Damaging Bullet Hearts

Baile

Já tem seis dias que ela foi embora. Estou MORRENDO de saudade. Quero encontrá-la de novo, ver aquele lindo rosto, aquele sorriso matinal que me cativa, ter aquela boca na minha... Meu Deus, Monik VOLTA! Seis dias são como seis séculos longe dela. Seis dias são uma eternidade. Saudade. Será que existe sentimento mais desgraçado que esse?

Porra, nunca em toda minha vida eu imaginava viver isso que estou vivendo por causa de Monik, e toda vez que lembro da última vez em que ela esteve comigo, eu choro. Choro feito criança. Ah, como é foda amar uma mulher e não poder ter ela para si. E eu sabia, desde o primeiro instante que essa mulher maravilhosa iria acabar com a minha raça. E é exatamente o que ela está fazendo comigo.

De repente, me lembro que ela me deu seu telefone. Procuro nas gavetas da minha mesa no escritório, mas não lembro onde enfiei. Reviro os livros, a agenda, mas nada. Encontro dentro do pote de canetas. Que letra bonita ela tem. Sorrio e pego meu celular. Disco seu número, mas fico com receio de ligar para ela. Mas a saudade me deixa corajoso e eu teclo em "ligar" de vez. Chama algumas vezes, até que ela atende com aquela voz doce, me fazendo fechar os olhos e saborear esse som maravilhoso.

— Alô?

Hesito para falar, mas quando ela insiste, digo com a minha voz fraca:

— Baby...

Sinto que ela está assustada ao ouvir minha voz. Sei que também está morrendo de saudade de mim.

— Jack, estou trabalhando. - ela diz baixo.

— Desculpe. - murmuro sem jeito. - Mas eu precisava ouvir sua voz. Estou com saudade de você.

— Saudade? - ela sussurra.

—  Sim, meu bem, saudade. Por favor, venha me ver, só me ver.

— Jack, eu ando ocupada. Eu tenho mesmo que falar com você. - ela faz uma pausa, acho que está procurando um lugar onde possa falar com mais tranquilidade. - Meu pai está organizando um baile. Bem, é meu aniversário, e ele vai usar minha própria festa para fazer um negócio sujo com políticos, milicianos e traficantes da Califórnia. Jack, descobri através de umas escutas que coloquei em sua casa que ele quer quebrar você inteiro. O ódio do meu pai pelo seu não era só por causa da minha mãe, ela foi uma consequência. Meu pai era amigo do seu, mas foi a ambição e Selena Stivens que os fizeram inimigos.

Escuto tudo calado e não sei porque, mas não estou impressionado com isso. No fundo, eu já desconfiava. Agora, eu tenho que saber o que eu vou fazer para poder reverter essa merda que o pai dela está aprontando. Coço meu rosto exasperado. Jogo meu cabelo para trás e por fim, pergunto:

— Quando é sua festa de aniversário?

— Nesse fim de semana.

— Eu vou à essa festa. E nem adianta dizer que não, eu não vou deixar de faltar. E agora tem a questão da honra do meu legado.

— Jack, você vai dar a cara à tapa pro meu pai? - ela fica chocada.

— Monik, eu sou Jack Carter. Ninguém na California faz negócios envolvendo drogas sem antes me consultar. Quem ousar ao menos tentar, vai ter que bater de frente comigo. Eu não mando, eu faço. Eu não sou homem de esperar, sou de agir. E pessoalmente, que é mais emocionante. Quero ver se o palerma do seu pai vai ter cu pra fazer negócio sujo na minha frente. O bandido sou eu. Ele? Ele é um MERDA e nesse fim de semana, eu mostro quem eu sou. E de quebra, vou ganhar uma dança com a aniversariante da noite.

Ela permaneceu em absoluto silêncio enquanto eu falava. Parece que está chocada com a minha audácia. Sorrio em saber que posso impressionar assim, de modo tão simples, e por telefone.