as poções corretamente. Quando se afastou dos braços da mãe, esta tirou do dedo um anel e lhe deu. Era um anel de prata, grosso, com detalhes de ramos. Héstia colocou o anel no dedo do meio e prometeu que nunca mais o tiraria. A mãe disse que encontraria um jeito de se comunicarem.
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Fotografias - Regulus Black + Héstia Jones.
FanficHéstia precisava trabalhar duro para conquistar aquilo que sempre quis: uma vaga de fotógrafa no mais famoso jornal bruxo da Grã-bretanha, O Profeta Diário. Para isso, Héstia deveria tirar no mínimo trinta fotos durante o seu ano letivo na escola...