32 - Nosso caos;

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Reta final

- Veste isso. - Philippe insistiu colocando os trajes por cima da cama e a única coisa que eu fiz foi o olhar indignado.

- Isso são roupas de ginásio? Tá maluco? - questionei e ele deu de ombros.

- Por isso mesmo. Veste isso, mano. - ele exigiu e eu bufei antes de analisar os diversos vestes.

- Para onde a gente vai?- perguntei ao vê-lo com roupas de treino também.

- Amor, só veste. - ele pediu manhoso e eu rolei os olhos, pegando as roupas indo para o closet. Indiposta a dispar-me em sua frente.

Depois de me vestir, entrarmos no carro e partirmos, chegamos ao destino.

Uma academia que aparentava fechada.

- Uau, e eu que estava desistindo de malhar essa semana. - falei com ironia já percebendo a roupa que Coutinho tinha escolhido para mim.

Ele desceu do carro indo até ao meu lado da porta e a abrindo, me tirando de lá.

- Isso tá fechado, génio. - falei o óbvio e ela gargalhou balançando a cabeça negativamente.

- Não está... - ele sussurrou entrando pela porta destrancada e eu estranhei mas o segui.

- Coutinho, que porra? - perguntei confusa vendo ele apontar para as escadas com a cabeça, me convidando à o acompanhar.

- Para de resmungar, por favor? Estou tentando salvar nossa relação. - ele disse.

- Numa academia? Desculpa o esclarecimento mas seria melhor num fast food. - falei e ele gargalhou assim que entramos na sala vazia.

Tal sala que tinha apenas um espelho, duas luvas de boxe.

- Dizem que a pior forma de lutar é demonstrando seus sentimentos mas a diferença é que a gente não vai lutar, você vai descontar os seus sentimentos em mim. Sejam eles carinhosos, de raiva ou mais sensíveis. - explicou criando mais confusão em minha mente.

- Coutinho? Quê?

- Coloca as luvas. - falou e eu o fiz, relutante mas eu o fiz.

- Uau, de repente sua cara pediu para ser quebrada com essas luvas. - falei com um sorriso malicioso nos lábios e ele sinalizou para que eu fizesse o que tinha em mente, me deixando ainda mais confusa, se é que aquilo era possível.

- Vai, faça. Sabe aquela frase da Nike: Believe. Just... -

O cortei com um soco descontrolado na face. Tal local afetado que ele colocou a mão soando indignado e duvidoso de que eu realmente o faria.

- Você está tentando fazer uma terapia? - falei enquanto chutava sua barriga de leve.

- Está funcionando? - ele perguntou e eu assenti fraco.

Rapidamente o soquei três vezes seguidas, me surpreendendo por ele não estar sangrando mas logo me apercebi da merda que estava fazendo.

Aquilo era tecnicamente uma psicologia inversa. Eu estava mostrando a mim mesma que devia resolver os problemas na base da agressão.

Suspirei, tirando as luvas de minha mão e o encarando.

- Cansou? Aleluia, você bate forte demais. - ele confessou.

- Eu acho que percebi. - sussurei vendo ele se aproximar com um passo mas ainda distante de mim.

- O que você percebeu?

- Coutinho, nossa relação tá uma merda. A gente está se abalando por coisas ridículas, eu quase traí você tecnicamente...-

- Quê? - ele me olhou indignado.

- Na alma, Philippe... Nem morta eu te traíria com o Hazard. - neguei a hipótese.

- Uau... A gente quase deixou Karen e Hazard foderem com a nossa relação.

- Quase? Eles foderam.

- Esse é o fim?

- Você sabe que não.

- A nossa relação sempre foi um caos, mas esse foi um caos diferente.

- Porque o nosso caos é positivo e dessa vez foi muito negativo, mesmo.

- Isso é a gente. Nós somos o caos.

- Eu gosto desse caos.

- Eu também, e acho que ele vai aumentar. Eu descobri uma coisa... - falei receosa com um sorriso no rosto.

O nosso dia estava longe de terminar.

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