Capítulo 4 - Uma Surpresa de Alexandre [Revisado]

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Meu dote foi estipulado pelo meu irmão e consistia em, doze baús de ouro e pedras preciosas, tapetes, tecidos, incenso, animais como: elefantes, tigres e pavões e as terras de Amun. Segundo meu irmão ele queria que eu ficasse, seguro, já que tudo que eu levar no dote é meu.

Uma semana depois de tudo pronto, eu embarquei junto como meu irmão e Nazira para cumprir o que me foi determinado.

Como Nazira disse "maktub, já estava escrito".

Via ao longe os portais de Siracusa, visão essa que eu temia ser a ultima vez que veria.

Depois de duas semanas de viagem chegamos a Alexandria, capital do império de Alexandre, quando eu vi a cidade fiquei abismado tudo era grandioso, o enorme farol de Alexandria podia ser visto a quilômetros de distancia da costa, duas esfinges gigantescas guardavam a entrada do cais, a cidade reluzia com sua cor que lembrava ouro, pelas pedras usadas na construção, nada se parecia com Siracusa, apesar de ser igualmente grandiosa, Siracusa na minha opinião ainda era mais bonita, com seus palácios e prédios em mármore e granito branco.

Quando atracamos no porto de Alexandria, estava amanhecendo e uma multidão logo começou a se aglomerar no cais, a final doze navios chamavam a atenção.

Logo chegou o vizir de Alexandre, para dar as boas vindas a minha comitiva em nome do imperador. Meu irmão fez questão que eu também recebesse o vizir junto com ele (como manda a tradição de Siracusa, tanto príncipes e princesas da casa real, não mostram o rosto em publico, então eu que já não queria estar ali fiquei atrás de uma cortina  de seda bem fina, que não mostrava o rosto e fui receber o vizir junto como meu irmão).

Quando ele entrou se dirigiu ao meu irmão primeiramente, eu fiquei atrás da cortina (eu o via , mas ele não conseguia me ver claramente), a mim ele só deu as boas vidas em nome do imperador e do povo. Ao meu irmão ele falou dos preparativos da minha chegada, que como chegamos um dia antes do previsto não estavam prontos, então ele pediu que nós aguardássemos mais um dia para fazer minha entrada em Alexandria, o que foi aceito pelo meu irmão. Junto com o vizir havia um rapaz com o rosto coberto, que eu julgava ser o seu criado com uma bandeja nas mãos, ele ficava tentando me ver, o que era impossível, atrás da cortina e do véu, mas não dei muita atenção eu estava preocupado como o fato que estava preste a me casar com um estranho, que só vi uma vez na vida, e nem lembrava como era.

Quando o vizir estava prestes a sair, ele falou que tinha um presente enviado pelo imperador para seu noivo e mandou o rapaz levar a bandeja, então as criadas abriram a cortina e ele se aproximou de mim, ai eu reparei que os seus olhos eram verdes e misteriosos, se curvou e falou:

Rapaz: Em nome se sua majestade, é com grande satisfação que eu lhe entrego esse presente.

Quando ele tirou o pano que cobria a bandeja, eu fiquei sem palavras com o que vi, um colar de seis voltas de imensos diamantes, com um medalhão em ouro, safiras azuis e rubis no meio, eu confesso que adorei , mas não queria dar o braço a torcer apenas falei para o rapaz:

Chadin: Diga ao seu senhor que eu agradeço e aceito o presente que me enviou, obrigado.

Então o rapaz e o vizir se retiraram, mas o olhar do rapaz para mim ainda estava me intrigando.

Quando saíram olhei pela janela e vi que elas conversavam sobre alguma coisa.

[A conversa do rapaz e o vizir.]

Rapaz: Eféso será que ele gostou do presente?

Eféso: Acho que sim meu amigo.

Rapaz: É! Mas não parecia, você viu o modo que ele me agradeceu?

Eféso: Não deve ter sido por mal, afinal não deve estar sendo fácil para ele se casar com um estranho. E esse estranho sendo um imperador, não e mesmo "Alexandre".

O rapaz era o próprio Alexandre disfarçado de criado.

Alexandre: Eféro fala baixo, ninguém pode saber, e eu entendo o lado dele .

Éfeso: Que bom! É bom que o entenda mesmo, por que não será fácil ele cair nos encantos de sua majestade!

Alexandre: Eu sei, mas estou preparado para conseguir isso, sabe meu amigo vou fazer uma confissão, eu nunca senti o que sinto por ele por outra pessoa, embora só o tenha visto algumas vezes.

Éfeso: Então quer dizer que o grande Alexandre, caiu de amores por um príncipe?

Alexandre: Desde o momento em que eu o vi pela primeira vez, entrando no banquete, parecendo um anjo descendo dos céus, meu coração disparou e minha perna quase faltou.

Éfeso: É, isso tem nome e é muito perigoso!

Alexandre: O que é então?

Éfeso: É meu amigo! Sinto em lhe informar, mas é paixão! E das fortes ainda.

Ao ouvir isso Alexandre ri, e diz:

Alexandre: Deixe de graça.

Éfeso: Não é graça, é a verdade, não é?

Alexandre: Claro que é, só não conte para ninguém?

Éfeso: pode deixar pombinho. Ele ri.

Alexandre: Mais respeito comigo, sou seu imperador.

Éfeso: É! pode até ser, mas primeiro é meu amigo.

Alexandre: É mesmo, não sei o que seria de mim sem sua amizade.

Éfeso: Ainda seria o imperador, só que sem um bom conselheiro!

Alexandre: Ta bom convencido, vamos embora que temos muito a fazer.

[Bem voltando a Chadin.]

Mas o dia foi passando e os preparativos estavam sendo feitos, os animais estavam sendo desembarcados, pois eu iria entrar em Alexandria com um cortejo com dançarinos, guerreiros, magos, animais e em cima de um elefante. Nazira conseguiu me convencer a me vestir de acordo com a ocasião, pois eu estava pouco me importando com minha aparência, pra mim estava indo para minha execução, foi o que eu disse a ela, que não gostou muito e retrucou:

Nazira: Meu menino deixa de drama, e mesmo que fosse sua execução, você tem que ir dignamente com a cabeça erguida honrando seus antepassados e seu país.

Pois bem, escolhi uma roupa que consistia em calça, bata, e uma capa feita com fios de ouro, minha coroa de ouro que parecia um rabo de pavão aberto, meu pai me deu ela pouco antes de sua morte, e me falou que era pra ser usada em ocasiões muito importantes. Então fui me deitar para descansar para o outro dia.

Nazira me acorda quando o sol ainda não tinha saído, me falando que estava na hora de começar a me arrumar, primeiro me banhei com sais, depois me untar com óleos para perfumar o corpo, me vestiram com a roupa que escolhi, passei o cajal nos olhos que segundo a tradição a fasta o mau olhado e a inveja, coloquei a coroa, Nazira até se emocionou quando me viu pronto.

Quando sai para o convés do navio meu irmão veio até mim me abraçou de modo terno bem apertado, nós não falamos nada só choramos um no braço do outro, ele me pegou pela mão e nós descemos do navio, com os guardas erguendo as suas armas para me saudar, Badezir me conduziu até o elefante , eu subi nele e sentei em uma cela especial que tinha uma cadeira , as laterais e atrás fechadas até a altura da cadeira para eu não cair e com cortinas de seda laranja meia transparente. Então o condutor fez o elefante levantar e partimos para dar inicio ao cortejo que me levaria até o palácio.

Eu estava no fim no cortejo Badezir estava na frente, imponente em seu elefante, vestido de acordo com sua posição. Ouço os tambores e as trombetas a tocar, senti um aperto no meu coração como se não tivesse volta, Nazira que estava do meu lado pegou firme em minha mão, quando o animal começou a andar.

O IMPERADOR E EUOnde histórias criam vida. Descubra agora