– senhorita Torres. Senhorita Torres. Chegamos._ tiro o meu tapa olho e meus fones de ouvido. Olho para a janela do carro e vejo... mato.
Alicia: muito engraçado, agora vamos para a casa do meu pai._ falei num tom sério para o motorista. Isso só pode ser brincadeira, meu pai não mora no meio do mato, ele mora em Canca, uma cidadezinha no interior de São Paulo.
Coloquei o meu tapa olho e meus fones novamente. E me permiti a aconchegar.
- Senhorita Torres... esse e o endereço que a senhora Torres me entregou._ falou com suavidade, bufei.
Alicia: impossível! Meu pai mora em Canca, não aqui!
- Mais senhorita, aqui é Canca._ falou olhando para uma plaquinha que estava presa no cercado da propriedade.
Bufei.
Estava prestes a mandar uma mensagem para meu pai pedindo satisfação, quando uma caminhonete parou ao lado do Táxi que mamãe me colocou. E da caminhonete preta saiu um homem de 1,90 de altura, corte de cabelo militar, musculoso e vestido de calça jeans, uma camiseta branca e uma camisa xadrez. Que eu logo reconheci.
O homem logo se aproximou do vidro, o mesmo estava com uma expressão séria no rosto.
- Posso ajudar?
-Pode... pode me dizer se aqui é a residência do Alvez?
Sai do carro, pisando na terra, e deu um leve sorriso para o homem-armário a minha frente. Ele me olhou dos pés à cabeça.
João: está parecendo uma filhinha de papai.
Alicia: e você está parecendo uma fazendeiro._ rebati a ofensa.
João: igualzinha a diaba._ falou se referindo a minha mãe.
Meus pais são divorciados desde de que eu me conheço, e digamos que não são lá muito amigos. Depois do divórcio fui morar com mamãe em Nova York, e papai ficou no Brasil como um bom soldado que foi. E agora que é aposentado, queria um tempo comigo.
Alicia: mais não fui eu que dormi com a diaba.
João: respeito é bom e faz bem._ o olhei dos pés à cabeça, não mudou muita coisa desde de que eu o vi pela última vez, que no foi numa vídeo chamada de dois minutos me desejando feliz aniversário. _ Motorista pode abrir o porta malas, esse é mesmo o destino dessa princesinha._ falou e o motorista abriu o porta malas.
Revelando assim, o lugar totalmente cheio de malas.
João: não esqueceu de nada?
Alicia: me desculpe se eu não sabia o que trazer, então resolvi trazer de tudo um pouco. E isso não não é nem metade do meu quadra roupa._ falei enquanto o via pegar as malas junto com o motorista.
João: Luca!_ Gritou para um garoto que estava na caminhonete, que por acaso, eu nem ao menos tinha reparado que estava aí._ Entra com a caminhonete._ falou jogando a chave do carro para o menino moreno.
[...]
João: quanto tempo vai ficar aqui?_ perguntou cortando morangos na bancada da ilha da cozinha dele. A casa era até que grande, três quartos, uma suíte, três banheiros, dois andares, uma cozinha, e um escritório.
Alicia: já está querendo se livrar de mim?_ perguntei sentando-me na caveira da bancada.
João: então a diaba não sabe quanto tempo vai levar para limpar a sua imagem._ falou prestando atenção no morango.
O garoto da caminhonete entrou carregando dois sacos de laranja na cozinha.
- Aonde eu posso por Alvez?_ perguntou.
João: pode deixar aqui._ falou e o garoto deixou na pia da cozinha._ Luca, essa é a Alicia. Alicia esse é Luca.
Luca: a filha da diaba?_ perguntou como se eu não estivesse aqui. O que me incomodou.
João: a própria._ os dois me olharam ao mesmo tempo, como se eu fosse uma figurinha incomum de baseball.
Luca: parecidas?
João: cópias.
Alicia: parem de falar de mim como se eu não estivesse aqui!
João: até no humor..._ falou olhando para nada específico. Como se tivesse falando mais para si mesmo do que para Luca._ Querem suco de laranja?
Luca: sim._ falou se afastando da pia._ Vou tomar um banho, depois vamos na cidade?
João: sim, tenho que comprar algumas coisas._ falou de costas.
Alicia: isso me inclui?_ perguntei já que eles estavam falando como se eu nem ao menos estivesse aqui.
João: sim. Vou no mercado da cidade, vai querer comprar alguma coisa?
Alicia: sim._ falei ao lembrar das milhares de comidas que eu precisa comprar.
João: ok.
Alicia: ahm... João?_ eu já estava subindo para me trocar, quando uma certa curiosidade apareceu.
João: sim.
Alicia: para que tanta laranja?
João: laranja é a única coisa que eu sei que você gosta._ falou se virando para mim enxugando as mãos no pano de prato._ Ou você parou de gostar de laranja?
Alicia: amo laranja. E isso nunca vai mudar, João. Vou me trocar.
João: tá, só não demora._ Acenei com a cabeça em confirmação._ Alicia,_ me chamou e eu me virei._ seja bem vinda a Canca.
Alicia: obrigada.
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A vida de uma garota da cidade fora de serie
Teen FictionLuca: quando vai se tocar que aqui não é Nova York, Alicia? Alicia: e você acha que eu penso que esse fim de mundo é Nova York? Luca: deveria pensare duas vezes, quando for chamar a cidade que te acolheu de braços abertos, de fim do mundo, princesi...