Quatro

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Eu senti o líquido subir pela minha garganta e meu corpo de forma automática o expulsou dando lugar para o ar entrar

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Eu senti o líquido subir pela minha garganta e meu corpo de forma automática o expulsou dando lugar para o ar entrar.
Meus olhos estavam pesados, mas mesmo assim os abri, com muito esforço.

— graças a Deus!

A queimação em meus olhos me fizeram os fechar novamente e só depois abrir lentamente. O homem moreno em minha frente me encarava apreensivo e aflito. Seus cabelos estavam molhados sobre a testa e seus olhos arregalados.

— você está bem?

Ele me ajudou a me sentar e encarei seus olhos castanhos. Ele estava molhado e mais atrás dele havia uma prancha de surf.
Eu me encontrei perdida por um tempo, tentando me localizar para formular a resposta de sua pergunta:

— se lembra do que aconteceu?

Então os flashes atingiram minha mente rapidamente e levei minha mão a barriga.
Eu estava viva.Meu bebê também?

— meu bebê!— falei entrando em desespero.

— bebê? Você está grávida?

As lágrimas então voltaram e agora havia mais um peso em meus ombros; o arrependimento, a vergonha, o medo.

— eu vou te levar para o hospital, me diga seu nome.

— não! Hospital não!

Ele franziu o cenho me encarando.

— você se afogou, se lembra do que houve?

— eu fiz.

— fez..fez o quê?

Novamente encontrei seus olhos e minha visão ficou turva pelas lágrimas.

— me leva daqui por favor. Me leva para qualquer lugar mas me tira daqui.

Ele encarou a praia vazia e depois a mim. Passou a língua nos lábios e assentiu suspirando.

—olha, eu não moro aqui, sou de Lincoln.

— Nebraska.

Ele assentiu com meu pensamento alto.
E minha ideia de fugir para bem longe foi reavivada em minha mente.

— estou num hotel por pouco tempo, pois irei voltar amanhã.

— me leva com você.

Ele arregalou ligeiramente os olhos, já que não era todos os dias que se salvava uma garota de se afogar e ainda a levasse para sua casa.
Eu não queria pensar que aquilo era perigoso, minha vida estava um caos e eu uma bagunça o suficiente para não me importar.

— acho que você não está bem, deve ter engolido muita água. Vou te levar para o hospital.

— não! Por favor não.

As lágrimas desceram novamente. Eu estava perdida. Não tinha ninguém, não tinha casa, e não queria voltar para meus pais.
Meu bebê foi a única pessoa que me restou e eu nem sabia se ele estava lá ainda. Se ele estava bem.
Era minha culpa se ele não estivesse de qualquer maneira.

Encarei o homem moreno em minha frente implorando com os olhos.

***

—tem certeza que está se sentindo bem? 

Ele perguntou quando saí do banho já com a roupa que ele havia me emprestado.
Assenti e ele suspirou.

— qual é seu nome?

— Hope.

— Hope o quê?

— Hope Warn.

— eu preciso que me conte o que aconteceu para poder te ajudar.

— eu tentei me matar.

Ele levantou o olhar assustado em minha direção e eu apertei a toalha entre os dedos sentindo meus olhos se marejarem e a cabeça doer.

— você tentou se suicidar grávida?

As lágrimas caíram e eu desabei na cama ao sentir a força fugir de mim mais uma vez.
Ele se ajoelhou em minha frente me abraçando e mesmo que dissesse que tudo iria passar, eu sabia que não iria.

— olha, eu vou te ajudar ok? É só quando estiver preparada pode me contar o que te aconteceu.

— você vai me levar?

— vou.

• os capitulos são revisados, mas se mesmo assim conterem erros me avisem.

HOPE || Primeiro LivroOnde histórias criam vida. Descubra agora