VIII - Porquês

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Chanyeol tentou evitar, mas como novato no distrito era óbvio que teria muito trabalho para fazer.

Já passava das dez da noite quando bateu na porta dos Byun's.

— Oi, Chanyeol. Baekhyun acabou pegando no sono.

— Sinto muito, JiHyun, eu tentei sair mais cedo do trabalho, mas não foi possível, eu estou começando agora nesse distrito, então eles estão tentando me atolar de relatórios que ninguém quer fazer.

— Tudo bem, eu entendo, ele está no sofá ainda.

— Uhum, vou pegar ele e levar para casa.

Chanyeol entrou na casa dos Byun's e viu o seu pequeno todo encolhidinho no sofá, dormindo com um bico fofo, sorriu e pegou o pequeno no colo, como se ele fosse uma criança.

— Obrigado, JiHyun. — disse antes de seguir até o carro e colocar um Baekhyun sonolento no banco do carona.

Seguiu em silêncio em direção a sua casa e assim que chegou Chanyeol deixou o pequeno na cama e cobriu o corpinho do ômega, beijando as bochechas rosadas.
Queria que Baekhyun gostasse de si como gostava dele, queria que fosse fácil ter o seu ômega e seu bebê, mas parecia que as coisas não eram pra ser.
Deixou Baekhyun descansando e foi para a cozinha, fazer o jantar, estava morrendo de fome e o pequeno provavelmente estaria também, quando acordasse.

Baekhyun acordou e suspirou pesadamente, sentindo a cama confortável, por um momento ficou confuso de onde estava, mas logo reconheceu o próprio quarto e imaginou que Chanyeol deveria tê-lo carregado até ali, seguiu para a cozinha, sentindo o cheiro da comida e ouviu a própria barriga roncar.

— Já acordou, bebê? Achei que fosse dormir mais um pouco. — Chanyeol pronunciou ao ver Baekhyun entrando na cozinha.

— Eu dormi a tarde toda, estou morrendo de fome. — disse um tanto manhoso — Chegou faz muito tempo?

— Não muito, tanto que ainda estou com o uniforme. — disse apontando para o próprio corpo — Mas achei que fosse acordar com fome. — disse terminando de fazer o jantar e logo servindo os pratos e os colocando na mesa, seguindo até Baekhyun e beijando os lábios do garoto logo depois.

— Como foi com sua mãe?

— Foi bom, eu precisava conversar uma coisa com ela e aproveitamos para marcar a consulta do bebê.

— Isso é ótimo, eu quero ir também, eu quero ver como meu filho está.

— Tudo bem. — disse um tanto envergonhado, sentando ao lado de Chanyeol e começando a comer, dando espaço para o silêncio que preencheu a cozinha.

Baekhyun foi o primeiro a levantar depois de terminar o jantar, começando a lavar a louça, Chanyeol aproveitou a deixa para seguir para o banheiro e tomar um banho relaxante, finalmente podendo se desfazer da farda.

Demorou um pouco no banho, seria a primeira vez que dormiria na cama com Baekhyun sem um dos dois estar no cio, o pequeno era uma caixinha de surpresas, não fazia ideia de como ele reagiria a tal ato.

Saiu do banho e secou o próprio corpo, vestindo apenas uma boxer e seguindo para o quarto, onde Baekhyun já encontrava-se deitado na cama.

Deitou ao lado do pequeno e ficou o olhando, não resistindo ao levar a mão até a barriga do outro e acariciar ali, sentindo a pequena protuberância.

— Já está crescendo, já consigo ver.

— Eu também, estou tão ansioso para ver sua barriga grande e poder encher de beijos ao sentir o bebê mexer. — disse baixinho.

— A consulta é na semana que vem, você vai ter que faltar trabalho...

— Eu não ligo, Baekhyun, é meu filho e você é meu ômega. — disse firme, puxando o Byun para mais perto.

O pequeno ficou analisando as feições de Chanyeol, aquela frase era tão forte, mas não conseguiria dizer que ouvir aquilo lhe fazia mal, sentiu algo dentro de si; um turbilhão de sentimentos confusos.

Pareceu o certo o fazer quando levou a mão ao rosto de Chanyeol e juntou as bocas, o beijando de forma lenta, como se fosse a primeira vez, sentindo o beijo como se fosse o primeiro, como se o Chanyeol anterior nunca tivesse existido.

Talvez sua mãe tivesse razão, precisava saber quem Chanyeol era antes de tudo, ele estava se mostrando um ótimo marido e precisava saber até que ponto.

Até que ponto tudo aquilo era verdade.

O Byun sentiu as mãos grandes em seu corpo, o abraçando e trazendo para mais perto, Chanyeol estava nas nuvens com aquele beijo.

Separaram-se ofegantes, com as bocas avermelhadas, olhando um para o outro de perto, tentando entender o que estava acontecendo entre eles naquele momento.

— Você me beijou. — Chanyeol sorriu malicioso, descendo as mãos para a bunda do Byun — Porque quis.

— E-eu só estava fazendo um teste, n-não pense que eu tenho interesse em continuar beijando você assim sempre.

— Mas a gente pode dar mais alguns agora? — perguntou beijando o pescoço de Baekhyun e subindo de voltar para os lábios.

— Só mais alguns. — disse voltando a beijar o Park.

{•••}

— Já dá pra saber o que é, doutor? — Baekhyun perguntou curiosos.

— Ainda não, o bebê está em uma posição que não consigo ver, quem sabe daqui a algumas semanas.

— Eu quero uma menina. — Chanyeol disse fazendo carinho nos cabelos de Baekhyun — Sempre quis uma filha.

— Pra mim tanto faz, eu nunca pensei nisso.

— O bebê está muito saudável. — disse o médico, mexendo nos botões da máquina e aumentando o volume, para que os pais ouvissem o coração que batia rápido.

— Estou tão ansioso para quando ele ou ela nascer. Vai ser um bebê tão lindo. — Chanyeol disse animado, fazendo questão de limpar a barriga de Baekhyun e abaixar a camisa dele novamente — Se for igual a você vai ser o bebê mais lindo desse mundo. — deu um beijo na bochecha do Byun.

— Não esqueça de tomar as vitaminas e continue vindo as consultas regularmente. Seu bebê está saudável, mas precisamos sempre nos manter atentos.

— Sim, doutor.

Baekhyun segurou a mão de Chanyeol e saiu do consultório — Quero comer, podemos comer hambúrguer?

— Podemos comer tudo que meu bebê quiser. — Chanyeol deu um beijo na testa do Byun, o levando até o carro — Mas preciso voltar para o trabalho, então não posso demorar demais.

— Tudo bem, mas eu não quero ir para a casa da minha mãe de novo, estou cansado de passar as tardes lá, vou ficar em casa mesmo, arrumar alguma coisa para fazer. — disse com um bico.

— Não quero que se sinta sozinho, entende? Quero que fique bem, o bebê precisa disso para ficar bem também, então nada de ficar deprimido. — Chanyeol disse o olhando rapidamente antes de voltar a prestar atenção na rua.

— Prometo não ficar depressivo e cuidar do nosso bebê. — mordeu os lábios — Se você for no culto comigo hoje a noite.

Chanyeol não conseguiu evitar o sorriso e seguiu dirigindo até o shopping, para comprar o hamburguer que Baekhyun tanto estava desejando.

— Vou ir, bebê, vou ir. — disse rindo enquanto desciam do carro.

O Byun abriu o maior sorriso que poderia conseguir e segurou a mão de Chanyeol para entrarem no shopping, mas nem tudo conspirava para a felicidade do casal, enquanto os dois estavam entrando, Kris estava saindo do shopping, puxando o seu novo namorado pelo braço e aparentemente o xingando.

Baekhyun instintivamente escondeu-se atrás de Chanyeol vendo aquela cena, não entendia o que estava acontecendo, mas pela expressão do mais velho, com certeza ele sabia.

— Chanyeol...

— Pelo menos você pode ver com seus olhos o porquê ele é um merda.

Ligados AcidentalmenteOnde histórias criam vida. Descubra agora