Cinco

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Kyle West era seu nome

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Kyle West era seu nome. Ele tinha vinte e cinco anos e era advogado.

Por eu não ter documentos, fomos de carro para o Nebraska, o que foi muito tempo e muitas paragens em hotéis.

Ele não perguntou mais nada sobre mim, deu espaço e eu agradecia interiormente por isso, pois não queria falar daquilo.
Respirar novamente e saber que aparentemente estava tudo bem, me fez ver que eu tinha uma esperança.

Tudo ainda doía como o inferno. Pensar nos últimos dias era a maior dor que eu podia ter, então me agarrei no meu bebê, em sua vida eu iria fazer a minha.

— de quanto tempo está?— ele perguntou olhando para minha mão em baixo da roupa acariciando minha barriga.

— eu não fiz o exame ainda, mas é de quase três meses, eu acho.

Ele assentiu, passou a mão na barba e batucou com os dedos no volante.

— me desculpe por praticamente te obrigar a fazer isso.

Ele me olhou por um tempo.

— é que eu não sei em quem me apoiar e você foi o primeiro que apareceu. —meus olhos se molharam.— mas eu vou procurar um emprego e um lugar para ficar, assim que chegar, não se preocupem.

— Hope, eu já disse que pode ficar em meu apartamento o tempo que precisar.

Assenti com a cabeça.

— o pai dele te deixou?

A pergunta fez a lágrima cair e a dor queimar meu coração.
Logo eu havia abrido um berreiro no carro que ele teve que encostar para me acalma.
Era assim que todos iriam pensar sobre ele até que eu explicasse que aquilo praticamente fora minha culpa.

— ei, ei, me desculpa. Me desculpa, eu falei que não iria perguntar. Me desculpa.

Assenti com a cabeça e o abracei. Kyle era o desconhecido que eu havia me apoiado. Ele era minha pedra.

— vamos parar num hotel aqui perto para vocês descansarem. Quando chegarmos em casa, minha mãe vai te ajudar com a gravidez. Tenho um amigo que é médico, ele pode fazer uma consulta sem teres que ir ao hospital, ok?

Assenti.

***

A viagem havia me deixado cansada e enjoada. Não consegui comer nada pois meu estômago reclamava até do cheiro.
Me deitei após secar meu cabelo encarando o nada até ser despertada pelo cheiro do perfume. Encarei Kyle de tronco nu, segurando um camisa cinza na mão.
Havíamos ficado num quarto com duas camas para economizar.

— esta tudo bem?

Maneei a cabeça assentindo.
Minha cabeça doía, mas não tanto quanto meu coração. Ele estava apertado, tudo estava se espremendo dentro de mim. Era uma dor enorme que me fazia encolher na cama e chorar baixinho.

Eu não sabia o que seria de mim. Minha vida não tinha mais sentido e mesmo depois de ter acordado praticamente da morte e ter agarrado ao meu bebê, eu ainda me sentia perdida.

O outro dia continuamos a viagem partindo desde cedo chegando a noite.
Eu estava cansada e apaguei no carro.
Dormir talvez pudesse me dar paz.

HOPE || Primeiro LivroOnde histórias criam vida. Descubra agora