V - Não vá para o quarto

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Chanyeol não conseguiu evitar o sorriso ao levantar do chão e ir até a cama, deitando ao lado de Baekhyun.

— Bem longe de mim. — advertiu e colocou a coberta entre os dois corpos, fazendo Chanyeol rir um pouco mais pelo jeito manhoso que o garoto falava.

— Sim, senhor. — pegou uma das cobertas que compunham a sua cama e usou para cobrir seu corpo, esperando Baekhyun pegar no sono, e assim que o garoto o fez, o Park não tardou em abraçar a cintura fofinha e esconder o rosto na curva do pescoço cheiroso e quentinho, aconchegando o pequeno entre seus braços.

{...}

Baekhyun acordou logo cedo, gemendo manhoso ao sentir suas costas quentinhas pelo abraço, ainda de olhos fechados, se espreguiçou e aconchegou mais o corpo no peito quentinho, recebendo um suspiro e beijinhos em seu ombro e pescoço.

Chegou a tombar a cabeça por um minuto, querendo mais beijinhos, mas logo abriu os olhos, lembrando-se que era seu marido que estava fazendo isso.

— Eu disse bem longe de mim, Chanyeol! — advertiu irritado, empurrando o outro da cama.

— Bom dia pra você também. — disse Chanyeol dolorido, levantando do chão com cara de dor, o maior apenas suspirou e pegou a carteira de cigarros, indo para fora da cabana.

Andou para um pouco longe desta vez, não ficando em frente da cabana ao acender seu cigarro e sentar na beira na praia, arranjando força para aguentar mais alguns dias com Baekhyun, havia sido apenas o primeiro, mas o ódio do outro por si era tão forte, que Chanyeol já estava perdendo as esperanças de conseguir conquistá-lo.

Terminou o cigarro e voltou para dentro da cabana, vendo Baekhyun arrumar a cama.

— Você quer voltar para casa? Quer dizer... você me odeia, estamos desconfortáveis, de repente você se sente melhor em casa.

— Ainda nem aproveitamos nada na ilha, vai jogar seu dinheiro fora? — disse com um bico.

— Eu faço qualquer coisa que faça você se sentir melhor e me odiar menos, se eu preciso jogar fora todos os meus anos de economia, eu jogo, não tem problema.

— Anos de economia? — perguntou curioso.

— Eu tenho quase 25 anos na cara, Baekhyun, eu não sou sustentado pelos meus pais, pra falar a verdade eu não tenho ajuda nenhuma deles e sou bem feliz com isso. Eu guardei meu dinheiro para algo importante e achei que isso aqui seria, achei que você fosse gostar, mas você odiou até mesmo a ideia de vir pra cá. Eu estou me sentindo um imbecil! Entende? Porque eu não sou o Kris, eu nunca vou ser o Kris e tanto você quanto meus pais gostam de comparar isso e me achar um lixo perto dele e às vezes eu começo a pensar o mesmo, por que tantas pessoas dizendo isso de você, às vezes faz você acreditar. — Chanyeol disse num fôlego só, respirando profundamente e ficando de costas para Baekhyun, não gostava dos seus surtos emocionais.

Baekhyun sentou na cama, parando de dobrar os cobertores.

— Eu vou tentar, vamos aproveitar os dias aqui... eu vou tentar. — disse baixinho.

— Tudo bem. Vamos nos vestir e ir tomar café fora, para conhecer um pouco mais o lugar.

Baekhyun concordou e terminou de arrumar a cama, pegando uma muda de roupas e indo para o banheiro se trocar, o que fez Chanyeol revirar os olhos.

— Eu já vi você pelado, eu não sei porque está se escondendo agora.

— Aish, eu não gosto de trocar de roupa na frente dos outros. — comentou manhoso e logo saiu do banheiro vestido, vendo que Chanyeol havia trocado de roupa também.

— Vamos comer onde?

— Em um restaurante que tem próximo aqui. — disse tentando pegar a mão de Baekhyun, mas sendo sutilmente rejeitado.

O caminho seguiu em silêncio até o restaurante, escolheram uma mesa na rua e começaram a ler o cardápio.

— Quanta coisa legal. — comentou Baekhyun animado.

— Pode pedir o que quiser. Eu vou querer apenas um misto quente e café preto mesmo. Dizem que o pão daqui é feito como o da Índia.

— É difícil, eu nunca comi fora da Coreia, aqui tem pratos muito diferente para o café da manhã.

— O prato tradicional daqui vai ser bom para você então.

Chanyeol chamou o garçom e pediu o prato tradicional para o café da manhã de Baekhyun, o prato consistia em peixe grelhado com legumes, arroz, pimenta e coco ralado. E pediu também seu pão e café.

— Você pesquisou antes de vir?

— Claro que sim e se você fosse alérgico a peixe? Aqui só tem peixe. Eu pesquisei tudo antes de trazer você em um lugar para sua Lua de Mel, é uma coisa que quero que lembre, Baekhyun.

— Lembrar da minha lua de mel? Com você?

— Pelo menos que teve algo bom. — Chanyeol franziu os lábios e suspirou, ficando em silêncio.

{•••}

Os dias na ilha passaram lentamente e mesmo com Baekhyun dizendo que ia se controlar, Chanyeol era atacado constantemente pela língua afiada do menino, que aparentemente havia esquecido sua religiosidade nessa parte.

Chegaram em casa uma semana depois da lua de mel.

— Você mora aqui? — Baekhyun perguntou entrando no pequeno apartamento.

— Agora você também. É um bom apartamento e o quarto do bebê já está pré-montado, comecei a fazer isso enquanto você se preparava para o casamento, só não escolhi as cores, já que não sabemos o sexo.

— Chanyeol, eu não entrei nem no terceiros mês, muitas coisas podem acontecer antes do terceiro mês.

— Mas não vai! — Chanyeol disse subitamente irritado — Só temos uma cama nessa casa, eu vou trabalhar o dia inteiro, vou chegar cansado, eu acabei de fazer o concurso para entrar para a corporação e eu já estou cansado, o que aconteceu na ilha não vai se repetir.

— Do que está falando?

— Você não vai me jogar da cama logo cedo e vamos continuar dividindo uma cama, porque você querendo ou não, Baekhyun, está casado comigo. Quando eu morrer você se casa com o meu irmão, não é assim que faziam antes de Cristo? Pode torcer para eu morrer então, mas até lá, somos casados e você tenta. — disse bravo e caminhou até o quarto, batendo a porta ao entrar.

Baekhyun ficou levemente assustado, afinal Chanyeol jamais havia gritado consigo antes.

{•••}

O Park tomou um banho para esfriar a cabeça e foi até a cozinha, fazendo o almoço para os dois.

Viu Baekhyun sentado quietinho na sala e sentiu-se mal, não queria ter gritado com o garoto, mas não conseguia controlar quando ele falava algo como aquilo sobre o bebê.

Desligou o fogo e sentou ao lado de Baekhyun no sofá, puxando o corpo pequeno para mais perto e o abraçando, fazendo carinho nos cabelos lisinhos.

— Não fala mais do bebê daquele jeito, eu fico irritado.

— Desculpe. — disse baixinho, deixando Chanyeol acariciar seus cabelos.

— Vamos comer, você precisa se alimentar bem. — pegou o pequeno no colo e o levou até a cozinha, não conseguindo evitar afundar o rosto no pescoço cheiroso, sentindo aquele cheiro forte de Baekhyun novamente.

Colocou-o sentado na cadeira e serviu o pequeno.

— Não vá para o quarto! — Chanyeol disse baixo e firme, saindo da cozinha e deixando Baekhyun sozinho mais uma vez.

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