Christian Charles:
— Diabos! O que você quer aqui a essa hora? — falei grosso com Mário quando atendi a porta. Verifiquei o celular e ainda faltavam seis minutos para as dez da manhã. — Você não dorme não, é?
— Você tá horrível. — constatou. — Vim ver a princesa que salvei.
— Quê?!
— Achou que era só conectar aqueles aparelhos e pronto? Tem muito o que fazer ainda. — assim que o mesmo se preparava para passar, bloqueei sua passagem.
— Dane-se, Mário! Eu tô morrendo de sono! Você faz isso outra hora. — se ele não tivesse segurado a porta, eu a teria batido na sua cara.
— Acha mesmo que vim aqui só pra isso? Eu tenho notícias sobre as transações. Acho que é do seu interesse.
Suspirei, deixando-o entrar.
— Você não vai acreditar — falou, indo até a geladeira e pegando uma cerveja. — Recebi hoje uma ligação do John.
— Esse John não é aquele que trabalha com o Rodrigo? — Mário balançou a cabeça confirmando. — E disse o quê o filho da puta?
— Como procuramos entrar em contato e conversamos com alguns de seus homens, ele me ligou hoje a mando de Rodrigo, dizendo que ele quer conversar com você pessoalmente sobre a dívida que ele deve.
— Esse velho é um desgraçado! Tenho certeza que ele não vai nos pagar. — Mário ofereceu a bebida, mas recusei, pensando. — O que passou pela cabeça dos tios pra eles emprestarem todo aquele dinheiro?
— Quase ferraram com tudo. Acho que eles confiaram demais no Rodrigo. Acreditaram que ele ia pagar com juros.
— Tinham a garantia de que ele ia — falei. — Mas houve um deslize da parte dos dois.
— Tenho certeza que esse velho tá envolvido nas mortes deles. Não duvido que tenha mandado matarem eles para se livrar da dívida.
— Com certeza foi esse desgraçado! — acusei, já com raiva quando me lembrava. — Só não o matei ainda por que ninguém conseguiu localizá-lo.
— John pediu seu número. Disse que se tivesse algo de útil para dizer ligaria. — Mário deu cinco goladas seguidas na cerveja, quando me perguntou: — Como a garota está? Algum sinal de melhora?
— Você é o médico, não eu. Vamos lá em cima ver.
Depois de tê-la examinado e feito todos os procedimentos necessários, ele me flagrou apreensivo, observando.
Como se pudesse ler meus pensamentos, comentou:
— A princesa está do mesmo jeito.
— Dá pra você parar de chamar ela de princesa? — protestei e ele soltou uma risada, semicerrando os olhos para mim.
— Ciúmes, Christian Charles?
Ignorei-o. Por que raios eu sentiria ciúmes?
— Posso usar o seu banheiro?
— Lá fora.
— Tá brincando, né?
— É lá fora ou você vai mijar nas calças. — ele revirou os olhos e foi até o meu banheiro.
— Fiquei sabendo que hoje vai ter a estreia do Night Air, o que acha de darmos uma passada lá? — Mário perguntou quando saiu, fechando o zíper de sua calça.
Franzi a testa para ele.
— Esqueceu que virei babá agora?
— Hein? Ah. Entendi. Podemos deixá-la com um amigo meu que também é médico, o Adam. Ele é super gente boa. Confio nele.
— Claro que não! — exclamei com raiva. — Não quero nenhum homem aqui sozinho com ela. Aliás, eu também não confio nesse seu amigo.
— Você nem o conhece! — rebateu.
— Por isso mesmo. — respondi sem pestanejar.
— Talvez chegasse a rolar alguma coisa entre os dois se ela não estivesse em em coma. — acrescentou, dando de ombros: — E, claro, se ela quisesse.
— Mais uma piadinha e eu faço você ficar em coma! — vociferei.
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Violeta (Completo/Revisado)
RomanceVioleta Harvey, uma garota de dezesseis anos, quando pequena foi abandonada por seus pais em um orfanato. A única coisa que ela considerava boa naquele péssimo lugar eram seus dois amigos: Bryan e Derick. No entando, na infância, eles cometem um pe...