Sete

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Acordei sentindo meu corpo menos cansado

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Acordei sentindo meu corpo menos cansado. Abri os olhos encarando cortinas brancas e um quarto bem decorado.
Me sentei na cama esfregando os olhos e a porta se abriu.

— bom dia minha filha.— uma senhora que aparentava ter um pouco mais que a idade de minha mãe entrou com uma bandeja na mão.

— bom dia.

— está se sentindo melhor?

— sim, obrigada por perguntar.

Ela colocou sobre a cama a bandeja onde e continha suco, salada de frutas e pão de queijo.

— vamos comer para deixar esse bebê fortinho e depois tomar um banho. — sorri para ela e agradeci.— sou Grace, mãe de Kyle. Ele foi trabalhar mas volta antes do almoço para te levar na clínica.

Arregalei os olhos e a olhei.

— tenha calma, ele já tratou de tudo e ninguém vai saber que é você.

Suspirei abrindo um sorriso fraco. E comecei a decorar tudo.
Dona Grace soltou um riso e se levantou abrindo as cortinas.

— precisamos fazer compras, você não tem nada.

— dona Grace, obrigada por tudo e me desculpe o incómodo. Eu sei que é estranho e sou uma completa estranha numa situação péssima, mas Kyle foi minha única solução. Sabe quando você não se perde de si mesmo e a única força está noutra pessoa?— ela assentiu.

— eu sei. Minha força foi o meu filho quando o pai dele o abandonou.

— kyle foi abandonado pelo pai?

— ele meteu o pé quando soube que eu fiquei grávida.

Ri de sua expressão e voltei a comer tentando afastar os pensamentos da cabeça.
Eles pareciam pessoas legais.

Kyle me buscou como de combinado e me levou numa clínica. Ele entrou comigo nas consultas e exames e deram entrada com o pré-natal.
Eu fui introduzida numa nova dieta e me recomendaram yoga, para reduzir o estresse e Kyle pediu também por um psicólogo.

Eu havia chorado muito nesses dias, mas pela primeira vez meu choro não foi de tristeza. Não totalmente.
Eu ouvi o coraçãozinho do meu bebê bater através da máquina e chorei de felicidade por ele estar ali e por ser a coisa mais estranha aquela sensação. Ele era a única lembrança de William, meu amor. Ele era meu pedacinho de esperança e amor. Minha força para voltar a viver.

— aí meu deus, Kyle! Olha isso!— falei encarando o pequeno ser através do aparelho.

Ele sorriu e vi seus olhos marejarem. Eu estava agitada. E acima de tudo feliz. O medo não me atingiu naquela hora e eu só pude pensar no que Will faria se visse aquele amendoim.

— vosso bebê.— a médica falou e sorriu.— ele está aguentando firme, mas precisamos dos cuidados, ok?.

Assenti vidrada na pequena televisão.

— então Malia e Kyle, vosso bebê vai completar quatro meses precisamos correr com os exames de rotina, o pré natal, as vitaminas…

— faremos tudo isso.

Quando saímos da sala, Kyle me encarou e sorriu. Não me aguentei e pulei em seu pescoço o agradecendo por aquele pedaço de alegria. Eu sabia que ele não iria usar o meu nome e ele respeitou isso.

— almoçamos e te deixo no shopping com minha mãe para comprares o que precisares tudo bem?

— tudo sim. Muito obrigada novamente.

Ele sorriu e partimos do hospital.
Almoçamos num silêncio bom que era quebrado algumas vezes por um de nós.
Após o almoço como de prometido, Kyle me deixou no shopping onde vi dona Grace me esperando perto da praça de alimentação.

— tenha uma boa tarde filho.

— para vocês também.

Kyle deu partida com o carro e me virei para dona Grace que me incentivou a andar.
Confesso que enquanto andava pelo shopping procurava nas lojas algum cartaz que mostrasse a necessidade de empregados. Estava nos meus planos sair da casa de Kyle o quanto antes.
Eu estava muito grata e acho que ficaria para sempre, mas não queria dar trabalho.

— vamos comprar o que precisa agora ok? Quando a barriga crescer nos compramos roupas maiores. Escolha o que goste.

Naquele momento eu notei que não sabia o meu estilo. Minha mãe escolhia cada uma das minhas roupas minuciosamente  prestando atenção em tudo.
Encarei as roupas e me preocupei com coisas confortáveis e que sejam bonitas. Acabei por comprar vestidos, macacões, alguns shorts e calças e poucas saias. Algumas roupas íntimas também.
De sapatos comprei duas rasteirinhas e dois tênis. Comprei produtos de higiene e uso pessoal e por fim passei numa loja de bebê.

— não quer entrar para ver?

Encarei dona Grace e sorri de leve.
Entramos na loja encarando tudo. Havia tantas roupinhas, sapatinhos, brinquedos e até produtos.

— quer algo?

— não. Já chega de compras por hoje.

— ah mas, esse é fofo.

Ela andou até onde tinha um macacãozinho cinza e pegou se virando para mim. Sorri.

— gosta?

— é lindo!

— vamos levar esse!— ela se virou para a atendente que sorria para nós.

HOPE || Primeiro LivroOnde histórias criam vida. Descubra agora