Devaneio

Próximos como Seres Distantes

Por que será que ainda vejo as mensagens?
Sou um covarde, finjo que não me importo e sigo de passagem
Desvio o olhar quando vc passa ao meu lado, mas não consigo e o travo ao ter o seu fixo no mesmo ato
Mal posso disfarçar, quando te vejo não sei se sorrio ou começo a chorar
Me mantenho sempre a te procurar
No filme, na escola, na arte, me lembrando do teu belo jeito de falar
Contudo, sinto que minha presença pode estar a lhe machucar
Te rodeio, tento, mas não consigo me afastar.
Não é como antes, a bela amizade que mal podia acreditar
Se superei? Creio que não, me enganei, te troquei
Fui usado e enfim trocado
Assim como um consumível é descartado
Por que ainda escrevo textos?
Se foram dos mesmos pelos quais forcei, briguei, perdi
E enfim associei, que não era a primeira vez
Que minha poesia me tirou alguém por pura estupidez
Por que ainda componho? Se foi da composição da minha alma que houve a decomposição do meu coração, ao som daquela nossa canção
Que me pôs, alegrou, incendiou e por fim tirou daquela ilusão
Estamos próximos, mas o foco já está distante
Minha euforia volta a todo instante, estou me perdendo em meio a minha própria confusão
E pelo que parece, agora finalmente conheci as dores de uma paixão.