Um leve inferno.
É isso que está acontecendo em menos de 48 horas que minha mãe está aqui em Canca.
João está pilhado.
Luca incomodado.
Rosa sem graça.
Bernardo com medo.
E eu preocupada.
É isso que acontece quando a Diaba de Nova York está por perto.
Nesse exato momento ela está fazendo telefonemas, parece que nem quando ela está brigando com o ex marido, e tentando levar a filha para de volta a Nova York, ela descansa. Não sei como ela não tem olheiras, porém eu sei que está cansada, e quando ela está cansada ela fica mais insuportável que já era antes.
Alicia: como você está?_ pergunto a João assim que entro em seu escritório.
João: estressado com a sua mãe. Mas tirando isso, ainda feliz por você estar aqui._ diz massageando um pouco as suas têmporas.
Alicia: também estou feliz em estar aqui..._ digo com o olhar meio vago, olhando para a sua janela, porém além dela.
Não queria ter que sair daqui, gosto desse lugar, me sinto à vontade. Me sinto segura. Me sinto em casa.
João: você não sabe o quão bom é ouvir isso._ diz meio emocionado, sorrio de lado meio sem jeito.
Eu e João nunca fomos muito próximos, afinal, não tivemos essa chance. Eu em Nova Yorke e ele aqui no Brasil. Quando eu era mais nova eu até o chamava de pai, porém com o passar do tempo, como mal nos falávamos, perdi o costume de chamá-lo dessa maneira.
Porém o carinho continua. Mesmo não parecendo.
João: bem... eu não sou o único que iria ficar muito feliz se você ficasse._ franzo o cenho._ Sei que você e o Luca estão juntos.
Abro a boca assustada, logo em seguida eu a fecho e a abro de novo. Não estou acreditando. Eu e ele tomamos muito cuidado para que ninguém descobrisse, para que Joao não descobrisse.
João: fico feliz por vocês dois, não tenho nada contra, só não quero ver a minha filha com quem não presta. E eu conheço Luca. Ele não é do tipo dos garotos do Nova York, Alicia.
Alicia: eu sei... Luca não é nada parecido com os caras que tem lá.
João: sei que ele gosta de você, e sei que o sentimento é recíproco. Mais você conhece a sua mãe..._ eu sabia exatamente aonde que ele queria chegar.
Alicia: conheço muito bem, bem o suficiente para saber que ela nunca aprovaria isso, e que assim que ela descobrisse ia fazer a maior confusão aqui._ digo com a voz cansada.
E eu de fato estou cansada, estou cansada de toda vez a minha mãe fazer confusão por algo que ela não aprova. Nem parece que a vida é minha...
João vem até mim e me abraça, e eu o abraço de volta. É reconfortante. Sinto-me bem aqui e eu quero quero ficar.
Ficar com Luca.
Ficar comendo comida caseira.
Ficar ajudando quando precisam.
Ficar com algo simples.
Ficar com o meu pai.
Ficar em Canca, no meu lar.
Sinto uma lágrima escorrer por minha bochecha, porém logo em seguida sorrio. Sorrio por finalmente sentir que estou onde eu deveria.
Desfaço o abraço e vejo João me olhando com o senho franzido sem entender nada.
Alicia: não quero ir para Nova York pai..._ foi então que eu vi pela primeira vez o meu pai chorar. Fico assustada.
João: ah minha filha..._ fala e me abraça ainda mais forte do que da outra vez.
Ficamos naquele abraço na paz por um tempo, até que nos afastamos e então tivemos que voltar ao mundo real. Decidi que ia falar com Luca, isso se eu o achasse. A essa hora ele sempre está trabalhando e eu nunca sei aonde ele está.
Vou para o lado de fora da casa e de longe eu o vejo carregando uma caixa com legumes e pondo na parte de trás da caminhonete.
Quando o vejo sorrio.
Eu gosto tanto desse menino...
Vou até ele andando, acho que se eu fosse correndo, chegaria lá sem nada a dizer. Mas acho que mesmo eu indo caminhando vou pensar em algo a dizer a ele.
Assim que ele me chegando perto ele para o que está fazendo é se encosta na caminhonete, barcos cruzados e olhando para mim sorrindo.
Não me contive, andei mais depressa e fui até ele, e o deixo surpreso quando lhe beijei. Porém ele me afasta com os olhos arregalados.
Luca: está louca? Alves...
Alice: ele já sabe... e eu... eu só queria.
Luca: espera? Alves já sabe? Está tudo bem? Você está bem? _ sorrio com ele todo preocupado.
Alice: está tudo bem, tirando o fato de que minha mãe quer me arrastará para os Estados Unidos... porém vou tentar falar com ela. Eu realmente quero ficar._ digo e seus olhos brilham.
Luca: tem certeza disso? Tipo... ficar em Canca? Aqui é muito diferente de Nova York.
Alice: acho que é por isso mesmo que eu quero ficar. Aqui é deferente. É calmo. Eu gosto de estar aqui, gosto das pessoas. Me sinto em casa aqui. _ digo olhando em seus olhos e parece que Luca está surpreso por eu estar falando isso.
Não tiro a sua razão afinal, quando cheguei aqui só queria voltar para casa.
Mas... a principal razão é que eu me sinto em casa aqui, e que aqui eu tenho alguém. Alguém que eu realmente gosto, e que gosta de mim.
Sorrio para ele.
Alice: só... quero pedir uma única coisa para você. E se você dizer não... eu vou continuar perguntando até você dizer sim. _ Luca começa a mexer no meu cabelo de um jeito fofo.
Luca: pode perguntar.
Alicia: Luca Gostoso Mantova_ ele da risada, e eu também._ aceita namorar comigo, uma simples garota mimada de Nova York?
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A vida de uma garota da cidade fora de serie
Teen FictionLuca: quando vai se tocar que aqui não é Nova York, Alicia? Alicia: e você acha que eu penso que esse fim de mundo é Nova York? Luca: deveria pensare duas vezes, quando for chamar a cidade que te acolheu de braços abertos, de fim do mundo, princesi...