Capítulo 23: Domingo

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Início da noite de sábado...

- Vamos tomar um banhinho, filha?- perguntou à Anne.

A menina estava olhando fixo para a TV, sentada ao lado de tio Bira, o senhor já havia adquirido o hábito de assistir a todos os desenhos que a neta gostava, até mesmo quando a menina estava na escola o senhor sentava pra ver alguns desenhos o quê causava graça em tia Dolores.

- Agora não, mãe!- disse emburrada.

- Vamos, Anne! Depois você volta.

A menina se levantou emburrada, parecia uma adolescente quando se era obrigada a fazer algo que não queria.

(...)

Tália já havia jantado quando o celular tocou, ela pegou o aparelho rapidamente e saiu da mesa sobre o olhar curioso da tia que retirava a mesa.

-Alô.

-Oi, Tália!

-Oi, Darío. Tudo bem?

-Tudo, foi na sua irmã?

- Fui sim, passamos o dia lá...

- Que bom...Pesquisei o que poderíamos fazer amanhã com a sua filha e achei podemos passar o dia na Lagoa Rodrigo de Freitas.

- Acho que ela vai gostar, sempre tem muitas crianças por lá...

- Então passo por aí às dez da manhã pra podermos aproveitar bem.

Tália achou lindo que ele quisesse passar o dia com ela e a filha, mas custava se sentir à vontade com ele neste sentido depois de ter sido acostumada a tê-lo como alguém inalcançável para ela. Apesar de tudo ia aproveitar tudo que pudesse ao lado dele.

-Estaremos esperando...

-Certo. Até amanhã, beijo.

-Até...

Assim que tirou o celular do ouvido se deparou com a tia a olhando, esperando uma explicação certamente.  Desde que   soubera que Tália sairia com a filha no outro dia que esperava saber para onde e com quem, no fundo imaginava, mas queria a confirmação da sobrinha.

- Você vai sair com ele e a Anne? Ele já sabe?

Tália guardou o celular no bolso da bermuda e disse:

- Não, tia.  Ele quer passear amanhã com Anne e tudo que eu sempre sonhei está se tornando realidade, por isso vamos passear amanhã. Espero que ele goste muito dela... Quero muito poder dizer a verdade e que ele goste de saber de tudo, principalmente, porque ela é uma menina linda!- falava emocionada.

A tia se aproximou e puxou Tália para os seus braços:

-É impossível não amar a Anne, filha. Tenho certeza que tudo vai dar certo...fique calma. Só não deixe passar muito tempo escondendo a verdade dele, porque pode ser tarde demais quando você finalmente contar.

- Não vou deixar...

As duas se soltaram e a tia voltou para a cozinha, deixando a sobrinha com suas emoções.

(...)

No outro dia...

Anne havia escolhido a roupa que ia usar para sair com a mãe, há algum tempo a menina já resolvia o que usar, se a mãe pegava uma roupa que ela não queria, ficava emburrada ou até armava um pequeno escândalo. Já com tia Dolores não reclamava, aceitava tudo que a tia dizia sem questionar...Tália sabia que a menina fazia isso porque era muito mimada por ela, mas no seu íntimo achava que o gênio da menina era igual ao do pai, se é que era possível herdar personalidade de pai e mãe. Afinal a menina nunca conviveu com o pai então não poderia dizer que aprendeu com o pai a agir daquela maneira.

Tália (Completa)Onde histórias criam vida. Descubra agora