I - O cio

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Ser o filho do pastor de uma grande congregação não era fácil, Baekhyun cresceu longe do que os jovens costumam gostar; músicas, bebida, filmes para maior de quatorze anos, festa e amigos fora da igreja.

O importante era seguir a palavra ao pé da letra e não arriscar comprar um bilhete direto para o inferno. E Baekhyun não importava-se de ter essa vida, gostava dela e, principalmente, acreditava que nenhuma dessas coisas eram difíceis o bastante para a recompensa que viria depois de sua morte; a vida eterna.

Baekhyun cresceu decidido e sua família sempre orou para que encontrasse o melhor varão, o que não foi difícil, a família Park frequentava aquela congregação praticamente desde que ela era apenas o pai do Byun pregando em uma praça no centro da cidade, então não pareceu mal nenhum quando Baekhyun disse que gostaria de casar com o filho mais velho dos Park's.

Kris era um homem digno, que nunca fazia nada longe da palavra de Deus, tinha os mesmo preceitos de Baekhyun, o marido perfeito, exatamente como sempre oraram para ser. O único defeito da família Park, se assim podíamos dizer, era o filho mais novo, que além de não seguir as palavras do Senhor, era um tremendo despudorado, Baekhyun dizia que Chanyeol parecia o próprio Satanás quando o assunto era lhe provocar.

Faltava poucos meses para o primeiro cio de Baekhyun, então precisavam arranjar logo o casório, Baekhyun se negava a se masturbar ou transar com Kris antes de ter um acordo selado perante Deus.

— Sogra, eu fico muito feliz em estar me ajudando com os arranjos de flores, mas eu realmente não gosto de petúnias. O que acha de tulipas? — perguntou mordendo os lábios, não queria desrespeitar a mais velha, mas só iria se casar uma vez, queria que tudo fosse perfeito.

— Meu filho, o cheiro das margaridas são muito mais agradáveis, são essas que devem ser usadas no seu casamento, assim como no meu. — disse a senhora Byun, e Baekhyun logo sentiu aquilo como uma ordem.

— Claro mamãe, serão margaridas então. Se me dão licença, eu preciso ir ao toalete.

Baekhyun levantou e ajeitou a calça cáqui antes de seguir pelo corredor da casa dos Park, indo em direção ao banheiro.

É claro que vou foder você a noite toda, benzinho... mas não se apague a mim não sou de um só. — ouviu aquela voz família e não conseguiu evitar olhar para dentro do quarto de Chanyeol, parando e vendo pela fresta da porta o mais novo de toalha no quarto, com o peito ainda um pouco molhado, exibindo aquelas tatuagens negras de desenhos abstratos.

— Perdeu alguma coisa, bebê? — perguntou ao desligar o telefone e notar a presença de alguém lhe observando, foi até a porta, parando em frente a Baekhyun — Finalmente ficou interessado em mim?

— Nem de longe, seu promíscuo. Você sabe que vai queimar no fogo do inferno e eu não quero presenciar isso de perto. — disse com um bico, a verdade é que dizia isso apenas para Chanyeol temer, afinal, era uma promessa divina que a família daqueles que crêem seriam salvos.

— Ah, você tem razão. Se ficar tempo demais perto de mim eu vou te levar para o inferno, fazendo você rebolar esse rabo no meu pau e implorar para ser comido a noite toda. — Chanyeol sussurrou aquelas palavras deixando Baekhyun chocado e atônito.

O garoto logo correu em direção ao banheiro rezando todas as orações que conhecia para não pensar nas palavras do Park.

{•••}

O casamento aconteceria em menos de três meses, bem antes do programado para ser o cio de Baekhyun, para que não acontecesse nenhum imprevisto.

— Baekhyun, meu filho, esta noite você precisa mostrar ao seu marido que é um excelente dono de casa. — começou a mãe do Byun, acariciando os cabelos loirinhos enquanto dava as dicas para seu filho — Convidamos os Park's para passar o fim de semana com a gente, está casa é bem grande e não terá problema nenhum, você irá preparar o jantar, para que seu marido sinta que escolheu o ômega certo para si.

Ligados AcidentalmenteOnde histórias criam vida. Descubra agora