Quando nos conhecemos

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Eliane não foi trabalhar na sexta-feira então me ligou, disse que queria me ver, eu fui, lógico. Era setembro e estava chovendo. Eu amava quando o tempo ficava assim: nublado e chuvoso. O cheiro de terra molhada, aquelas gotas grossas caindo do céu. Era perfeito!

Entrei no condomínio e fui direto para o sobrado de número 47. Mas antes de eu chegar, a mesma estava em frente a sua casa com um sobretudo de mangas longas na cor bege, Scarpin preto com uns desenhos na cor marrom. Ela abriu os braços e eu sorri. Quando eu me aproximei mais, ela entrou na casa, ficando na porta. Entrei e sentei-me no sofá.

— Você está toda molhada!

— Está chovendo muito!

— Sim! Eu vou secar os teus cabelos.

— Não precisa. — Quando eu disse ela colocou uma toalha sobre minha cabeça e enxugou meus cabelos.

— Vem, vou secar com a escova. Ah! Peguei calcinha para você! — Caminhamos até a mesa, sentei-me na cadeira e ela começou a secar meus cabelos. Beijou o topo de minha cabeça, aquilo fez meu corpo se arrepiar. — Você está feliz?

— Sim! Sempre estou feliz com você. — Eu disse e ela depositou um beijo casto em meus lábios.

— Eu estava com saudades.

— Eu também.

Ficamos em silêncio por alguns minutos e ela finalizou o que fazia em meus cabelos, iniciando um beijo de tirar o fôlego.

— Fiquei sabendo que gosta de preto, então... — Ela abriu o sobretudo e lá estava ela, com um vestido super marcante. O mesmo marcava suas belas curvas, fiquei olhando sem acreditar na mulher exuberante que estava em minha frente toda minha. Ela puxou um pouco do vestido para cima e sentou-se em meu colo, beijando-me. Adorava beijar aqueles lábios, parecia que eles tinham sido feitos para eu beijar. Eu havia beijado muitas pessoas antes dela, mas o beijo era vazio, sem gosto, todavia o beijo dela era cheio de alguma coisa que eu não sei explicar, me fazia querer mais. Poderia passar uma eternidade beijando seus lábios.

Naquela manhã fizemos amor. Nos beijamos tanto, mas tanto, que nossas bocas ficaram inchadas.

Eu tinha que ir embora antes do Pedro chegar, o filho mais velho dela, então ela me deu uma chave, para que eu pudesse sair. Mas quem disse que ela me deixou ir? Não! E eu adorei! Sugeri que eu me escondesse em baixo da cama, mas a mesma era box, então não dava. Foi então que ela sugeriu o roupeiro, foi engraçado, mas achei uma ótima idéia. Testamos para ver se eu entrava, mas ela ficou super mal por eu ficar lá, disse que eu poderia ficar deitada na cama uma vez que o menino não subia, almoçava e ia para o curso. Fiquei deitada por alguns instantes, ela subiu e nos beijamos novamente, eu não queria largar ela por nada, e nem ela a mim.

— Lili, você tem que descer, ele vai chegar.

— Eu sei, mas não quero parar de te beijar.

— Nem eu. Eu te amo!

— Eu também te amo!

Ouvimos a voz do menino, foi então que ela desceu. Fique desesperada e entrei no roupeiro. Fiquei lá até que ele saísse.

Ele almoçou ela começou a fazer perguntas para ele, o que o deixou irritado.

— Mãe, tu bebeu?

— Sim! Bebi todas!

— Tu beijou alguém? Está com a boca inchada.

— Quem eu ia beijar, Pedro? Tu sabe muito bem que eu tenho uma alergia horrível e fico assim. O João também fica.

— O teu amante!

— Que isso Pedro! Você acha mesmo que eu tenho tempo para ter um amante?

— Nas quartas!

— Ai Pedro! 

— Me empresta o teu celular?

— Não vou te emprestar o meu celular.

— Tomara que ele estrague quando tu mais precisar!

— Para quê tudo isso? Sabia que em 20 anos de casamento teu pai nunca olhou o meu celular, nunca desconfiou e nunca soube de nenhuma traição, porque eu nunca o traí. — Mentiu.

— Que não desconfia, o que! Ele acha que tu tem um caso com o Leandro.

— Leandro? O pedreiro? Aí Pedro! Por favor!

— Tá, mãe!

— Você quer mais comida?

— Não!

— Hoje eu não vou te levar, tá? Vai com o Vitor.

— Ok! — Ele se levantou e saiu.

Óbvio, eu ri dentro daquele roupeiro quando escutei a discussão.

Eliane subiu as escadas e me chamou.

— Gi? Cadê tu? Sai daí.

— Eu não acredito que você está me traindo com o pedreiro! — Disse abrindo a porta.

— Não!

— Eu não posso acreditar. — Disse brincando. — Tu deu pro pedreiro, Lili?

— Pior que eu dei! — Caímos na gargalhada.

Ela escovou os dentes e deitou na cama ao meu lado.

— Mas pensa que o pedreiro tinha um tico desse tamanho... — Ela diz fazendo gesto com as mãos.

— Prefiro não imaginar.

— Mas não significou nada!

— Sei!

— Não mesmo! — Ela me beijou e começou a tirar minha roupa. Transamos na cama do casal. Caramba, aquilo foi maravilhoso. Os gemidos dela eram a coisa mais prazerosa do mundo. Eu adorava colocar minha boca na sua intimidade, me sentia privilegiada. Seu gosto era maravilhoso. — Tu é melhor do que qualquer pedreiro.

— Sei! Eu não tenho um pênis!

— Nem precisa.

Fiquei olhando para ela. Eu não sabia se aquilo era verdade. Eu não sabia se ela sentia o mesmo prazer que eu sentia quando ela me tocava. Ela dizia que sim, e quando não conseguia chegar até o ponto extremo do prazer, ela falava. Porém eu não sabia se era melhor que o pedreiro e nem nunca iria saber.

Deitei ao lado dela e ela me abraçou. Ficamos abraçadas até que ela caiu no sono. Dormiu uns 20 minutos enquanto eu a observava. Fiquei me perguntando o que eu tinha feito de tão maravilhoso na vida para ter o amor dela. Acho que ela só me retribuía com o mesmo sentimento que eu tinha por ela. Mesmo quando brigávamos, eu sabia que era tudo da boca pra fora. Eu sabia que ela me amava mesmo quando dizia que me odiava.

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