Capítulo 22

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Christian Charles:

— Diabos! O que você quer aqui a essa hora? — falei grosso com Mário quando atendi a porta. Verifiquei o celular e ainda faltavam seis minutos para as dez da manhã. — Você não dorme não, é?

— Você tá horrível. — constatou. — Vim ver a princesa que salvei.

— Quê?!

— Achou que era só conectar aqueles aparelhos e pronto? Tem muito o que fazer ainda. — assim que o mesmo se preparava para passar, bloqueei sua passagem.

— Dane-se, Mário! Eu tô morrendo de sono! Você faz isso outra hora. — se ele não tivesse segurado a porta, eu a teria batido na sua cara.

— Acha mesmo que vim aqui só pra isso? Eu tenho notícias sobre as transações. Acho que é do seu interesse.

Suspirei, deixando-o entrar.

— Você não vai acreditar — falou, indo até a geladeira e pegando uma cerveja. — Recebi hoje uma ligação do John.

— Esse John não é aquele que trabalha com o Rodrigo? — Mário balançou a cabeça confirmando. — E disse o quê o filho da puta?

— Como procuramos entrar em contato e conversamos com alguns de seus homens, ele me ligou hoje a mando de Rodrigo, dizendo que ele quer conversar com você pessoalmente sobre a dívida que ele deve.

— Esse velho é um desgraçado! Tenho certeza que ele não vai nos pagar. — Mário ofereceu a bebida, mas recusei, pensando. — O que passou pela cabeça dos tios pra eles emprestarem todo aquele dinheiro?

— Quase ferraram com tudo. Acho que eles confiaram demais no Rodrigo. Acreditaram que ele ia pagar com juros.

— Tinham a garantia de que ele ia — falei. — Mas houve um deslize da parte dos dois.

— Tenho certeza que esse velho tá envolvido nas mortes deles. Não duvido que tenha mandado matarem eles para se livrar da dívida.

— Com certeza foi esse desgraçado! — acusei, já com raiva quando me lembrava. — Só não o matei ainda por que ninguém conseguiu localizá-lo.

— John pediu seu número. Disse que se tivesse algo de útil para dizer ligaria. — Mário deu cinco goladas seguidas na cerveja, quando me perguntou: — Como a garota está? Algum sinal de melhora?

— Você é o médico, não eu. Vamos lá em cima ver.

Depois de tê-la examinado e feito todos os procedimentos necessários, ele me flagrou apreensivo, observando. 

Como se pudesse ler meus pensamentos, comentou:

— A princesa está do mesmo jeito.

— Dá pra você parar de chamar ela de princesa? — protestei e ele soltou uma risada, semicerrando os olhos para mim.

— Ciúmes, Christian Charles?

Ignorei-o. Por que raios eu sentiria ciúmes?

— Posso usar o seu banheiro?

— Lá fora.

— Tá brincando, né?

— É lá fora ou você vai mijar nas calças. — ele revirou os olhos e foi até o meu banheiro.

— Fiquei sabendo que hoje vai ter a estreia do Night Air, o que acha de darmos uma passada lá? — Mário perguntou quando saiu, fechando o zíper de sua calça.

Franzi a testa para ele.

— Esqueceu que virei babá agora?

— Hein? Ah. Entendi. Podemos deixá-la com um amigo meu que também é médico, o Adam. Ele é super gente boa. Confio nele.

— Claro que não! — exclamei com raiva. — Não quero nenhum homem aqui sozinho com ela. Aliás, eu também não confio nesse seu amigo.

— Você nem o conhece! — rebateu.

— Por isso mesmo. — respondi sem pestanejar.

— Talvez chegasse a rolar alguma coisa entre os dois se ela não estivesse em em coma. — acrescentou, dando de ombros: — E, claro, se ela quisesse.

— Mais uma piadinha e eu faço você  ficar em coma! — vociferei.


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Capítulo revisado. ✔

Violeta (Completo/Revisado)Onde histórias criam vida. Descubra agora