Nove

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-Não vai dar errado, Mary. – William diz entre risinhos baixos. – Desde que nenhum dos dois se envolva demais, tudo prosseguirá muito.

                - Se envolver um com o outro ou terceiros? – Harry indaga e lança-me um olhar que me faz perder o ar por alguns segundos.

                - Vocês dois vão acabar com tudo desse jeito. – Matthew solta sem desgrudar os olhos de seu computador e todos o encaram. Seu olhar é voltado para nós e ele ri baixinho. – Evitem.

                - Vocês não tem algo mais difícil para eu fazer não? Evita-la será a parte mais complexa de tudo. – MacMillan brinca e James da um tapa em seu ombro. – Está bem, eu tento.

                Um sorriso me é oferecido.

                - Como é o nome do detetive próximo a West mesmo? – Indago depois de mostrar a língua para Harry, que me lança um beijinho no ar.

                - Detetive Jake Waters. – William responde entregando-nos uma pasta.

                - Não aderiu sobrenome do pai? – Dentro da pasta, há um milhão de informações sobre várias pessoas, incluindo a mim, Harry e esse Jake.

                - Suspeitamos que ele tenha tirado. Precisamos que vocês se aproximem dele, e descubram o máximo de informações possíveis. – James explica e de um momento a outro, passamos a ouvir sirenes.

                Flashes vermelhos e azuis iluminam as janelas da van, apesar de estarem longe. Olho para Harry mais uma vez e vejo seu sorriso costumeiro estampado em seu rosto; de repente ele transforma-se em um mero borrão, juntamente com tudo e todos a minha volta. Um som abafado de vozes é a única coisa que passo a ouvir. Abro os olhos abruptamente, sentando-me, mas a claridade atinge meus olhos machucando-os. Minha respiração ofegante faz meu peito subir e descer rapidamente. Fecho os olhos outra vez e esfrego as pálpebras, endireito minhas costas e abro os olhos outra vez, porém mais devagar dessa vez, tento regular minha respiração. Levo minha mão até minha cabeça, que lateja um pouco. Há um curativo em mim. Olho ao meu redor e vejo alguns pedaços de gaze ensanguentados.

                Demora um tempo até que eu consiga atinar onde estou: A casinha de madeira velha. Há gavetas espalhadas pelo chão, tudo revirado, como da última vez que estive aqui; mas dessa vez, a diferença é que não estou aqui mais como agente Dallas. Jogo os pés para fora da cama,  e respiro fundo, reunindo forças para levantar. Ao longe, ouço algumas risadas exageradas. Quando por fim consigo me levantar, a porta do quarto ao qual me encontro se abre, e o dono das gargalhadas entra: É James.

                - Olá bela adormecida! – Ele faz uma reverência engraçada, vem em minha direção e me dá um abraço caloroso.

                - Você é meu Príncipe Encantado? – Indago erguendo a sobrancelha e retribuindo o abraço, ele assente sorrindo. – Oh! Acho que vou voltar a dormir, então.

                - Fui dispensado. – James diz incrédulo, quando me sento novamente. O loiro senta-se ao meu lado. – Como está sua cabeça?

                - Doendo! Eu fiz algo muito terrível para Matthew, tenho certeza. – Digo esfregando onde levei a pancada e o O'brian ri.

                - Sempre suspeitei que ele não gostava de você! – Ele inclina-se cochichando para mim e o empurro.

                - Então... Funcionou? – Indago receosa.

                - Sim e não. – Franzo o cenho e ele apressa-se em me explicar – Eles não desconfiam de você, você foi sequestrada na concepção deles, mas estamos com um problema... Há alguém aqui que está nos traindo.

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