Eu estava no fim no cortejo Badezir estava na frente, imponente em seu elefante, vestido de acordo com sua posição. Ouço os tambores e as trombetas a tocar, senti um aperto no meu coração como se não tivesse volta, Nazira que estava do meu lado pegou firme em minha mão, quando o animal começou a andar.
Nesse momento percebi que não tinha mais volta, a cidade era muito bonita e o povo muito receptivo e caloroso, jogando pétalas de flores brancas conforme o cortejo ia passando, a mais ou menos a uns dois quilômetros do cais ficava o palácio de Alexandre, era imenso acho que maior que o que eu vivia em Siracusa, feito em granito branco reluzia sobre o sol, quando eu atravessei o imenso portão de bronze eu vi toda aquela multidão a minha espera lançando olhares curiosos sobre mim, encontravam-se a direta de Alexandre, meu irmão e o vizir ao fundo os conselheiros e membros da alta nobreza, a direta sua família, a mãe, a primeira esposa, as irmãs, tios e primos.
Quanto o elefante parou as trombetas começaram a tocar, e o vizir anunciou.
Vizir: Eu apresento a vossa majestade e ao povo, SAR, Chadin Jaluahadin Eli, príncipe de Siracusa, filho de Jahabal,filho de Jeb , Filho de Djedefré da casa de Calemir-Capur.
Então quando eu desci do elefante, todos os olhares se voltarão pra mim quando Nazira tirou meu véu , enquanto eu subia as escadarias notei o olhar de Alexandre, o mesmo olhar do rapaz no navio só que pasmo, paralisado. Ele foi ao meu encontro no meio da escadaria, e disse:
Alexandre: Minhas boas vindas a vossa alteza, e se me permiti dizer, esta mas radiante que o sol essa manhã.
Eu nunca fui de reparar em homens mas me peguei reparando nele, com seus cabelos cacheados da cor do sol, ele era alto forte, com sua pele levemente bronzeada pelo sol do mediterrâneo, seus olhos verdes seu rosto calmo e sereno.
Eu fiquei quase sem palavras, por fim respondi:
Chadin: Muito obrigado majestade.
Alexandre: Pode me chamar de Alexandre, em breve estaremos casados.
Chadin: Como desejar majes..., Alexandre.
Ele esboçou um sorriso, mas de repente seu semblante ficou sério e ele perguntou:
Alexandre: E o colar que eu te dei, por que não esta usando? não gostou?
Chadin: Claro que gostei meu senhor, mas é que eu não achei apropriado usa-lo hoje, já que a minha roupa já é um pouco chamativa.
Alexandre: Que bom que gostou, agora quero que conheça algumas pessoas, me acompanhe.
Então eu o acompanhei até o alto da escada onde sua mãe e sua esposa aguardavam.
Alexandre: Chadin essa é minha mãe Europa e minha esposa Perséfone.
Chadin: Majestades, é uma honra conhece-las.
Europa: Chadin seja bem vindo, você enche nossa casa de alegria com sua presença.
Chadin: Obrigado majestade!
Perséfone: Seja bem vindo a Alexandria, Chadin.
Notei que ela falou isso com certo desprezo por mim, coisa que nem dei muita atenção, depois fui levado por Alexandre junto com meu irmão e o vizir para meus aposentos, Nazira já me esperava, e a única coisa que eu consegui fazer foi deitar em seu colo e chorar. Nazira me dizia:
Nazira: Calma criança não se desespere tenha esperança.
Chadin: Esperança de que, o único jeito é casar com ele.
Nazira: Pois bem, então vamos fazer de você o noivo mais bonito que esse império já viu.
Enquanto eu me arrumava para o casamento que seria na mesma tarde, Alexandre e o Vizir, conversavam.
Alexandre: Então Éfero, o que achou?
Éfeso: Do que? Da sua cara de bobo ou da cara dele de assustado?
Alexandre: Deixa de graça, dele é claro.
Éfeso: Bem não a como negar que é um rapaz bem apanhando!
Alexandre: Bem apanhado, parece um anjo de tão bonito.
Éfeso: Tá certo não vou discutir com você, mas o que pretende depois do casamento?
Alexandre: Pretendo conquista-lo aos poucos, fazer ele me amar assim como eu amo ele!
Éfeso: A então você ama ele?
Alexandre: Claro! caso contrario por que me casaria.
Éfeso: Ah, não sei, desejo apenas.
Alexandre: Muito me admira depois de todos esses anos de amizade, você achar que me casaria apenas por desejo!
Éfeso: Não leve a mal Alexandre, mas eu não estava seguro que era por outro motivo, até ver como você o olha.
Alexandre: E como eu o olho?
Éfeso: Com amor, paixão, seus olhos brilham quando você o vê.
Alexandre: Deu tanto na cara assim?
Éfeso: Se deu, quem não gostou disso foi Perséfone.
Alexandre: Eu não me importo se ela gostou ou não, quem vai casar com ele sou eu, e não ela, ela que aceite isso.
Ao contrário de mim Alexandre, casou com Perséfone por obrigação e não por amor, embora ele a respeitasse como esposa não a ama.
Bem lá estava eu me preparando para o casamento, me banhando e perfumando, meu traje era uma túnica branca e uma capa de seda bordada a ouro e com perolas, sapatos dourados, o colar que Alexandre me deu, e uma tiara que meu irmão me deu cheia de estrelas de ouro.
Por fim estava pronto para selar meu destino, meu irmão veio me buscar em meus aposentos, e disse:
Badezir: Chadin me perdoe, eu não queria que fosse assim, me perdoe.
Chadin: Claro que perdôo meu irmão, não se sinta culpado, afinal eu estou fazendo isso para o bem de nosso povo e para o seu bem.
Badezir: Você é o melhor irmão que se pode ter, lembre-se nunca estará sozinho eu sempre estarei como você.
Chadin: Eu sei, e eu com você.
Então nos abraçamos num abraço terno e demorado. E seguimos para o pátio do palácio onde o casamento se realizaria.
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O IMPERADOR E EU
RomanceChadin é o segundo príncipe na linhagem de sucessão ai trono de Siracusa. Com a morte de seu pai, por uma doença, o garoto descobre que deve se casar com um desconhecido para manter o seu reino protegido de possíveis ataques de seus vizinhos. O jove...