10 - Isso não vai dar certo;

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Silva, Megan.

Assim que tive uma visão mais apropriada do local em que me encontrava, apertei o lençol entre meus dedos ao constatar de que não estava sozinha.

- Toma... - ouvi sua voz ecoar pelo quarto enquanto ela esticava sua palma com um copo d'água e uma pequena tablete com medicamentos.

- Obrigada. - foi apenas o que consegui dizer em sua presença, tomei em minhas mãos o que ela segurava e os usei me ocupando seguidamente em ajeitar minha posição na cama.

- Precisamos conversar, Megan. - ela disse enquanto prendi seu cabelo em um rabo de cavalo sentando de frente para mim.

- Eu não gosto dessa frase... - comentei e ela ignorou me interrompendo instantaneamente.

- Você sabe que eu gosto de você e nunca quis te ferir, mas eu fui a loucura com sua obsessão por ser cúpida. - explicou e eu Fechei os olhos pelos dois segundos mais longos de minha vida.

- Nós duas estávamos no auge da ira, aquilo não iria acabar bem e nós sabíamos. - falei quebrando o silêncio que havia de instalado.

- Desculpa. - sussurou e eu me aproximei a abraçando.

- Me desculpe também, eu não devia ter sido invasiva. - comentei em seu ouvido e ela gargalhou baixo se afastando.

- Tudo bem, mas não vamos gastar tanto tempo, tem outra pessoa que quer te ver... - falou por fim se levantando e eu a encarei confusa.

- O Neymar saiu de França porque desmaiei? - questionei em dúvida e o barulho da porta se abrindo atingiu meus tímpanos.

- Eu vivo no mesmo país que você e pensa primeiro em França? - disse Philippe assim que entrou no quarto e eu bati a palma da mão contra o rosto.

- Por que está aqui? - indaguei em um tom de voz rouco.

- Porque eu vim te ver, obviamente, depois daquilo tive que fazê-lo. - explicou e eu apertei os lábios ao ver as duas sacolas que ele tinha.

- Eu vou para o supermercado com a Lolo, a Aine está no salão. - disse Bruna se retirando e eu apenas concordei com a cabeça mesmo sabendo que ela não veria, deixando eu e Phil a sós.

- Já que acabamos com a birra podemos finalmente agir como pessoas normais? - disse ele enquanto se aproximava sentando a beira da cama.

- Claro. - murmurei e levei meu olhar para as sacolas, curiosa.

- Ah, quer saber o que tem aqui? - questionou e eu balancei a cabeça positivamente. - Alguns bombons e uma coisa pessoal. - explicou e eu franzi o cenho.

- E para quem seria?

- E essa encenação toda? Globo perde. - murmurou em deboche e eu rolei os olhos relutante. - Você sabe que é para você, toma... - esticou as sacolas.

Deixei a modéstia a parte e me apossei das sacolas avermelhadas retirando de lá duas caixas de bombom e uma caixa preta aveludada.

- O que é isso? - perguntei enquanto abria uma das caixas de bombom e retirando um dos que preenchia a mesma.

- Uma bicicleta, claramente. - disse e eu olhei incredulamente com a ironia.

- Que afiado. - gargalhei e abri a caixa aveludada com todo o cuidado possível.

"Coutinho", li a pequena palavra pendurada no colar de ouro e gargalhei em ironia.

- Por que acha que eu usaria isso? - falei enquanto tornava a colocar o colar dentro da caixa disposta a devolver.

- Porque você me ama, garota, só você está se fazendo de desentendida. - ele falou em um tom sonso e eu apertei os olhos esticando a caixa de bombons.

- Toma um. - sugeri e ele assentiu retirando o doce e colocando em sua boca o desfrutando. - Eu acho que vou tomar um banho. - falei me levantando mas ele me puxou no meio do pequeno caminhando me atirando contra a cama e ficando por cima de mim. - Cout...

- Só um beijo. - ele falou enquanto esticava o indicador em sinal de 'um'.

- Isso não vai dar certo... - sussurei o vendo se aproximar.

- Nós faremos dar. - disse, sorriu e involuntariamente fiz o mesmo encostando nossos lábios.

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