Capítulo 19 - Galahad e Eu [Revisado]

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Talvez eu devesse contar algumas coisas de meu passado, um passado não muito distante.

Minha mãe era descendente da antiga linhagem real de Avalon, do povo das fadas, e era meia irmã de Viviane, mãe de Galahad.

Ela foi dada em casamento por Viviane, quando ela estava em viagem, nas terras bretã, e visitou Avalon.

Quando tinha 9 anos, recebemos a visita de Viviane, que veio me buscar para eu aprender os antigos ensinamentos em Avalon, eu e meu irmão, só que meu pai não deixou Badezir ir, Viviane aceitou isso e só eu fui mandado, e ela não permitiu que Nazira fosse junto, Nazira que tinha me criado desde bebê.

Lembro muito bem da viagem, durou quase um mês, a Bretanha era distante mas não inalcançável, chegamos a costa de Gales do sul, e viajamos por mais três dias, passando pelas charnecas descampadas, onde o vento frio era cortante, Viviane me mostrava tudo.

Chegando a Avalon, minha história com Galahad começa.

Fui mandado, para o lado da ilha onde estudam os druidas, já que eu era homem, não poderia ser uma sacerdotisa da deusa, recebi a roupa verde musgo dos iniciantes, logo conheci Galahad, dois anos mais velho que eu, era mais alto e tinha as mesmas feições de agora, um dos homens mais bonitos, que já vi.

De início, não nos dávamos bem, ele me chamava de Chadin das fadas, por ser pequeno como uma, e eu odiava esse apelido, mas o tempo foi passando e nasceu a amizade, fazíamos tudo juntos, brincávamos, comiamos, estudávamos as estrelas, e dessa amizade nasceu o amor.

Eu sentia uma coisa muito boa, quando estava com ele, mas não sabia o que era.

Uma noite, quando observávamos as estrelas do céu de verão, no alto do torne, ele se vira e simplesmente me beija, um beijo suave, meio desajeitado pela inexperiência.

Com o passar do tempo, os beijos inocentes, tornaram-se beijos de desejo, nossa primeira noite foi mágica, aconteceu tão naturalmente e não resisti.

Nós estávamos, em uma noite no pomar de maçã.

Galahad: Tenho uma coisa para você, tome.

Chadin: É lindo, esse broche.

Galahad: Veja atrás.

Chadin: "I fy bob amser yn caru eich Galahad", para meu amor, do sempre seu Galahad, sempre meu?.

Galahad: Hoje e sempre, escute isso.

E pegou sua arpa e começou a cantar:

"Ai, meu amor, você me faz bem

Por aceitar meu amor com cortesia.

Pois eu vos amo bem e longamente,

Deleitando-me em sua companhia.

Greensleeves tu és a minha alegria

Greensleeves tu és meu deleite,

Greensleeves tu es meu coração de ouro,

Quem mais, senão meu príncipe da cidade branca, senhor Greensleeves".

Minha mãe era a Lady de Greensleeves, um título de Avalon, com sua morte, eu me tornei o Lorde de Greensleeves, e ele me chamava assim, meu senhor de Greensleeves, meu príncipe da cidade branca.

Naquela noite, nos unimos ali mesmo, sobre a benção da deusa, de corpo e Alma.

Nós fizemos planos de ficar juntos para sempre, Galahad também era príncipe, seu pai era o rei do país do verão, ele dizia que ia construir o mais lindo dos castelos para nós, para reinarmos juntos.

Viviane, não aprovou nosso relacionamento, mais disse que não ia interferir.

No dia, que íamos selar nossa união para sempre Galahad some, sem deixar vestígios. Viviane por mais que não aprovasse nossa união, ficou um fera com ele, mas não adiantava, depois soubemos que, ele chamou a barca na noite anterior e deixou Avalon.

Alguns meses depois, também parti, fui passar uns tempos na corte de Igreine, minha outra tia, irmã de minha mãe, que ficava em Tintagel na distante e fria Cornoalha, depois voltei para corte de meu pai, onde uns meses depois conheci Alexandre.

Quando percebi que estava começando a ama-lo, eu lutei contra o sentimento, por medo é por ainda amar Galahad.

Agora eu estava ali, com meu marido que amo muito, e a minha frente meu amor do passado que aparentemente tinha deixado de amar.

O IMPERADOR E EUOnde histórias criam vida. Descubra agora