Vinte e dois

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Seus olhos continuam fixos em nada e ele morde o lábio inferir. Depois de um pouco de silêncio ele põe-se em pé e estica a mão para mim.

- O quê? - Seguro em sua mão e me levanto.

- Vamos dançar. - Jake encolhe os ombros e sorri.

- O quê? - Minha voz soa mais aguda do que eu gostaria. - Por quê? Não precisa. - Protesto, tentando soltar minha mão da sua. - Ao menos temos música e, você não sabe dançar, sabe?

- Eu duvido que para você seja necessário ter música. - Um de seus braços rodeiam minha cintura, puxando-me para si, a outra mão ainda segura a minha, e ao perceber meu olhar percorrendo por cada movimento seu, sua mão desprende-se da minha e guia meu queixo em direção a seu rosto, fazendo-me encara-lo. - E eu fiz algumas aulas de dança para o casamento da minha tia. - Jake encolhe os ombros e ri baixinho ao perceber minha expressão confusa. - Relaxa, a tensão atrapalha os movimentos.

Ouvir esta fase me faz rir. Lembro-me de Francesca, minha professora de dança contemporânea, que falava isso a todo instante em suas aulas; e eu sempre fechava os olhos, respirando fundo e mordicava o lábio, assim como estou fazendo agora. Assim que abro os olhos, Jake passa a fazer movimentos suaves para os lados, o que me faz sorrir, sua mão solta a minha por um instante, permitindo-me girar ao redor de mim mesma. Involuntariamente, passo a cantarolar uma melodia. Fecho os olhos e deixo que os movimentos fluam por si só, com isso não percebo quando Jake me solta.

Meus braços vão de um lado ao outro em pura sincronia. Recordo-me de todos os passos da última dança que fiz e os faço, impondo cada um ao ritmo que cantarolo. Meus pés fazem movimentos de vários estilos os quais sempre amei. Em minha mente, todas as coreografias as quais já fiz, passam como um filme e misturo todas à doce melodia silenciosa. Quando dou um passo em falso, abro os olhos repentinamente, Jake segura meus dois braços, puxando-me para trás e por pouco não caio na imensidão de água a minha frente. Antes que eu possa me virar e agradecer a ele, ouço um grito.

Eu conheço essa voz.

Tento distinguir o que é dito aos gritos, mas não consigo. Quando tento me virar, o loiro aperta meu braço, segurando-me onde estou.

- Jake, o que foi? - Ele não responde, apenas da um passo para trás.

Assim que Waters me solta, viro-me e dou de cara com Harry, William e James apontando armas em nossa direção. O'brian baixa sua arma e vem até mim, puxando-me até eles.

- O que vocês estão fazendo? - Chacoalho o braço, soltando-me das mãos do meu amigo e paro a frente da arma de Harry.

- Que tipo de pergunta é essa, Allen? - Harry diz inconformado. - Olha quem é!

- Eu sei quem é, MacMillan. - Viro-me para James que já colocou Jake de joelhos. - Para com isso.

Sou completamente ignorada, os pulsos de Waters são presos e ele é guiado por O'brian até um balcão ao lado do bar. Harry e William baixam as armas e as guardam.

- O que vocês pensam que estão fazendo? - Bufo e puxo a pistola do cós de minha calça. - Eu tenho como me defender, caso vocês não se lembrem.

- Allen, você bebeu demais. - Harry demonstra impaciência.

- Mary - Pela primeira vez, vejo os papeis se inverterem. MacMillan é quem está explosivo e William com uma calma absurda. - Jake ia...

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