imaginação cap 4

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" O sofrimento é inevitável"
—Eu Sou SoL

Olhar para a grama na frente de casa e sentir seu cheiro de grama molhada é um conforto é uma lembrança , não uma boa lembrança porque enquanto estou sentada aqui na varanda da casa vendo a chuva cair me lembro que mal vinha aqui, meus pais sempre tentavam me trazer nas férias mas eu sempre dava um jeito de não vir e hoje essa é a minha casa e eu vi tudo mudando a minha volta , o pequeno escritório do meu tio se tornou meu quarto, os grandes carpetes da sala foram retirados e aos poucos fui mudando a rotina de todos, tirando o conforto.

- Ei seu chá está ficando frio - era meu tio falando enquanto tocava em meu ombro me tirando do devaneio.

Olhar para ele é dolorido demais o meu tio consegue ser um docê em um minuto e um monstro em outros talvez seja porque alguém o partiu, dizem que a dor causada por um grande amor mata tudo de bom em uma pessoa e a transforma em algo vazio, eu prefiro não acreditar nisso, eu prefiro acreditar nos contos em que o amor é o herói.

—Porque está me olhando ? — perguntou ele me olhando por cima do seu livro de medicina.

Pensei em pergunta-lo sobre quem o tinha ferido e se esse era o motivo dele ser assim vazio mas resolvi deixar pra .

—Nada demais, está frio será que podemos entrar ? —disse enquanto me abraçava tentando parecer convincente.

Eu não queria entrar meus avós estavam na igreja então por mim eu ficaria aqui e olharia a chuva até ela acalmar, por mim choveria todos os dias, a chuva tem gostinho de memória , toda vez que chovia minha mãe fazia chocolate quente e a gente se sentava no sofá e ficávamos ali assistindo qualquer bobagem que passava na televisão.

—É apenas 17:40 Vamos ficar mais um pouco! Até eu terminar de ler o capítulo 51!—ele disse firme enquanto virava mais uma página.

Agradeci mentalmente enquanto levava a xícara de chá a boca, o chá não estava frio mas também não estava quente ,estava morno ,a canela se concentrava ,se misturava com o gosto da maçã me fazendo respirar fundo com a explosão deliciosa de sabores, quando abri meus olhos após saborear o chá vi uma silhueta de alguém na chuva, apertei meus olhos para ter uma melhor visão mas a chuva era intensa e a neblina causada por ela não me deixava enxergar nada a minha frente a silhueta se movia em passos lentos como se não se importasse com a chuva intensa, aos poucos a silhueta foi se aproximando e tomando forma e então pude enxergar os cachos ,lindos cachos que apesar da chuva intensa ainda estavam intactos, a pessoa tentou passar depressa quando percebeu a nossa presença mas meu tio era astuto e rápido.

—Tome um chá conosco Lumar — gritou enquanto pousava o livro em sua cadeira.

Fiquei surpresa com o pouquíssimo tempo que ele levou para dá um nome a silhueta enquanto eu ainda estava procurando um rosto, enquanto meu tio se permanecia em pé esperando uma resposta que não parecia vir, ela se movia vagarosamente em passos preguiçosos com suas mãos no bolso da sua jaqueta preta de couro, ela assim como seus irmãos parecia um anjo.

Eu Sou SoLOnde histórias criam vida. Descubra agora