Capítulo 14

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Violeta:

— Depois de tantos anos... Olha onde te encontrei! — Bryan jogou seus braços fortes ao meu redor, me dando um abraço tão apertado que fiquei sem ar. — Como você veio parar aqui, minha flor?! — perguntou com a voz abafada, ainda sem me soltar. Pigarreei e ele enfim me largou, dando um meio sorriso como se pedisse "desculpas".

— Aconteceu tanta coisa... E...

— Sai da frente, seu mané. — Derick empurra Bryan para o lado e me abraça com tanta intensidade quanto Bryan.

— Senti muito a sua falta. — sua mão passou por meu cabelo e o bagunçou. Fiz o mesmo no seu e ele se afastou fingindo estar bravo.

— Eu também — murmurei, estava feliz e tonta de medo ao mesmo tempo.

— Vê se não atrapalha a gente, intrometido — ralhou Bryan. — Então, você estava dizendo...? — nesse momento a mulher de cabelos louros se aproximou, os olhos marcados pelo borrão preto da maquiagem.

Bryan a pegou pela cintura.

— Flor, esta é minha namorada Kelly. Já tinha falado a ela de você. — a mesma tentou sorrir, mas não conseguiu.

— E eu sou a Bruna. — disse a de cabelos castanhos e Derick me lançou um olhar malandro.

— Prazer em conhecê-las — falei.

— Vem, gente. Vamos sentar ali. Não aguento mais ficar em pé. — disse Derick, soltando um suspiro cansado.

Nos sentamos em roda, fiquei no meio entre Bryan e Derick.

— Agora pode contar como veio parar nesse... — Bryan olhou ao redor, com ar de nojo — Inferno.

— É só que... a culpa é toda minha!Vocês lembram dele, não é? — os dois se olharam e balançaram a cabeça como sim.

— Não, a culpa não é sua. Aquilo aconteceu quando éramos crianças. Não faz o menor sentido o que esse louco está fazendo com a gente. É tão... — Bryan parou e procurou pela resposta em meu rosto.

— Surreal? — arrisquei e ele assentiu.

— Vocês podem explicar o que está acontecendo?! Por que esse lunático nos sequestrou? — perguntou Kelly aflita, sua respiração estava ofegante.

Explicamos com clareza tudo o que aconteceu. Quando acabou, todos ficamos em silêncio, até Bryan quebrar ele.

— Derick e eu sempre fomos dois delinquentes. A gente virava o orfanato de cabeça para baixo, lembra? — fiz que sim tentando conter o riso.

— E vocês dois não eram amigos de mais ninguém. Só davam bola pra mim. Por quê? — arqueei uma sobrancelha e vi o cantinho de sua boca se alargar.

— Não vem com essa, Vivi! Você participou de alguns planos malucos com a gente — disse Derick franzindo a testa.

— Ah, é? Quais? — eu não lembrava de ter feito algo travesso com eles. Exceto o dia em que...

— Teve uma vez que colocamos pimenta na sopa de todo mundo. E outra vez que tentamos empilhar um monte de cadeiras nos muros para conseguir sair de madrugada. — todos rimos. Era verdade. Participei disso.

— É ó plano mais idiota que já ouvi. Mas conseguiram escapar? — Bruna perguntou para Derick.

— Fomos pegos — deu de ombros.

Um minuto depois, falei:

— As vezes vocês me davam medo. Juro.

— A gente nunca iria te fazer nada, flor.

Violeta (Completo/Revisado)Onde histórias criam vida. Descubra agora