"O prévio caos"

3.8K 444 436
                                    

X Capítulo 12 X

Katsuki simplesmente se lançou nas pernas do seu melhor amigo. Chorava, dizia frases sem sentido e cravava as unhas na pele de Ejirou. Seu cérebro ainda não processava a catástrofe que acabara de ocorrer, sendo o instinto o responsável por fazê-lo chegar na casa do seu melhor amigo. Cego estava por causa do pânico e preocupação.

O ruivo se esforçou ao máximo para carregá-lo até a sala. Era uma casa pequena e simples, pois como Ejirou ainda não trabalhava, não possuía recursos para comprar uma maior. Quando conseguiu chegar, colocou-o delicadamente no sofá e se sentou ao seu lado. Nunca havia visto Bakugou nessa situação, porém não podia se desesperar também, caso contrário estaria sendo um inútil. Manter a calma quando seu peito estava sendo consumido pelo medo seria uma tarefa complicada.

— Bakugou. — colocou a mão em seu ombro, ao mesmo tempo que usava uma voz tranquila. — Consegue me dizer o que aconteceu?

Os olhos mortos e inchados caíram sobre si de uma forma tão preguiçosa que Ejirou temeu que seu amigo estivesse perdendo a consciência.

— Cometi... uma falha. — sussurrou, com a voz rouca por causa da garganta machucada. — E perdi tudo de bom que eu tinha. — Katsuki agarrou o braço do outro alfa com força, encarando-o de forma suplicante. — O que fazer quando seu destinado resulta ser sua mãe, Ejirou?

Kirishima levou as mãos até a boca para impedir um grito de horror. Seu lobo rosnou, incomodado com a confissão que acabara de receber. Por dentro sentia nojo, mas sua humanidade o impedia de manifestar essa sensação. A culpa não era deles. Não era. Sendo assim, por que queira arrumar um culpado para isso?

Caralho de merda! — exclamou, impulsionando o corpo para trás. — Essa é a primeira vez que escuto algo assim! Céus, já existiu algum caso parecido antes?! Quero dizer, a natureza deve saber os tipos de relacionamento! Nunca surgiu um caso de um filhote ser o destinado de algum dos seus progenitores, cacete!

— EU SEI PORRA! — gritou, com um tom animalesco. Mais um pouco e perderia o controle. Ejirou sentia os feromônios de agressividade no ar, porém não iria recuar. — A questão é que... desgraça, muitos conflitos ocorreram na minha casa. Torturas que não sou capaz de repassar a você nem se eu quisesse. E agora... não sei o que Izuku vai sofrer nas garras daquele monstro!

— Devemos chamar a polícia, então. — falou, preparando-se para levantar. Todavia o alfa loiro o impediu, colocando o braço em sua frente. — Bakugou?

— A polícia não vai encontrar evidências. Aos olhos de todos, somos uma família perfeita. Criada em um universo de mentiras. É provável que aquele puto consiga manipula-lós e me acusar de abuso sexual. Que eu perdi o controle e forcei minha própria mãe. — seu tom diminuía a cada palavra dolorosa que pronunciava. — Porque assim como você disse: nunca antes houve um caso de filho e mãe serem destinados.

Ejirou puxou-o para um abraço, colocando-o por entre suas pernas. Nunca imaginou que, por trás desses sorrisos arrogantes e frases narcisistas, esconderia um jovem assustado que sofria dentro de sua própria casa. E que agora, de forma totalmente impensável, descobriu que seu parceiro eterno era aquele que lhe trouxe ao mundo.

Que martírio. Seu amigo não merecia passar por essa tragédia.

— Eu te conheço bem o suficiente para saber que você quer peitá-lo. — falou, com uma risada forçada. Bakugou esfregou a face em seu peito, mostrando que Ejirou estava certo. — Pretende fazer seu lobo tomar o controle e foda-se as consequências. Sei que passará a fortalecer o seu corpo e ingerir hormônios para aumentar sua força. Mas, meu irmão, devo pedir para que tome cuidado. A vida não é um conto de fadas onde você é o herói que, do nada, se transforma no melhor de todos.

Complexo de Édipo [ KatsuDeku ]Onde histórias criam vida. Descubra agora