Dois

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Penélope Warn, minha mãe, estava causando uma das maiores dores de minha vida

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Penélope Warn, minha mãe, estava causando uma das maiores dores de minha vida.


Eu fui trancada no quarto sem permissão para nada, até que eles me buscassem para viajarmos até Los Angeles.



A dor em meu peito era enorme. Se alastrava pela minha alma e sugava todo o ar que me pertencia.


Eu havia chorado a noite toda, procurando desesperadamente por uma solução. Will não sabia de nada, eu não podia avisar porque tiraram meu celular.


Eu não queria ficar sem meu bebê e nem meu amor. E agora eu estava disposta a tudo, para fugir das pessoas que se diziam meus pais.



A porta se abriu e Alicia, uma de nossas empregadas entrou no quarto com uma bandeja na mão e me olhou com pena. Ela era uma senhora fofinha e me ajudava todas as vezes, principalmente em sair da dieta.



Me levantei da cama rastejando desesperada e ela negou com a cabeça.



- me perdoe, menina.



- me ajude, Ali. Eu preciso muito de você, por favor.



Ela me encarou com dor nos olhos. Eu sabia que eu a podia prejudicar, mas eu queria que ser egoísta naquele momento.



- eu só preciso de um telefone ou...ou melhor!- pulei da cama e peguei meu bloquinho de notas, rosa e uma caneta.- entregue isso para Will por favor.



Naquele bilhete havia a maior loucura que eu iria fazer, mas seria por amor. Eu iria ter meu bebê e iria ficar com meu amor. Ainda havia esperança em um plano pensado em desespero.




- entrega isso nas mãos dele por favor. Ele vai saber o que fazer quando ler.



Quando ela saiu do quarto com um sorriso maternal e um beijo depositado em minha cabeça, e eu soube que ainda havia esperança.


***


Eu agi como a filha perfeita que minha mãe sonhou. Na manhã seguinte, eu estava no avião indo em direção a um casamento sem amor, com um homem bem mais velho que eu.

Os olhares de meus pais eram frios e sem sentimento em minha direção e a única maneira de me sentir forte, foi pensar nos meus amores.



Com tudo planejado, eu cheguei em casa dos Haynes e fiz o que mamãe quis.


Recebi o retorno de Will numa ligação, quando eu consegui meu celular de volta.



- amor, voce tem certeza disso? E se vocês se machucaram?.- ele perguntou preocupado e eu sorri encarando minha mochila.



- vai dar tudo certo é só você me esperar onde eu falei.



Prendi meus cabelos ruivos sobre a cabeça.



- pegou o dinheiro que eu disse?



- claro.



Eu fiquei triste quando ele teve que pegar suas poupanças para a universidade para me encontrar em San Diego, cidade próxima a Los Angeles. Mas naquele momento, era preciso todo dinheiro para nosso futuro.

- eu estou com um mal pressentimento.



- Will, essa é a nossa única solução. Só assim vamos poder ficar juntos com nosso bebê.



- você vai fingir sua morte!- ele falou e pude ver seus olhos arregalados e o medo neles.



- meu amor, vai dar tudo certo. Eu vou sair do carro antes dele cair no penhasco e eles não vão saber que morri porque não vão encontrar meu corpo.- falei e ouvi ele suspirar.



- pelo amor de deus, tenha cuidado e cuide de nosso bebê.



- cuidarei.



- eu amo muito vocês dois. Vocês são minha vida.- ele falou e eu sorri.



- também te amo. Muito, muito muito.



- se cuida meu amor.



Eu senti o medo quando ele desligou, mas sabia que tudo aquilo seria necessário.


Quando mamãe e eu saímos da casa dos Haynes indo em direção a clínica repensei todo o plano. Não teria erro.

Entrei na clínica e fui atendida rapidamente onde me puxaram para uma sala e sem minha mãe, me deram instruções do processo.



A primeira coisa que notei foi a janela onde podia sair da sala. Peguei minha mochila e pulei o lugar não muito alto.


Havia uma seringa em meu bolso com um líquido que faria o médico ficar desacordado por todo o tempo em que fugiria, mas quando vi a janela vi que poderia fugir logo de lá, mesmo que o tempo seria menor quando ele descobrisse que eu não estava lá e avisasse minha mãe.



Entrei no carro de mamãe estacionado na frente da clínica e acelerei tanto quanto as batidas do meu coração.


Seria algumas horas até San Diego.



- Hope.- ouvi a voz dele do outro lado e sorri.



- já estou na estrada, onde você está?



- aeroporto. Vou pegar um táxi.



- ok, meu amor. Até logo.



- amo vocês.


HOPE || Primeiro LivroOnde histórias criam vida. Descubra agora