(I)Dependente

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Suplico seus sons ensurdecedores, Saturno
Utopia da penumbra no universo em meu ser
Inconveniente incômodo para quem convém não converter
Cordiais calúnias carregadas de carências corrompidas do cargo que cabe conceder
Inocente intelecto indeciso, imigrante da imagem imparcial
Demasiada desgraça dentro de dias deve acontecer
Afinal, assisto aquela alma adiante, assíduo algoz apático aplicando seu arsenal

Nunca me imaginei olhando tanto para a prateleira de remédios
Encarando constantemente a lâmina da gilete
Flertando com a corda em meio ao tédio
Sabendo que esse é o desejo que minh'alma aflita reflete
Retiro-me e me recolho para meu recanto rancoroso
Fenomenal como fico frágil facilmente
Quem me dera ser a fuga dos braços de meus pais
Desses já não sou adicto há muito tempo
Menos ainda a cada dia que vai para frente
Tristeza e melancolia consomem meus versos
Com aqueles ao meu redor já não sou, nem me sinto, mais presente
Será que é esse o preço de ser tão (i)dependente?

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