Naquela manhã de sábado, Camila desejava não estar viva. Tomou a decisão mais difícil de todas, avisou seu amor minutos antes. Lisa se assustou da declaração repentina vinda de sua garota, foi subitamente procurá-la e não desejava ver o que viu.
Uma caixa de pílulas, vazia sobre o chão, junto ao corpo da de cabelos negros. Lisa não desejava chamar a ambulância, nem os pais da garota.
Sentada na sala de espera do hospital, seus pés batiam incontrolavelmente contra o chão. Depois de discutir com os pais de sua namorada, sabia que a culpa não era totalmente deles. Era também sua. Se ela não tivesse aparecido na vida da garota, seus pais não estariam de mal com ela, e isso provavelmente não teria acontecido.
Lisa se sentia desolada, imagine então, os pais de Camila. Após a discussão, os três se abraçaram, aceitando que quando Camila saísse da deplorável situação, iriam conversar civilizadamente. Não adiantava se desesperar, mas pense que alguém entendeu isso.
Quando Lisa ligou para sua melhor amiga, se afogando em emoção, as palavras tristes mal eram entendidas. Kylie estava sozinha em sua residência, sem ninguém para recorrer, decidiu disparar em direção à seu adorado.
No momento em que Chris atendeu as batidas na porta, ficou abatido por ver sua garota preferida chorando. Abriu seus braços e sentiu o corpo frio da garota, de encontro ao dele.“Meu amor, o que aconteceu?” O moreno disse, beijando os cabelos da menina, no intuito de acalmá-la.
“Me leve para o hospital, te explico no carro.” Kylie dizia praticamente sem fôlego, devido aos soluços.
Chan pegou as chaves do carro de sua mãe, junto com uma garrafinha de água para a garota. Não hesitou em nenhum momento, fez o que foi pedido, mesmo com muita dúvida. Sky respondia todas as perguntas, com dificuldade. O garoto ficou extremamente preocupado com a situação, porém não demonstrou. Disse para a menina, doces palavras, assim acalmando ela um pouco. Nenhum dos dois queria parecer abalado em frente à Lisa.
Quando entraram no local, o ar era incrivelmente pesado, correram para abraçar a amiga abalada, ficando assim por um bom tempo. A loira pôde explicar melhor a situação, com Kylie sentada ao seu lado. Chan sabia que a sua garota não estava calma, a mão dela segurando a dele fortemente, denunciava o estado atual da garota. O garoto fazia de tudo para deixar as meninas pouco mais confortáveis, comprou cafés, buscava informações diretamente com sua mãe mas, nada disso resolvia.
Kylie se sentia incrivelmente mal, seu nervosismo era reprimido pela discrição. Chan sabia disso, os laços deles eram muito mais que físicos, cada oportunidade que tinha, o rapaz fazia leves carinhos em seus braços.
Um médico foi questionado sobre a situação da enferma. O mesmo respondeu sinceramente que ela havia melhorado, suspiros foram ouvidos. Todos se sentiam mais aliviados, só que aquilo não anulava os riscos da garota.
Os pais de Camila continuavam extremamente preocupados com a filha. A quantidade de pílulas ingeridas foi extremamente grande. Lisa tentava imaginar como as coisas seriam depois disso. Ela queria continuar com sua amada o máximo possível mas, e se em algum momento quisesse terminar? A reação da de cabelos negros seria imprevisível. Se mais alguma coisa acontecesse com ela, Lisa se culparia eternamente.
Com buracos em baixo doa olhos, esses vermelhos de tanto chorar, a loira pede para o casal ir para casa. Uma noite de sono era muito viável porém, para os pais e a namorada da enferma não havia chances de isso acontecer.
Chan estava positivo em relação a Camila, ela estava em boas mãos. A sua nova preocupação era Kylie, que olhava intensamente para a escuridão da noite estrelada. Parou em frente à casa da menor, ela lhe contou que iria ficar sozinha, pois Jane havia saído.“Você pode dormir lá em casa. Busque uma roupa e volte aqui pro carro, não quero que fiques sozinha. Por favor.” Pediu suplicando para a menina. Ela assentiu com a cabeça e entrou em sua residência.
Chris se sentiu aliviado por ver a menina entrando em seu carro, com uma expressão um pouco melhor. Colocou a mão sobre sua coxa, para que a menina pudesse segurá-la. Assim ela fez, depois de levar a mão do rapaz até os lábios, dispondo um beijo de ternura.
Na casa do de cabelos negros, a menina sentiu-se pouco mais confortável. Ele enganchou seu braço no dela, até chegar em seu quarto. Sentou-se na cama e pediu para a menina tomar um banho. Ela estava cansada e não queria comer mas, Chan queria sua garota saudável, então preparou um sanduíche enquanto a menina se higienizava.
Levou o alimento para seu quarto, esperando a princesa sair do banheiro. Essa que abriu a porta numa fresta.“Você pode me emprestar uma camiseta?” Ela disse sem graça. Chan possivelmente se apaixonou dez vezes mais. Escolheu uma das menores que tinha, estampada com o logo de uma banda de rock.
Ainda sim, a roupa se tornava um vestido, já que usava um minúsculo short por baixo da mesma. Agradeceu à forças superiores pelo garoto que havia recebido em sua vida. Depois de comer o sanduíche, foi para o banheiro escovar seus dentes, e em todos os momentos Chris estava sentado na beirada de sua cama apreciando o quão linda era sua pretendente.
A menina se sentou ao lado do rapaz, esse que se levantou rapidamente.“Eu vou dormir com o Luccas, pode ficar na minha cama.” Ele disse já de costas, imaginando que a garota estava desconfortável com a ideia de dividir a cama com o mesmo.
“Mas eu quero que você durma comigo.” O rapaz virou se para a garota, com dúvida.
Ele também queria dormir com ela, não pensou muito, pediu para a garota se deitar e juntou seu corpo ao dela. Seu coração tinha batidas aceleradas, essas que a moça escutava por ter a cabeça encostada em seu peito.“Eu te faço ficar assim...” Ela suspirou satisfeita com o parceiro.
“Isso é pra você ter certeza que eu te quero.” Ele beijou os cabelos da moça. A angústia presa na menina era muita, então sem demonstrar, o garoto não sabia como ela realmente estava.
Chan
Acordei durante a madrugada, desnorteado. Olhei para o relógio que marcava pouco mais de duas da manhã. Kylie não estava mais deitada sobre meu peito, ela estava do outro lado da cama, soluçando e chorando. Por um momento fiquei sem entender, ela estava bem antes de dormir.
Sentei por cima das cobertas e aproximei a garota de minhas pernas, sentindo sua pele gélida. Ela soluçava intensamente e parecia vermelha com falta de ar, não tinha mais o controle de seu corpo.“Ky, o que está acontecendo?” Eu perguntei e não recebi resposta. A garota me olhou no fundo dos olhos, esses marejados e vermelhos.
No momento de tensão, peguei meu celular, ligando para mamãe. Descrevi a situação, ela disse que era um colapso nervoso. A mais velha me deu algumas instruções e eu escutei atenciosamente, antes de fazê-las.
Conduzi a garota para a beirada da cama, me sentando em frente ao seu corpo. O desespero era grande, só não podia demonstrar. Sequei as suas lágrimas e vendo que a suposta crise não passava, levei-a para o banheiro aonde consegui lavar seu rosto e fazer exercícios de respiração.
Uns bons trinta minutos depois ela finalmente havia voltado ao normal, respirando cansada. Fui rapidamente buscar água na cozinha e voltei para o banheiro, onde a menina estava sentada em cima da pia. Entreguei um recipiente com água, auxiliando suas mãos pouco trêmulas a segurar o copo, levando -o até seus lábios.
Apertei seu corpo contra o meu, suspirando aliviado. Seguro seu rosto entre as mãos.“Não se preocupe comigo.” Ela disse, o que não fez sentido nenhum pela situação anterior.
“Amor, você sabe que eu vou me preocupar. Você precisa ir ao médico.” Comentei, tentando soar o mais sério possível.
“Eu já tomo remédios, não se preocupe. Isso vai acontecer, é inevitável. A anorexia deixou marcas, essa é uma delas. Também, o maior motivo foram esses dias estressantes.” Ela sorriu tentando me tranquilizar, não adiantou muita coisa. A garota puxou meu rosto e distribui leves beijos sobre meus lábios e face. Naquele momento pude ter uma leve noção de como ela se sentia, quando presenciava minhas crises.
Depois de me certificar que Kylie conseguia andar, ela pediu para que nós nos sentássemos na grama para observar o céu. Eu entendi que ela precisava relaxar, sabia também que não havia nada mais prazeroso do que isso, em seu ponto de vista. Nossos corpos lado a lado, compartilhando um espaço minúsculo e admirando o espaço que podíamos apenas apreciar. Me virei para seu lado, meu braço servia de apoio para sua cabeça.“Tu não vai olhar as estrelas?” Perguntou se virando de frente para mim.
“Não tem porquê olhar para o céu. O astro mais lindo de todos está aqui na minha frente. ” Meu amor sorriu, e era tudo que eu precisava no momento . O caminho celestial entre nossos lábios foi dissipado pela paixão, presente em cada ato.
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eu tô muito fora de mim kkkkk ❤
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healing {bangchan}
FanfictionO garoto em ascensão do time de basquete se isola devido a morte de seu pai, apenas uma pessoa decide ajudá-lo, sua amiga de infância estrela da equipe de natação. Essa aproximação trará nostalgia e sentimentos confusos para ambos os lados. Kylie se...