Acordei sentindo meu corpo menos cansado. Abri os olhos encarando cortinas brancas e um quarto bem decorado.
Me sentei na cama esfregando os olhos e a porta se abriu.— bom dia minha filha.— uma senhora que aparentava ter um pouco mais que a idade de minha mãe entrou com uma bandeja na mão.
— bom dia.
— está se sentindo melhor?
— sim, obrigada por perguntar.
Ela colocou sobre a cama a bandeja onde e continha suco, salada de frutas e pão de queijo.
— vamos comer para deixar esse bebê fortinho e depois tomar um banho. — sorri para ela e agradeci.— sou Grace, mãe de Kyle. Ele foi trabalhar mas volta antes do almoço para te levar na clínica.
Arregalei os olhos e a olhei.
— tenha calma, ele já tratou de tudo e ninguém vai saber que é você.
Suspirei abrindo um sorriso fraco. E comecei a decorar tudo.
Dona Grace soltou um riso e se levantou abrindo as cortinas.— precisamos fazer compras, você não tem nada.
— dona Grace, obrigada por tudo e me desculpe o incómodo. Eu sei que é estranho e sou uma completa estranha numa situação péssima, mas Kyle foi minha única solução. Sabe quando você não se perde de si mesmo e a única força está noutra pessoa?— ela assentiu.
— eu sei. Minha força foi o meu filho quando o pai dele o abandonou.
— kyle foi abandonado pelo pai?
— ele meteu o pé quando soube que eu fiquei grávida.
Ri de sua expressão e voltei a comer tentando afastar os pensamentos da cabeça.
Eles pareciam pessoas legais.…
Kyle me buscou como de combinado e me levou numa clínica. Ele entrou comigo nas consultas e exames e deram entrada com o pré-natal.
Eu fui introduzida numa nova dieta e me recomendaram yoga, para reduzir o estresse e Kyle pediu também por um psicólogo.Eu havia chorado muito nesses dias, mas pela primeira vez meu choro não foi de tristeza. Não totalmente.
Eu ouvi o coraçãozinho do meu bebê bater através da máquina e chorei de felicidade por ele estar ali e por ser a coisa mais estranha aquela sensação. Ele era a única lembrança de William, meu amor. Ele era meu pedacinho de esperança e amor. Minha força para voltar a viver.— aí meu deus, Kyle! Olha isso!— falei encarando o pequeno ser através do aparelho.
Ele sorriu e vi seus olhos marejarem. Eu estava agitada. E acima de tudo feliz. O medo não me atingiu naquela hora e eu só pude pensar no que Will faria se visse aquele amendoim.
— vosso bebê.— a médica falou e sorriu.— ele está aguentando firme, mas precisamos dos cuidados, ok?.
Assenti vidrada na pequena televisão.
— então Malia e Kyle, vosso bebê vai completar quatro meses precisamos correr com os exames de rotina, o pré natal, as vitaminas…
— faremos tudo isso.
Quando saímos da sala, Kyle me encarou e sorriu. Não me aguentei e pulei em seu pescoço o agradecendo por aquele pedaço de alegria. Eu sabia que ele não iria usar o meu nome e ele respeitou isso.
— almoçamos e te deixo no shopping com minha mãe para comprares o que precisares tudo bem?
— tudo sim. Muito obrigada novamente.
Ele sorriu e partimos do hospital.
Almoçamos num silêncio bom que era quebrado algumas vezes por um de nós.
Após o almoço como de prometido, Kyle me deixou no shopping onde vi dona Grace me esperando perto da praça de alimentação.— tenha uma boa tarde filho.
— para vocês também.
Kyle deu partida com o carro e me virei para dona Grace que me incentivou a andar.
Confesso que enquanto andava pelo shopping procurava nas lojas algum cartaz que mostrasse a necessidade de empregados. Estava nos meus planos sair da casa de Kyle o quanto antes.
Eu estava muito grata e acho que ficaria para sempre, mas não queria dar trabalho.— vamos comprar o que precisa agora ok? Quando a barriga crescer nos compramos roupas maiores. Escolha o que goste.
Naquele momento eu notei que não sabia o meu estilo. Minha mãe escolhia cada uma das minhas roupas minuciosamente prestando atenção em tudo.
Encarei as roupas e me preocupei com coisas confortáveis e que sejam bonitas. Acabei por comprar vestidos, macacões, alguns shorts e calças e poucas saias. Algumas roupas íntimas também.
De sapatos comprei duas rasteirinhas e dois tênis. Comprei produtos de higiene e uso pessoal e por fim passei numa loja de bebê.— não quer entrar para ver?
Encarei dona Grace e sorri de leve.
Entramos na loja encarando tudo. Havia tantas roupinhas, sapatinhos, brinquedos e até produtos.— quer algo?
— não. Já chega de compras por hoje.
— ah mas, esse é fofo.
Ela andou até onde tinha um macacãozinho cinza e pegou se virando para mim. Sorri.
— gosta?
— é lindo!
— vamos levar esse!— ela se virou para a atendente que sorria para nós.
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HOPE || Primeiro Livro
RomanceLivro #1 - completo Hope Warn é uma jovem apaixonada. Um fantoche em sua casa, Hope é filha de grandes empresários muito influentes em Washington. Quando descobre uma gravidez do jardineiro de sua mansão, tenta enfrentar a mãe querendo ficar com o...