Capítulo 5

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"Dor, apenas isso que devem sentir, medo. Podem gritar, isso é música pros meus ouvidos" (C. C.)

Christian Charles:

Seus olhos se arregalaram de leve, então tirei minha mão. Até considerei a chance de soltá-la, só que era melhor não fazer isso agora.

Eu precisava dar um pequeno susto nela, para que jamais pensasse em tentar me intimidar de novo. Depois do que eu fizesse, com certeza ela não iria.

Suspirei e passei as mãos nos cabelos, conduzindo-me até o banheiro para tomar banho. O cheiro de fumaça ainda estava impregnado em mim. Quando saí vesti uma calça jeans manchada e uma camisa básica azul cobalto. Peguei minha faca e saí.

Desci pro anda de baixo e dei a volta, indo até a garagem. Enquanto dirigia, passava-se mil e uma maneiras de como iria matar a Violeta.

Entre as milhares de possibilidades, eu tinha algumas torturas em mente: Cortar as pontas de seus dedos com a faca. Cortar na altura do queixo seus longos cabelos castanhos e depois fazer algumas cicatrizes em seu pescoço. Fazer um corte profundo em um de seus pulsos. Furar seus lábios e ver o sangue escorrer. Essas eram bem leves, mas uma macabra e um pouco esquisita eu tinha em mente: Cortar as extremidades de seus seios. Essa era fantástica, um pouco macabra, admito,  mas fantástica.

Verifiquei a hora, quase sete da noite.

Eu já estava no centro da cidade a procura de alguém. Foi aí que direcionei minha preciosa atenção a uma casa noturna, que ao longe podia-se escutar a música alta vinda de dentro e um pequeno movimento de pessoas que já começavam a chegar. Na calçada tinha algumas mulheres, que conversavam e riam umas para as outras.

Cheguei bem perto, parando o carro ao lado do meio-fio. Baixei o vidro e elas aproximaram-se rindo e murmurando algo entre elas. Foi nessa hora que percebi que não eram tão velhas, eram bem jovens. E bonitas.

— Olá. Está perdido? — a loira disse, e o cheiro de álcool me atingiu em cheio.

Suspirei.

— Não. Estou à procura de uma coisa. — elas vinheram mais para perto.

— Hm. E o que é? A gente pode saber? — uma morena, que parecia ser a mais nova do grupo disse, sorrindo.

— Diversão. — dei um sorriso. — Querem se divertir?

Elas entreolharam-se e sorriram. Cada uma com um olhar bem sugestivo. Eu até iria me divertir, sim, se não tivesse vindo com outro propósito em mente.

— Não é tão fácil assim. Será que você dá conta de nós cinco? Cadê seus amigos? — a loira voltou a interrogar em um tom sarcástico, arqueando as sobrancelhas.

— Só fazendo o teste para saber. E não estou acompanhado de amigos hoje porque quero me divertir sozinho. — ouço as mesmas gargalharem com minha resposta. Depois não medem esforços e entram no carro.

Na mosca! Tão fácil assim, crianças?

Cheguei a pensar de Violeta tomaria a mesma atitude que elas, provavelmente não. Pelo que pude perceber, ela não era... desse tipo.

Eu nunca tinha ouvido uma conversa tão... feminina entre mulheres. Durante nosso percurso, elas falaram sobre: descoloração de cabelo, que batom vermelho não combinava com sombra rosa, roupas quentes, silicone nas coxas e anticoncepcional.

A que ponto elas eram tão burras? Em certo ponto eu compreendia, estavam embriagadas, claro. Mas deviam saber que não se pode confiar em estranhos, nem sóbrias, nem bêbadas.

— Pra onde estamos indo? — uma que não reparei bem perguntou.

— Minha casa.

— Ai, tô com tanta gastura! — uma delas, que não vi quem foi, afirmou.

— Não vomita no meu carro. Ou eu te faço engolir tudo o que saiu de dentro dessa boquinha. — falei, sério. Mas fosse o que eu dissesse, só conseguia arrancar risos escandalosos da parte delas.

— Você pode baixar o vidro? Por favor! — ela levou sua mão à boca.

— Já estamos chegando.

Desliguei o carro e guardei a chave nos bolsos. Elas saíram do veículo abismadas. Escutei alguns murmúrios dizendo o quão era estranho morar no meio de uma floresta. Devo rir ou devo ter pena? A escolha é de vocês.

— Nossa. Por que você mora em uma floresta? — fui até a porta para abri-la.

— Não interessa. Venham! Não trouxe vocês aqui para ficarem me interrogando.— elas entraram sem hesitar. Fechei a porta diante de mim e virei-me para encará-las.

— Então, meu bem... O que vamos fazer primeiro? — uma delas perguntou e aproximou-se devagar. Senti sua mão deslizar sob meu abdômen.

Segurei seu braço com força e o levantei para cima. Isso a fez querer recuar e sair do meu toque, mas não deixei.

— Eu tenho alguns joguinhos. As meninas gostam de brincar? — sorri. Olhei para as outras que já se aproximavam, entusiasmadas.

— Muito... — uma falou, e as outras concordaram com a cabeça.

Só bastou essa simples confirmação para que todo o meu teatro acabasse. Então, meu ouvido foi invadido por seus gritos estridentes.

— Calem. A. Boca. Caralho!


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Capítulo revisado. ✔

Violeta (Completo/Revisado)Onde histórias criam vida. Descubra agora