Secret Love Song

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Algumas semanas se passaram e faltavam dois dias para o meu aniversário, na sexta-feira, à noite, Eliane me mandou uma mensagem dizendo que estava sozinha, sentindo-se mal por estar naquela casa sem ninguém. Perguntei, então, se ela queria que eu fosse, a mesma disse que não, precisava daquele tempo. Havia brigado com o Léo e ele havia ido à praia, para ver sua mãe, levara os filhos com ele.

Conversamos mais um pouco sobre isso, foi então que ela disse a pior coisa que eu poderia escutar.

📲Eliane- Não nos veremos amanhã. Sei que você pediu, mas não estou com cabeça.

Absorvi cada palavra com tanta tristeza. Fazia anos que não ficava feliz por completar mais um ano de vida e eu estava este ano, pois ficaria com ela nesta data.

Eu- Eu te pedi tanto para não fazer isso.

Eliane- Eu sei!

Eu- Então porque fará isso comigo?

Começamos uma briga, gravei um áudio dizendo muitas coisas para ela enquanto eu chorava. Lembro-me que ela pediu para eu agir como adulta diante daquilo e entender, mas não tinha como eu entender aquilo. Ela sempre me decepcionava de alguma forma, mas eu sempre a perdoava, pois a amava tanto.

Enquanto discutíamos perguntei se ela podia me ligar, disse que sim, mas antes ia ir ao banheiro. Depois que foi me ligou. Conversamos muito e ela disse tudo o que tinha acontecido com o Léo, falei para ela que não deveria tentar descontar em mim, pois não tinha nada a ver com àquilo. Então ela mudou de ideia, disse que queria me ver no dia seguinte, no centro de nossa cidade. Fiquei contente e fui dormir após nos falarmos.

Na manhã seguinte acordei, arrumei-me e fui para o centro. Fiquei esperando a mesma na praça da Matriz, uma praça linda e repleta de cultura. Fiquei sentada lá, esperando a mesma chegar. Atrasou-se, mas foi ao meu encontro. Passeamos pelo centro histórico de Porto Alegre. Olhamos algumas exposições de artes, fomos até o antigo apartamento de Mário Quintana, vimos o memorial de Elis Regina e fomos ao museu de Porto Alegre, onde contava a história Riograndense. Se eu já a achava inteligente, ali eu transformei o "achar" em "certeza".

Caminhamos até um restaurante japonês, ela comeu, eu não quis, não estava com fome. Depois caminhamos mais um pouco e fomos para o sesc, onde a outra escola que ela dava aula estava com uma exposição. Quando descemos no local, pus a mão em meu bolso e percebi que havia perdido meu celular. Surtei. Não pelo fato de ter o perdido, mas sim perder muitas coisas que lá estavam. Ligamos para o meu celular e logo falamos com o cobrador, demos a sorte de uma alma generosa dar a ele o meu celular.

Após irmos até a exposição, tirarmos fotos e fomos atrás do meu celular. O recuperamos e fomos para casa. Quando descemos no posto, meu ônibus tinha acabado de sair, ela então sugeriu que ficassemos no subway e comêssemos algo. Pedimos uma pizza e dois shops. Fiquei bêbada com um só, obviamente, não havia comido nada o dia inteiro.

— Eu quero ir pra tua casa.

— Não quero que você vá para minha casa.

— Você vai me deixar ir neste estado para a minha casa?

— Sim!

— Lili!

— Hum? — Murmurou.

— Eu quero ficar com você.

— Eu sei, mas eu não quero. Não estou com cabeça.

— Mas eu só quero estar ao seu lado, não precisamos fazer nada.

— Gi! Não! — Então ela ficou me olhando por alguns minutos. — Tudo bem. Mas depois você vai ir para casa.

— Ok!

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