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Joanna Marie

Eu estava nervosa pelo o que vinha pela frente. Tinha combinado de encontrar Coutinho na frente de um posto de gasolina que ficava entre o hotel dele e a boate. Preferiria que eu me enterrasse num buraco, seria mais fácil e mais coerente.

- Jo, aonde você pensa que vai? - Disse Natália, entrando no quarto que ela dividia comigo, na boate.

- Vou encontrar o Philippe, preciso contar pra ele sobre minha profissão - Natália sentou-se na cama dela, que ficava ao lado da penteadeira onde eu estava me arrumando.

- A chefinha não vai achar ruim que você não vai estar aqui hoje? - Disse ela, ajudando-me a achar um brinco que acabara de cair no chão.

- Não. Dei um bom lucro pra ela esses dias, ela tá puxando meu saco ultimamente - Eu disse e demos risada.

Assim que fiquei pronta, me levantei e passei algum tempo fitando-me no espelho. Eu estava usando uma blusinha branca ombro a ombro, e uma calça jeans clara. Por hora me lembrei de minha adolescência, quando me arrumava para sair com alguém e esse alguém desistia de mim por descobrir sobre meu trabalho.

O medo de essa história se repetir vinha crescendo dentro de mim, porém algo me fazia acreditar que Coutinho era diferente. Apesar de eu ter entrado nessa apenas por diversão momentânea, eu estava gostando muito de ficar com Philippe. Ok, no começo eu amava ficar com ele e com Neymar, confesso. Mas depois que eu e Neymar nos resolvemos, tudo entre eu e Philippe evoluiu, inclusive meu sentimento por ele.

Passei meu perfume e dei um abraço em Natália, que estava pronta para mais uma noitada na boate.

Na boate era assim. No térreo era onde aconteciam as festas. No primeiro andar haviam quartos para os programas ou qualquer pega-pega. E o segundo era nossa "casa", onde haviam alguns quartos duplos e uma cozinha americana no centro.

Assim que cheguei ao local onde havia combinado com Philippe, peguei meu celular para saber onde ele estava.

Coutinho
to de vermelho e preto sua míope

Jo
ata
to te vendo

Coutinho
iti malia

Me aproximei de Philippe, que estava encostado no mesmo carro que saímos das outras vezes. Me perguntei se era dele, afinal, como ele levou o carro pra Rússia.

- Philippe aonde você arrumou esse carro? - perguntei assim que cheguei perto dele, ignorando qualquer cumprimento.

- Oi tudo bem com você? - Ele ironizou o fato de eu não ter nem falado oi - Eu não queria andar a pé na Rússia, então comprei no dia que cheguei aqui.

- E o que você vai fazer com o carro depois da copa? - Questionei, estava realmente impressionada que ele havia comprado um carro pra usar só durante a copa.

- Ah sei lá, vou vender, tenho muitos na Espanha - Ele disse, abrindo a porta do carona para que eu pudesse entrar.

- "Muitos", que vida injusta né - Eu disse entrando no carro.

- Realmente, mas não tenho culpa, sempre que posso faço doações para quem precisa - Ele fechou minha porta e deu a volta no carro, indo para o lugar do motorista.

Não perguntei nada a ele sobre onde iríamos. O clima estava pesado, pelo menos de minha parte, eu estava sentindo isso.

Chegamos em um restaurante e nos sentamos numa mesa encostada na janela. Fizemos nossos pedidos e apesar de não querer, fiquei quieta o tempo todo.

- Você tá estranha Jo. O que aconteceu? - Philippe perguntou, segurando minha mão.

- A gente precisa falar de um negócio, na verdade eu preciso te contar uma coisa.

Percebi uma movimentação do lado de fora do restaurante. Vi que uma menina com a blusa do brasil apareceu, ela gritava e chorava, estava tão desesperada que mal conseguia pegar seu celular para gravar o momento.

Aí que me liguei. Coutinho. Jogador da Seleção. Plena Copa do Mundo.

Eu também ficaria doida. Ri da situação e Philippe me pediu licença, dizendo que ia lá fora, dar uma atenção para sua fã.

Sorri boba ao ver que homem incrível ele era, mesmo estando ocupado, isso não o impediu de ser atencioso. Quando ele voltou, eu já havia terminado minha refeição.

- Pra onde vai essa comida que você come? - Ele perguntou, sentando-se.

- Acho que no meu estômago tem um buraco negro. - dei risada.

- Eu tenho certeza.

Assim que ele terminou, ele pediu a conta. Voltamos para o carro e antes de dar partida, ele virou-se para mim.

- Hoje mais cedo você disse que queria conversar comigo. Pode ser agora.

- Tá. É meio difícil pra eu desabafar sobre isso, porque todas as vezes que eu me entrego a alguém, essa pessoa foge - Eu disse, brincando com minha unha.

- Eu não vou fazer isso - Philippe colocou sua mão sobre a minha e me puxou para perto, dando um beijo na minha testa.

- Eu espero de coração que não.

- Te amo.

Congelei totalmente por dentro quando ouvi ele falar isso. Droga. Eu não ia conseguir falar isso hoje. Mas não podia mais adiar. Não podia.

- Não me diz isso se você não tem certeza.

- Jo, para com isso, eu nunca diria isso se não fosse verdade. Agora me fala o que você tinha que me dizer, tô ficando preocupado.

- Eu menti quando disse sobre meu trabalho, eu tenho vergonha do que faço.

- Não entendi, por que você mentiu? E por que tem vergonha?

- Porque Philippe Coutinho, eu sou uma prostituta.

•••

MUITO OBRIGADA PELOS 6K EU TO GRITANDOOOOOO

Bad Reputation || Neymar e CoutinhoOnde histórias criam vida. Descubra agora