8 Retorno

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Meu retorno não tinha sido exatamente como esperava, pois estava planejando sair com minha menina e nosso garoto para aproveitarmos o resto do dia; iriamos ao cinema e depois ao parque, daria a Lorenzo os presentes que lhe comprei e terminaria a noite agarradinho com minha menina.
Quando cheguei em casa, Lorenzo estava tossindo e com alguma dificuldade para respirar, Antonella estava a procurar algo na cozinha, desesperada.

_o que houve? – perguntei pegando-o no colo.

_ele esta tendo uma crise alérgica! – falou sem me olhar.

_mas como isso aconteceu? – o encarei preocupado.

_um amiguinho, lhe deu um bombom de manteiga de amendoim, quando o encontramos com a mãe no parquinho! Só depois que Lorenzo comeu, é que Julie falou que era de amendoim! – explicou e levantou-se – não esta aqui! – choramingou.

_venha, vamos leva-lo ao hospital! – ela assentiu pegando sua bolsa, e a bolsa do Lorenzo.

Encarava Antonella admirado de sua força, minha menina era mais forte do que apresentava, por lidar sozinha com todos os seus demônios do passado e ainda ter tempo exclusivo para o filho, que era a prova empírica da violência que a mesma sofreu no passado.
Pegamos um engarrafamento infernal e no meio do caminho, nosso garoto começou a ter maiores dificuldades em respirar, ficando um pouco cianótico, deixando-nos mais desesperado ainda.
Após o longo percurso, que seria diminuído, pois de forma alguma deixaria ambos naquela casa minúscula e longe de tudo, depois de ver meu filho quase morrendo, lavaria Antonella para casa assim que Lorenzo estivesse melhor, finalmente chegamos no hospital.
Ella saiu com o menino nos braços, enquanto eu tentava estacionar, o enfermeiro pegou nosso filho e o levou, sendo seguido por ela; enquanto eu ia rumo a recepção dar entrada na documentação necessária.
Quando finalmente pude ir atrás de ambos, encontrei Antonella com outros dois homens, um mais velho e um mais jovem.
Por alguns instantes fiquei observando de longe as ações dos dois; e uma coisa eu não podia negar: o mais jovem deles, parecia-se muito com minha menina, o que me fazia pensar.
Algo raro em Antonella e Lorenzo, eram os olhos, apenas 3% da população nasciam com aqueles olhos e era ainda mais raro ter a mesma coloração, como era o caso de minha menina e nosso filho; e se aqueles dois tivesse olhos parecido, iria ter minhas suspeitas confirmadas.
Me aproximei e os reconheci de imediato: Cristian e Enzo Castellamare, e os olhos... Eram os mesmos!

_senhores! – os cumprimentei, fazendo-me ser notado, então passei entre eles, indo para o lado de Ella, que aninhou-se em meus braços, já mais calma – como ele esta?

_esta bem! – falou suspirando – o medico aplicou o antialérgico e vai mantê-lo aqui até o remédio fazer efeito, não foi nada grave!

_que bom! – fechei meus braços ao redor daquele corpo pequeno e delicado, prendendo-a ali – não vai nos apresentar? – olhei para os dois a nossa frente, Enzo parecia surpreso, enquanto Cristian avaliava-me de cima a baixo.

_este é meu chefe! – ela apresentou, e ergui uma sobrancelha, não restava duvida alguma, aquele era o homem responsável pela busca ao passado de Antonella, e pelo visto já estava agindo – Cristian, e seu filho, Enzo... Este é Hagnar White... – foi interrompida pelo médico que saiu do quarto.

_senhorita, seu filho esta inquieto, provavelmente com fome! – declarou encarando a todos, e rapidamente, Ella deixou meus braços e entrou no quarto, junto com o médico. A deixa perfeita.

_podemos ter uma conversa em particular? – falei sério, e eles me seguiram até o refeitório do hospital – desejam algo?

_não! – Cristian respondeu frio.

_pois eu desejo... – os encarei seriamente – desejo saber quem são vocês e o que querem com minha menina?

_posso lhe fazer a mesma pergunta! – o garoto rebateu ousado – e que história é essa de “minha menina?”

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