Violeta:
— Charles, vai demorar muito? Pelo que eu vi, já passamos por um monte de sorveterias.
— Nem todas têm o sabor desta daqui. — ele estaciona o carro e gesticula para o estabelecimento ao lado.
O lugar é bonito e confortável. O que me chama atenção é um grupo de estudantes conversando e rindo em um canto.
— Que tal ali? — aponto para uma que não tem ninguém por perto. Também tem uma vista para a rua.
— Pode ir e guardar meu lugar? Preciso ir ao banheiro.
— Hm... Tá.
Ele pergunta para um homem onde fica o banheiro e ele aponta para um corredor à direita, onde Charles segue até lá e o não o vejo mais.
— Boa tarde. Que sabores a senhorita vai querer? — eu estava distraída olhando para a janela ao meu lado quando um garoto ruivo de óculos aparece.
— Pode me dar o cardápio dos sabores?
— Claro! — ele se empertiga. — É que sou novo aqui. Ainda esqueço de certas coisas. Eu devia ter colocado o cardápio aí antes... — ele olha para as mesas ao redor. — Eu tenho quase certeza de que coloquei um naquela mesa! Enfim, me desculpe. Vou... colocar um ali. — ele me entrega e sai desajeitado, com o rosto vermelho.
Fico perdida com o tanto de sabores que tem.
Após um tempinho, já tinha decidido qual eu escolheria, mas ainda não o tinha chamado de volta. Charles ainda não voltara e eu não sabia de que sabor ele mais gostava.
Encontrei-me absorta de novo no movimento da rua, quando vi um carro parar e, depois de alguns minutos, três homens descerem. Um era loiro com olhos esverdeados e devia ter a altura de Charles, e os outros dois morenos e quase da mesma altura. Observo o loiro jogar seu cigarro no chão e apagá-lo com o sapato.
Eles adentram devagar e trocam mensagens silenciosas através dos olhares. Os outros dois amigos seguem para uma mesa e o loiro começa a vir até onde estou.
Encaro o cardápio em minhas mãos.
— Oi. Tudo bem?
— Tudo ótimo. — engulo em seco.
— Posso me sentar aqui?
Caramba! Uma mulher não pode nem tomar um sorvete em paz!
— Na verdade, não. — ele me fita por alguns segundos e senta mesmo assim. Começo a ficar nervosa. Olho para as pessoas e todas estão distraídas demais para perceber o quanto estou desconfortável. E o garoto ruivo está andando de um lado pro outro entregando sorvetes.
— Você é linda. Pode me dizer seu nome?
— Meu nome é Não te Interessa. — retruco.
Ele solta uma risada e acende um cigarro que tira do bolso da jaqueta.
Charles, cadê você?!
— O meu é Théo. O que acha da gente ir... Sabe, posso te mostrar uns lugares bem legais.
A fumaça de seu cigarro já estava me deixando tonta e com gastura.
— Não, obrigada. Vá sozinho. — falei seca e ríspida ao mesmo tempo. Vi seu olhar para os outros caras que o fitavam de longe.
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Violeta (Completo/Revisado)
عاطفيةVioleta Harvey, uma garota de dezesseis anos, quando pequena foi abandonada por seus pais em um orfanato. A única coisa que ela considerava boa naquele péssimo lugar eram seus dois amigos: Bryan e Derick. No entando, na infância, eles cometem um pe...