"Os olhos que tudo veem"

5.3K 584 963
                                    

X Capítulo 8 X

Bakugou suspirou pela quarta vez nessa manhã. Não havia dormido direito pelo fato de que muitos pesadelos o atormentaram durante a noite. E quando pensava em deitar-se junto à Izuku – já como sentia-se seguro ao lado dele – mudava de ideia por acreditar que seu lobo faria mal ao ômega. Katsuki estava assustado pois não confiava nem em si mesmo.

— Bro, você viu a cara de merda daquela professor quando o aluno da sala B o ameaçou por ter paquerado seu ômega? — Ejirou disse animado. — Foi fantástico. Aquele velho pedófilo mereceu!

O moreno encarou seu melhor amigo com um olhar vazio e forçou uma risada. Kirishima por mais bobo que parecesse, era perspicaz e só de ver esse gesto, soube na hora que algo andava mal com o alfa mais velho. Apesar de que era muito difícil tirar alguma informação de Katsuki, o ruivo mesmo assim tentava saber mais sobre a vida misteriosa do companheiro.

Era o seu "best bro ever", óbvio que se preocupava.

— E agora, o que anda te perturbando? — questionou com um tom carinhoso. Às vezes, Ejirou pensava que conversava com uma criança mimada.

— Do que está falando? — exaltou-se, pondo uma expressão indignada. — Eu estou perfeitamente bem. Por que não volta a falar sobre como você se transformou no paga pau do Kaminari?

— Cruel, Bakubro! — falou, pondo a mão no coração como forma de drama. — Ou será que... você está com ciúmes? — sorriu perverso.

— Eu? Com um ciúme de um bosta como você? — sorriu irônico. — Vai ver se eu estou na esquina, Kirishima! Ou melhor, vai lá com o ômega que tenho certeza que ele precisa de consolo~

— Com essa atitude de merda, nunca vai encontrar alguém que te ame! — rebateu irritado, dessa vez.

Por um breve momento, o alfa mais novo notou algo nos olhos carmim de Bakugou. Foi como se de repente eles perdessem o brilho, de forma sombria e sinistra. Porém, logo eles voltaram ao normal, sendo que o único gesto estranho que Katsuki fez, foi virar o rosto para o outro lado.

— Mentira... — murmurou incrédulo. — Você está gostando de alguém?

— Cale-se!

— Quem é, Bakugou? — alterou-se. Pela atitude do amigo, com certeza não era uma boa notícia. — Me responda!

Porra, nem eu sei o que sinto direito, tá legal?! — explodiu, agarrando-o pela camisa. — A droga do meu lobo despertou e ando fazendo muita cagada, beleza?! Não me faça ter que dizê-las ao meu melhor amigo! Por que eu... — fez uma breve pausa, encarando profundamente os olhos vermelhos de Ejirou. — Não quero que sinta nojo de mim...

Quando Katsuki tratou de se levantar, Kirishima segurou seu pulso com força. O tom abatido de Bakugou mexeu com o seu organismo, fazendo o seu instinto protetor se manifestar. O loiro estava carregando algo pesado sozinho, então ele deveria ajudá-lo sem importar o que seja. Ejirou era o melhor amigo dele, nunca o deixaria na mão por mais que a situação fosse crítica.

— Eu nunca sentiria nojo de você.

— Você só está dizendo isso porque não sabe o que é. — sorriu entristecido. — É melhor guardar isso só para mim. É repugnante. Imoral. Entendeu?

— Mentiroso! Por acaso todos esses anos de amizade não significaram nada?! Eu confio em você cegamente, então por que isso não pode ser recíproco?! — esbravejou, dessa vez foi ele quem agarrou a camisa do mais velho. — Vê se cresce! Você está passando por uma fase difícil e quer mesmo passar por isso sozinho?! Não me foda!

Complexo de Édipo [ KatsuDeku ]Onde histórias criam vida. Descubra agora