Seis

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Ela era estranha e aquela situação era fodida

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Ela era estranha e aquela situação era fodida.
A ruiva dormia agora no meu quarto de hóspedes portando com certeza um passado fodido o suficiente para tentar suicídio.

Hope parecia com tudo, menos com o significado de seu nome.

Ela chorava quando dormia e eu acabava por ficar agoniado de mãos atadas por não saber o que fazer.

— você está maluco, kyle?— minha mãe perguntou.— está louco? Trazer uma desconhecida para outra cidade, para sua casa? E se ela for uma criminosa!? Voçê sabe que podem te acusar de sequestro!

— ela não é criminosa e parece maior— mexi o copo de whisky o encarando.

— como sabe? E parece maior?! Voçê nem sabe se o nome dela é assim mesmo.

— mãe ela não é criminosa. Hope só precisa de ajuda.

— e tinha que ser de você?

— não foi o que me ensinou?!

Minha mãe suspirou olhando para a porta e passou as mãos nos cabelos. Me virei e encontrei a ruiva segurando seu corpo contra o lençol um pouco manchado.
Seus olhos me encontraram assustados e eu pulei do sofá.

— estou sangrando.— falou baixinho.

— chame o médico mãe!

Eu a segurei no colo a levando para a cama. Ela gemia de dor e seus olhos me agoniavam.

— eu não posso perder meu bebê, kyle. Me ajuda.

— eu vou. Eu vou te ajudar. Fica calma.

— eu não posso.

Eu tentei acalma-la até que o médico chegasse.
Milles entrou e fez todos os procedimentos e quanto eu encarava de longe.
Minha mãe apareceu no quarto quando ele já saía.

— então?

— foi estresse, cara. — ele respondeu.— ela tem passado por algo muito forte para esse momento colocando a gravidez em risco.

— então ela não perdeu o bebê?

— não, mas precisa ir ao médico. Ela precisa ir ao hospital onde podemos fazer exames mais certos. Pré natal e todas essas coisas.— Milles me encarou. Com certeza não estava entendendo nada.

— vou fazer uma sopa para ela.— mamãe falou.

— ela não irá acordar hoje. Eu dei um calmante para ela.

Levei Milles na porta e ele me encarou.

— eu sei o que está pensando. O filho não é meu.

— eu sei, mas Malia sabe?

— não cara. — suspirei passando as mãos nos cabelos.— eu a salvei de um afogamento que aparentemente era proposital.

— o que? Ela estava se suicidando? Grávida?!

Assenti exausto e ele me encarou petrificado.

— e o porque?

— não sei. Ela não me contou. Não a levei para o hospital porque não quis. Ela estava assustada cara, algo grave aconteceu pois ela chora muito e principalmente se falar no pai.

— talvez ele a abandonou.

— é pode ser. Mas eu preciso que marque uma consulta para ela com outro nome.

— você está louco? Nem a conhece! E eu não posso fazer isso!

— por favor cara.

— e sem documentos? Não dá, Kyle.

—Milles, cara, pela nossa amizade.

Ele me encarou por um tempo com aquele ar de desconfiado. Soltou o ar lentamente num suspiro e assentiu.

— olha lá onde se mete. Malia é ciumenta o suficiente.— falou e assenti. Minha cabeça latejava. — leva ela amanhã de manhã. Ela precisa urgente de exames e acompanhamento mais preciso. Talvez até psicológico.

Assenti.
Passei no quarto dela a encarando dormir serena. Me aproximei encarando seus cabelos ruivos espalhados pelo lençol branco e sua respiração calma.
Ela era realmente linda, mas seus olhos demonstravam uma dor imensa e eu queria tirar isso dela.

• Qual foi a primeira impressão que nosso menino deixou?

HOPE || Primeiro LivroOnde histórias criam vida. Descubra agora