— O amor está no ar — murmurou Sâmia Torres na segunda quando encostou o quadril na sua mesa do escritório.
— Para de implicar comigo, Sâmia — disse Jaíne sem olhá-la.
— Ok, chefa — brincou.
Jaíne bufou.
— Para. Você sabe que eu e o Leander não temos nada a ver com a empresa. Nós mal falamos sobre a Seventeen.
Sâmia aproximou o rosto do dela.
— Sei e o que vai acontecer quando ele partir para a Rússia, então? Quem vai tomar conta das unidades? — E acrescentou a tempo: — Os gerentes?
Jaíne desistiu de fitar o monitor e a encarou.
— Sei lá, talvez ele contrate um CEO ou algo assim.
— Então vai ter uma vaga superior aberta? — Questionou a Torres com os olhos brilhantes.
Jaíne xingou-se mentalmente pela sua distração. Depois de um momento de silêncio, mexeu no cabelo e disse, muito séria:
— Você não pode contar para ninguém. Não tem nada certo.
Ela a encarou e depois mexeu nas unhas.
— Você e o todo poderoso estão sérios mesmos? — Sâmia perguntou como quem não quer nada.
Jaíne demorou uns segundos em responder, indecisa sobre o que dizer, já que ela provavelmente passaria a informação adiante. Todos os funcionários estavam doidos pra saberem sobre o relacionamento deles.
— Eu acho que sim.
— Não sei se fico feliz ou triste por você. Tudo bem que ele é um baita de um partidão, mas mesmo assim, não conseguiria abrir mão dos meus dois crushes — Ao ver que a reação de Jaíne foi um ofego de surpresa, Sâmia sorriu — O que? Você não sabia?
— Você namora dois caras ao mesmo tempo?
— Namoro, e quer saber qual é o problema de namorar dois caras gostosos, lindos e perfeitos ao mesmo tempo?
Jaíne contraiu o nariz, mas a curiosidade foi maior.
— Quero.
— Nenhum. Não tenho nenhum problema!
Dando uma gargalhada ruidosa, Sâmia pegou a bolsa e saiu de sua sala como um foguete. Jaíne estava certa sobre Sâmia ser uma fofoqueira incorrigível, pois em menos de meia hora o professor Raphael apareceu na sua sala também.
— Vamos dar um pulo na praia hoje a noite. Você está afim? Ou será que o patrão não vai deixar você se misturar com os outros funcionários?
Jaíne derrubou o bloquinho que estava nas mãos com o último comentário sarcástico dele.
— Você está brincando, não é?
Ele riu.
— Estou. Não se preocupe. Vamos jogar uma partida? Eu te dou uma carona.
Jaíne odiava jogar vôlei.
— Ta. Eu vou — concordou, pois se recusa-se, todo mundo ia pensar que ela não queria se misturar com o pessoal agora que estava namorando o dono da empresa.
Na hora do almoço, Jaíne resolveu sair para almoçar sozinha. Recusando a proposta de quentinha de Sâmia Melo. Ela precisava pagar umas contas, então aproveitou a hora inteira para ir no banco e trouxe um pastel de queijo como almoço naquela quinta feira.
Enquanto comia, andando pelas ruas da zona sul, Jaíne se lembrou do acontecimento de ontem. Sentiu a raiva de Dênis bater contra seu peito e ser novamente escondida por pura determinação. Porém, o que mais lhe chamou a atenção foi o momento mágico da roda gigante.
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Lute por nós
RomansaHá pelos menos cinco razões pelas quais Jaíne e Leander nunca vão dar certo. Primeiro, ele é um lutador profissional e empresário bem sucedido e ela é apenas mais uma funcionária dele, que acaba de terminar um longo relacionamento e não quer se apeg...