Desde que você chegou...

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Alguns dias depois mandei mensagem para Eliane, perguntando se ela tinha conseguido baixar o aplicativo, mas não, ela não havia conseguido. Sugeri então imprimir para ela, ela me mandou seu e-mail para que eu mandasse as histórias por lá, mas fiz questão de imprimi-las. Corrigi e imprimi, levei uma das histórias na sexta-feira, escolhi a que eu contava sobre o meu interesse pela Fernanda, na intensão dela entender que eu gostava de mulheres mais velhas. Não queria assustá-la, queria que ela pudesse perceber que eu estava afim dela.

- Qual das histórias você mostrará a ela? - Tio Sérgio perguntou.

- A da Fernanda.

- Não faça isso, ela irá se assustar.

- Mas lá não diz nada demais. Só o conteúdo lésbico mesmo. E outra, nada que está escrito lá é verdade, tirando algumas situações que ocorreram, mas de resto, tudo baseado em comentários dos meus leitores.

- De qualquer forma, se eu fosse você não mostraria.

- Deixe comigo, sei muito bem o que estou fazendo.

- Você viu a princesa hoje?

- Ainda não, deve estar linda como sempre?!

- Não sei. Não posso dizer isso, só tenho olhos para a Valdirene.

- O quê? - Gargalhei.

- Somos mais que amigos. Nunca te contei isso? - Se eu tinha alguma dúvida de que seu Sérgio era maluco, ali eu tive certeza.

- Para seu Sérgio! Por que um mulherão daqueles iria deixar o marido que tem, porque o marido dela é lindo, por você? Ou pior: traí-lo com o senhor?

- Não! Nunca tivemos nada, mas ela sempre deixou evidente que queria.

- AH TÁ! Só falta o senhor me falar que a Eliane gosta dos teus abraços porque ela quer ter um caso com você.

- Não! Nunca disse isso! Ela sempre foi muito educada e nunca deu entrada.

Meu Deus, seu Sérgio era mais doido do que eu imaginava. Não batia bem o coitado.

- Eu sei! Ela é uma princesa, porque daria bola para o senhor?

- Tirou o dia para me esculachar? - Ele perguntou sorrindo.

- Não! Só para falar algumas verdades na tua cara, mesmo. - Gargalhamos.

Apesar de algumas vezes ele ser grosso comigo e eu com ele, no final, sempre ríamos das coisas que falávamos um para o outro.

- E você acha que a Eliane vai querer algo com você? Ela é casada!

- Eu nunca disse que tentaria algo com ela.

- Ultimamente você anda bem interessada nela.

- Nada a ver! Gosto dela como amiga...

- Estou vendo... Chamando de princesa...

Fiquei desconfortável. Seu Sérgio parecia me conhecer melhor que eu, talvez não estivesse querendo esconder dele. Talvez algum dia eu contasse a ele.

Fui para a sala de aula, no meio do caminho Andreyna me chamou e fomos juntas até a sala. Quando chegamos lá ela colocou sua mochila em cima de sua classe e convidou-me para ir ao banheiro com ela. No caminho até o banheiro avistei Eliane, estava linda como sempre. A chamei.

- Eliane! - Gritei.

- Oi, querida! Como está?

- Bem. E você?

- Bem!

- Olha só: eu trouxe para você a história. Pode esperar um instante aqui?

- Claro!

Cuida bem de mim Onde histórias criam vida. Descubra agora