2 - Relação;

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— Coutinho, eu... — procurei por palavras em minha mente.

— Você? — me incentivou a continuar.

— Ah, vai tomar no cú. — praguejei ao não achar nada para dizer.

— Por que tomar no cú? Isso é um não? — questionou e eu resmunguei internamente.

— Eu não sei. — comentei e ele me olhou confuso. — Saiu involuntariamente.

— Tudo bem. — ele disse e já sei muito bem o que pensou.

— Coutinho, espera... Não me interprete mal, nós podemos tentar. — disse por fim e ele me encarou incredulamente.

— Tentar? — riu sem humor. — Deveria saber que não sou homem de tentar, Megan. Eu quero levar o nosso relacionamento a sério.

— Mas não é fácil, Philippe, que merda! Não é fácil para mim engolir o que já houve! — falei impulsivamente.

— Você falou que deixaria a Inglaterra de lado! — berrou e eu me levantei.

— Pode parar de gritar comigo? — devolvi o tom atraindo olhares. — Eu falei que deixaria de lado e não que esqueceria, Philippe, por que você complica tudo?

— Você é que complica tudo, eu quis isso desde o começo! — ele falou também se levantando apontando para nós dois.

Realmente, dignos de uma novela da Globo.

— Ah, quis? Pois eu também quis mesmo que não tenha deixado evidente mas eu vou enaltecer isso para que fique bem ciente: EU AINDA ESTOU COM MEDO SIM DE QUE VOCÊ PISE NA BOLA!

Voltei a consciência assim que vi a mão de Bruna chacoalhando em frente a minha face enquanto eu relembrava do episódio da discussão que determinou a ignorância de Philippe nos ensaios, que foi o nosso primeiro encontro depois da briga.

— Receba a gente como deve ser, o Neymar ficou choramingando quando saí de França e você não está me fazendo sentir me melhor. — Bruna resmungou e eu assenti em meio a risos enquanto a abraçava.

— Tudo bem, desculpa. Oi rainhas, lindas, ícones e donas da porra toda. — cumprimentei Bruna, Charlotte e Aine.

— Oi. — Aine disse e começamos a caminhar para fora do aeroporto.

— Bom, como foi o ensaio com o Coutinho? — Charlotte perguntou e eu sorri forçado.

— Normal. — comentei e destranquei o carro abrindo a mala para que lá elas guardassem seus pertences.

— Eu sinto que você não está me contando alguma coisa. — a loira disse e eu assenti.

— Eu conto quando estivermos em casa. — declarei por fim e entramos no carro partindo para minha recente morada.

— 19:25

— Ele é maravilhoso. — Charlotte terminou seus elogios para com Gabriel e eu revirei os olhos.

— Vamos sempre ter que falar dos vossos namorados? — bufei e Bruna assentiu enquanto dava um gole na sua lata de Coca Cola.

— Sim, vamos sempre, até você namorar e querer falar também. — falou e dou um beijinho sob o ombro, ao menos tentou.

— Estúpida... — murmurei e me deitei no colo de Aine.

— Você disse que ia contar p'ra gente o que escondia. É a hora, vadia. — supôs e eu assenti buscando uma maneira para falar.

— Coutinho tecnicamente me pediu em namoro. — iniciei e elas me olharam entretidas sinalizando para que eu continuasse. — e eu tecnicamente recusei. Não me matem, tipo, eu não estava pronta para esse passo e ele me entendeu de forma errada. Ele supôs que estivesse dando um coice dolorido e eu estava mas não da forma que ele pensa, sacaram? — expliquei gesticulando as mãos e elas assentiram.

— 'Tá mas e depois? — Aine questionou enquanto pegava no copo de água.

— Tivemos uma briga feia no restaurante que seria o álibi para o pedido e eu saí sem dar a mínima para ele. Obviamente ele ficou bravo e me evitou de todas as formas óbvias mas antes da briga nós havíamos assinado o contrato para ensaio e nesse mesmo ensaio tiramos várias fotos semelhantes a de um casal mas quem vai nem imaginava que ele me evitou o tempo todo. — concluí a história.

— Eu declaro desistente de ser uma Megippe shipper, vocês só vivem de água e briga. — Charlotte birou enquanto deitava no tapete.

— Meu Deus... — Bruna disse passando as mãos pelo rosto como mania de sempre quando estava brava.

— Vamos... tentar não falar disso, 'tá legal? — pedi.

— Tanto faz, eu não shippo mais mesmo. — Bruna disse dando de ombros e pegando no controle escolhendo uma série.

— Que relação complicada. — Aine falou depois d'um tempo. 

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