Capítulo 51

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Violeta:

— Eu finalmente irei poder me vingar daquele maldito pirralho.

Diz a voz distante do Rodrigo. Ergo meu olhar para cima no exato momento em que ele e mais outros homens estão se aproximando. Todos vestidos formalmente.

— Sente fome, querida? Sede?

Já fazia dois malditos e intermináveis dias. Minhas necessidades básicas, pelo menos, estavam sendo atendidas. Inúmeras vezes peguei-me perguntando se Charles viria mesmo me salvar. E sempre sentia que ele não viria, não arriscaria sua vida pela minha.

Céus! Ele queria me matar! Tudo o que vivemos foi uma mentira. Tudo.  Deve estar feliz por outra pessoa poder fazer isso por ele.

— Nada. — respondo secamente.

Todos me observam com curiosidade. Fecho minha cara, desviando o olhar.

— Ela não é linda? — meu estômago embrulha ao ouvir sua voz asquerosa dizer isso. — Aproveitem, rapazes. Ela é de vocês.

Esqueço de como se respira. Fico aterrorizada e grito para se afastarem.

— Não estrague a diversão agora, Rodrigo. — todos nós voltamos nossos olhares para o vão da abertura do local. Onde um homem alto e de cabelos castanhos sorri dissimuladamente.

— Até que enfim você chegou, senhor Housky.  — e o homem aproximou-se.
— Não é uma gracinha? O que quis dizer com "não estrague a diversão agora?" — o homem acendeu um charuto, alternando sua vista para ambos.

— Meu caro Rodrigo, você não quer machucá-la agora, quer? Torture-a na frente do Charles. Faça-o sentir a dor por sua amada ser um brinquedinho nas mãos deles e morta. Faça na sua presença! Depois, mate-o. — os dois trocam um sorriso cúmplice.

Me debato onde estou.

— Vãos os dois se ferrar, caramba! Charles vai encontrar vocês e vai matá-los!

Nem eu acredito no que acabei de dizer.

Você tem toda razão, meu caro Housky. — diz, me ignorando. — O que acha de, então, tomarmos alguns  licores, por enquanto que nosso querido Christian não chega?

— Você contou para ele a localização deste lugar?

— Não seja tolo. Mesmo que eu não tenha dito, ele irá saber. Mas estou em dúvida se irá mesmo vir para salvar... — me olha com nojo. Eca. Eu que tenho nojo de você, filho da puta.— Essa daí. — eu queria dar um chute na cabeça daquele homem até ver sangue saindo por seus ouvidos.

— Bem, então, vamos. Tenho certeza de que trouxe alguns no meu carro. Ah, vocês também — diz para os outros caras. — Não se preocupem com a garota. Ela não vai fugir. — enquanto todos vão se retirando animados, ele tira o sorriso cínico da boca, juntamente com o charuto, e me olha sério e pisca, tomando o cuidado necessário para os outros não verem.

Que merda foi essa? O que aquilo significava? Por que ele fez isso? E aquilo repugnante que acabou de sair de sua boca?

Tantas perguntas sem repostas. Quero mesmo acreditar que ele está do meu lado.

Violeta (Completo/Revisado)Onde histórias criam vida. Descubra agora