Capítulo 25

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Christian Charles:

— Preciso ir falar com o Marc. — Mário se virou, já indo procurar esse tal de Marc. — Me espere na sala de jogos.

— Eu esperaria lá de qualquer jeito mesmo. — dei de ombros.

Entrei e fui para de trás do balcão, me servindo de uma dose de uísque. Observei a mesa de sinuca e fui até lá, começando a jogar sozinho. Eram raras as vezes em que eu perdia nesse jogo.

— Então...? — entra Mário perguntando. Enche um copo com a bebida e vem até mim.

— O desgraçado do Rodrigo ligou. Ele quer que eu vá até Denver daqui a uma semana.

— Por que tão longe? — Mário pergunta e pega um taco para jogar também.

— Ele quer me matar, óbvio! Acha que sou idiota o bastante para cair nessa como os tios.

— Você pode levar algumas pessoas com você. Eu posso ir. — sugere.

— Não importa quantas pessoas eu leve, ele com certeza vai ter gente o bastante para dar conta. — respiro fundo, tendo subitamente uma ideia do que exatamente vou fazer.

— Então, o que vai fazer? — Mário balança a cabeça em sinal de negação.

Penso bem no meu plano.

— Eu vou sozinho. — ele para de jogar e apoia o taco na mesa, perplexo.

— Como assim vai sozinho?Enlouqueceu? Quer cometer um suicídio?

— Relaxa. Ele vai se arrepender se não me pagar.

— Então qual é o plano? — ele pergunta com as sobrancelhas franzidas.

— Você irá saber depois. — encaçapo minha última bola e o olho. — Por que não chama alguns amigos para apostarmos hoje? — pergunto.

— Boa ideia. — ele faz um aceno de diversão.

— Convide garotas também. — lembro-o. Como aquilo teria graça sem mulheres?

_________

Uma semana depois:

— Mário, como ela está? Alguma piora? — perguntei quando liguei, pois o deixei cuidando de Violeta. Já estava em Denver, e faltava mais ou menos meia hora para eu chegar no local que ele me passara.

— A princesa está bem. Está estável, como sempre.

Fico em silêncio por um minuto.

— O grupo já está no endereço dela? — pergunto.

— Sim. Perguntaram se o Rodrigo morava com ela, ou se ele ia visitá-la. Parece que eles estão separados a dois meses, e nesse tempo ele ia visitar o garoto. Mas ela não soube dizer o lugar fixo onde ele estava morando, e quando estavam juntos passavam pouco tempo em casa. "Ele sempre viajou muito." — Mário imitou uma voz feminina enjoada e eu comecei a rir.

— Hum. — murmurei. — Já estou perto do cinema abandonado onde ele disse para encontrá-lo.

— Espero que esse seu plano dê certo.

— Mário, você não confia em mim?  — estaciono o carro em frente. As ruas estavam apagadas e desertas. — Isso aqui tá esquisito pra cacete.

— Só não morra, tá legal? Essa princesa aqui precisa de você. — dessa vez foi ele quem desligou. Fiquei alguns minutos pensando no que ele disse. Como assim precisava de mim? Depois de tudo o que eu fiz? Ela iria me odiar para o resto da vida. E por que raios eu estava me importando?

Ligo a lanterna do celular e passo pela porta da frente que está entreaberta. Mais alguns passos adiante vejo o Rodrigo em pé, com dois homens ao seu lado. Era a primeira vez que eu o via pessoalmente, e tudo o que eu sabia sobre ele era que era velho. Seus cabelos eram grisalhos e acho que ele tinha uns sessenta anos.

— Então você é o Christian? — ele me olha de cima a baixo e dá um sorriso.

— Algo de errado? — pergunto.

— Hmmm... Não! Só não achei que aqueles velhos fossem deixar um pirralho no comando.

— E eu nunca achei que o tal Rodrigo já estivesse à beira da morte. — faço uma pausa longa. — Aliás, que envolvimento você teve na morte deles?

— Eu? — ele faz uma cara de espanto nada convincente. — Nada. Bem, não viemos até qui para falar sobre isso, não é, rapaz? — faço que sim com a cabeça.

— Vim porque quero tudo o que você está me devendo, com juros, aliás.

Ele olha para o homem a sua esquerda, que está com um celular no ouvido, que faz um breve aceno para ele. Em seguida, o homem diz:

— Ele está sozinho.

Rodrigo me olha como um leão prestes a devorar sua caça.

— Seu velho filho da puta! — falo no mesmo instante, sentindo braços me segurarem por trás. Seriam quantos homens? Três?

— Calma, rapaz. — ele dá uma risada.— Sem xingamentos, por favor. — pede com a voz calma. — Por que você está tão nervoso?

— Eu quero é que você se foda! — ele começa a me rodear.

— Um rapaz tão jovem mas... tão burro! Seria uma pena morrer nessa idade. Não sabe nada da vida. Podemos negociar, se quiser.

— Negociar o quê? — rosno, sentindo meus braços doerem por causa da força.

— A sua vida. — sinto a lâmina fria de sua faca no meu pescoço, fazendo um pequeno corte e o sangue escorrer. — Que tal comprar a sua vida?

Solto um riso rouco.

— Diga para me soltarem. — falo. Ele me olha como se fosse louco e sorri ainda mais.

— E por que eu faria isso?

— Porque seria uma pena se acontecesse com o seu filho e a sua ex-esposa o que está prestes a acontecer comigo. Aliás, fiquei sabendo que você tomou um pé na bunda. — quando ele assimila as palavras, o sorriso morre em seu rosto.

— O que você fez com eles? — pergunta baixo, pressionando a faca na minha pele. Pude ver que estava tenso.

— Pergunte a sua ex. Ela vai saber responder. — ele tira rápido o celular do bolso, tentando parecer que não está preocupado.

Sorrio. Quem é o pirralho burro agora?

— Querida, você está bem? E o Dylan, fizeram algo com ele? — depois de alguns segundos escutando, ele exclama: Eles não vão te machucar. Eu prometo! Vou resolver isso agora mesmo. — ele me olha furioso quando encerra a chamada.

Não faça essa cara de bunda pra mim. Engole o ódio, seu velho.

— Seu desgraçado! — grita.

— Sem xingamentos, por favor. — imito o que ele disse momentos atrás. — Agora me soltem. — Rodrigo solta um suspiro e faz um aceno com a cabeça para eles.

Quando sinto meus braços livres, vou para bem perto dele e falo:

— Agora quero meu dinheiro. E rápido. — ele arregala os olhos. — Acho que deixei muito claro o que pode acontecer.

Ele engole em seco, pega seu celular e faz uma ligação.

— Mudança de planos. Tragam a quantia que falei para vocês.

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Capítulo revisado. ✔

Violeta (Completo/Revisado)Onde histórias criam vida. Descubra agora