Efemeridade

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Por que não estou satisfeito?
Procurei, rezei, implorei
E agora acho melhor ter desfeito
Ela tens o intelecto
E o semblante mais perfeito
Meu corpo a pede,
No fundo de meu espírito a rejeito
Minha alma dela caresse
Minha mente a ela me prende sem preceito
E daquela outra não esquece
Devo me achar primeiro
Mas qual versão de mim
Já consegue sair desse nevoeiro?
Ainda nem cheguei ao ápice
Mas já comecei a cair
É estranho pensar que tanto desejei
E agora que tenho não consigo usufruir
Essa possessividade no fundo do meu ser
Está a minha mente consumir
Já me desconstruí
Me arrependi para poder restituir
Mas o pecado da mentira construído
Não desmorona e não vem a ruir
Sei que não é a carne que é fraca
Mas o coração clama
E não cala a matraca
A carência destaca
Com métrica que ataca
Meticulosamente pula a catraca
Constrange, conserva, empaca
Conforta toda a calamidade
Comparável a minha saudade
Compelido a abstinência
Do seu aroma com propriedade
Encarcerando com facilidade
Aquilo conhecido como felicidade
Que escorrega de minhas mãos
Na base de minha efemeridade.

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