Vinte e dois

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Quando me levantei, Kyle não estava no quarto

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Quando me levantei, Kyle não estava no quarto. Tomei café da manhã encarando o bilhete que havia deixado sobre a cama dizendo que estaria em baixo, na academia e me arrumei para dar um passeio com Olívia.
Eu a havia tirado da cama exatamente para conversar com uma amiga sobre a noite maravilhosa mas confusa que eu havia tido.

Eu não havia me arrependido, mas ali havia sentimentos. E eu não estava tão preparada para aquilo.

Kyle havia me dito coisas que me faziam sair dos eixos de tudo o que eu havia imaginado e sonhado para o futuro que fora projetado para ser apenas  eu e meu bebê. Ele abriu outro horizonte, mas ainda havia mais. Duvidas.

Quando a conversa de Olívia me deixou com vontade de ter uma mais profissional e mais aberta, corri para a única pessoa que sabia tudo sobre mim em Lincoln, pois mesmo profissionalmente, Helen sabia ouvir, falar e quando fazê-los.

— você se arrependeu?

— não.— falei.— foi bom, eu realmente precisava daquilo, sabe? Meu eu mulher, sem essa bagagem e tudo isso de hormônios. Mas eu ainda não estou pronta para o que pode vir.

—diz, um relacionamento? — assenti.— você não está pronta, ou não quer estar?

— os dois. Eu ainda sinto a falta dele. Eu ainda o amo.

— tem medo de amar?

Ponderei na resposta maneando a cabeça e no final, neguei.

— você não pode se privar da vida e de sentimentos. O amor que sente por William é algo que nunca pode morrer, para você. Mas vai continuar lá, sendo memória e história. Ele com o tempo vai fazer parte de você, mas você vai deixá-lo ir, pois ele iria querer o mesmo. Voçê precisa se libertar da dor e desses sentimentos que te prendem ao passado e seguir em frente.

— eu não amo, Kyle. — falo.— Eu sinto algo por ele, uma atração, um sentimento mais forte.— tentei explicar.— mas não é amor.

— amor é algo que vem com o tempo, Hope. Amor acontece todos os dias e quando der por si.. Você não pode se agarrar ao que viveu com William. Sua vida continua.

— eu nunca vou amar uma pessoa como amei Will.

— claro que não, serão pessoas diferentes, situações diferentes, maturidades diferentes. Se Kyle te faz bem, tenta.

— Eu não estou preparada para deixá-lo ir.— voltei a repetir.

— leve seu tempo, converse com ele. Tudo melhora com conversa.

...

Quando cheguei em casa a primeira coisa que vi foi o corpo de kyle estendido no sofa.
Ele parecia num sono profundo e então eu me aproximei o observando.
Seu abdomen subia e descia lentamente a medida que respirava.

Kyle era lindo. Moreno, alto e seu corpo era de uma definição deliciosa aos olhos e toques. Sua personalidade desde o carater, humor, simplicidade era algo que não dificultava o processo de sentir.

Me agachei ainda o encarando.

— eu também sinto.— falei mesmo sabendo que ele não me escutava. Talvez aqui fosse para ganhar coragem.

Pousei minha mão sobre seu rosto o acariciando e sua mão a acariciou de leve. Seus olhos se abriram me tendo como foque e ele se aproximou de mim juntando nossos lábios.

Fiquei surpresa.

O beijo foi curto, mas ele foi quem interrompeu. Kyle me puxou para o sofa e sorriu de leve dando indicio para que eu pudesse continuar.

— eu também sinto algo por você— comecei colocando a mão em seu peito—, mas ainda não é suficiente. Eu preciso de tempo para mim e organizar minha vida. Eu tenho uma bagunça dentro de mim para ser arrumada Kyle, e para começar, há alguém.

— o pai.— foi mais uma afirmação do que uma pergunta.

— o pai. Eu ainda o amo.— respirei fundo.— mas ele não está mais aqui, Will está morto e não posso deixar de amá-lo por isso.

Ele segurou minha mão.

— eu ainda não o consegui deixar ir então preciso de tempo para arrumar isso também. Mas eu entendo se voçê não esperar esse tempo que será algo indeterminado. Eu só queria ser honesta e dizer que não te posso dar nada agora.

— eu espero.

O olhei direto em seu rosto e foquei nos olhos cor de mel. Kyle era jovem e muito bonito. Poderia ter qualquer mulher que também gostasse dele e sem ser muito complicada como eu.

— eu entendo o que está passando Hope. Não peço para passar sobre seu luto e dar um passo maior do que pode. Eu sempre estarei aqui te apoiando e… eu demorei tanto tempo para descobrir o que eu senti quando te encontrei vulnerável naquela praia, agora não posso desistir de voçê. Voçê nunca me obrigou ou coisa assim, eu sentia algo de diferente em voçê.

— então nossa convivência continua normal.

— apenas mais clara. Eu sabia que não poderia ter nada de voçê agora com tudo o que aconteceu e o bebê.

Peguei a mão de kyle e coloquei em minha barriga sorrindo, quando meu bebê chutou. Aquilo era um ótimo sentimento. Era como se algo fosse correspondido.

Kyle sorriu e beijou minha barriga pousando a cabeça nela de leve. Dei rizada mas ele continuou ali, com as duas mãos espalmadas na barriga e a cabeça nela, falando coisas com uma vozinha de bebê.


• Vocês não acreditam que os ultimos capitulos sumiram e eu tive que fazer tudo de novo! Não ficou como antes, aff.
O que acharam?


HOPE || Primeiro LivroOnde histórias criam vida. Descubra agora