João: ALICIA SE VOCÊ NÃO DESCER EM MINUTO EU VOU TE DEIXAR AQUI SOZINHA!_ gritou, enquanto eu já descia as escadas.
Os quartos ficavam no andar superior.
Alicia: precisava realmente gritar?_ perguntei calma.
João: você demorou mais de uma hora só para por essa roupa?_ me olhei, eu estava linda com essa roupinha.
Essa era uma das minhas roupas mais básicas que eu trouxe.
João: aonde está o restante da sua roupa?
Alicia: muito engraçado, pronto. Eu já to pronta, então, vamos._ falei com o meu celular na mão.
João revirou os olhos e foi. Pude ver pelo canto do olho o tal Luca sorrir de canto.
João foi no banco do motorista, Luca no do passageiro e eu atrás.
João: Alicia, eu vou ter que resolver um problema, Luca vai te mostrando a cidade e vai te apresentar a algumas pessoas._ falou tudo olhando pelo retrovisor para ver a minha reação.
Alicia: tudo bem por mim.
E o silêncio tomou conta do lugar, deixamos João numa lojinha e Luca tomou o volante eu para o seu antigo lugar. Liguei o rádio para não ficar um silêncio chato, o que não adiantou em nada porque o guri fez questão de desligar logo em seguida.
Alicia: você mora aonde?_ perguntei só para puxar assunto.
Luca: eu moro junto com o Alvez._ Opa, então esse delicinha vai morar na mesma casa que eu?
Alicia: e os seus pais? Não se importam com você morando com um homem/armário?_ perguntei, Luca travou o maxilar e não respondeu.
Luca: isso não te interessa._ falou rude. Pelo visto, toquei num assunto proibido.
Resolvi calar a boca, as mãos do Luca estão apertando o volante. E as veias do seu pescoço estavam em destaque.
Luca parou o carro e desceu, fiquei no carro esperando que ele se tocasse de que era para abrir a porta para mim.
Luca: ta esperando o que?_ perguntou, e eu olhei para a porta._ Vamos logo princesinha.
Bufei irritada, sai do carro, tendo eu mesma que abrir a minha porta. Luca trancou o carro, e então fomos para uma loja que parecia ser um mercadinho.
- Luca! Como é bom te ver garoto!_ disse o homem que estava atrás do balcão. Luca sorriu para ele, acho que é a primeira vez que eu o vejo sorrindo. Ele de fato deveria fazer isso mais vezes, nunca vi um sorriso tão lindo.
Luca: oi Rodrigo, é bom ver o senhor também._ o cumprimentou. Fiquei parada para não atrapalhar a conversa.
Rodrigo: e essa garota aí? Ela com certeza não é daqui._ falou me medindo dos pés à cabeça.
Luca: essa é a Alicia, filha da diaba do Alvez._ falou e logo o homem acenou com a cabeça.
Rodrigo: nossa, são iguais...
Alicia: pelo visto falar da pessoa como se ela não estivesse aqui é algo normal em Canca._ falei começando a olhar os produtos da prateleira.
Luca: e o mesmo humor._ e novamente o vendedor confirmou. Revirei os olhos.
Não sei porque todos desse lugar chamam minha mãe de diaba. Ela não é tão má assim.
Rodrigo: e como está o Alvez?
Luca: está, foi resolver um problema na lojinha da Rose._ fui olhando os produtos e escutando a conversa. Peguei uma barrinha de chocolate com pimenta, e fui no caixa. Luca olhou para a barrinha na minha mão.
Alicia: vou querer crédito._ falei pegando a minha carteira, porém, Luca foi mais rápido.
Luca: aqui não passa cartão, princesinha._ falou tirando uma nota de cinco da sua carteira._ Não quero o troco, e pode deixar que eu falo para o Alvez que você quer falar com ele.
E então saímos da lojinha. Já na rua, ele pegou a barrinha e me entregou.
Alicia: não precisa pagar para mim, eu não tenho só cartão..._ falei quebrando o chocolate e dando um pedaço a ele.
Luca: isso se chama educação princesinha. Não se tem lá de onde você veio, mas aqui, todo mundo é gentil com o outro._ falou olhando para as pessoas da rua.
Alicia: você nem sabe de onde eu vim. Então para de me tratar com uma mimadinha!_ ele deu risada, e parou na calçada, me fazendo parar também.
Luca: e como você quer que eu te trate? Você é minada, Alvez contou como você é.
Alicia: nem ele me conhece! Ele não viu eu me tornar como eu sou hoje.
Luca: e como você é? Por que, desde de que você chegou aqui, eu só te vi agindo como uma mimadinha de cidade grande._ falou. Eu já estava pronta para meter a mão na cara dele, quando um grupo de garotos com jaqueta de couro preta passaram pela gente.
Luca agarrou o meu pulso e me puxou para ele.
O garoto que estava com uma bandana preta amarrada ao braço direito trocou um olhar nada amigável com Luca, que devolveu o olhar. E depois o garoto olhou para mim dos pés à cabeça, fazendo sentir um frio na minha coluna.
Assim que todos passaram, Luca me arrastou até o carro, em silêncio.
Alicia: quem era aquele garoto? Aquele que você trocou fuzilamento e que estava com uma bandana._ perguntei, pois não aguentava mais a curiosidade.
Luca: Hector Alencar. Fica longe dele Alicia._ o tom de voz dele foi sombrio, o que me deixou levemente com medo. Foi a primeira vez em que Luca me chamou pelo nome.
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A vida de uma garota da cidade fora de serie
Novela JuvenilLuca: quando vai se tocar que aqui não é Nova York, Alicia? Alicia: e você acha que eu penso que esse fim de mundo é Nova York? Luca: deveria pensare duas vezes, quando for chamar a cidade que te acolheu de braços abertos, de fim do mundo, princesi...