Luca Mantova narrando:
Luca: ela ainda está no telefone?_ pergunto secando o meu cabelo na toalha.
Alves revira os olhos. Só me confirmando a minha pergunta.
Alves: do mesmo jeito que ela estava assim que você entrou no banho, ela continua do mesmo jeito._ fala irritado.
Se tem algo que irrita Alves é ver alguém perto dele viciado no celular. Essa é uma das razões pela qual eu mal uso o meu.
Luca: sabe pelo menos com quem ela está falando?_ pergunto meio curioso. Ainda não tive chance de ir perguntar.
Enquanto ela fica no celular, eu e a grande maioria da população de Canca, estamos ajudando com os destroços do abrigo. Com a Karina na nossa cola, até parece que ela está ajudando em alguma coisa.
Mais já foi mostrado que sua presença não é bem vinda. Um dos voluntários arrumou briga com ela, e foi parar em cana, só por algumas horas mesmo.
Alicia: eu estava falando com meus contatos,_ fala aparecendo na cozinha com o seu celular em mãos, franzo o cenho._ eu estava falando sério quando disse que eu ia pensar em algo. Com a ajuda de alguns contatos que eu tenho, e com a minha mesada, vai dar para construir um novo abrigo. _ fala me deixando muito surpreso.
"Essa garota ganha mesada?"
Alves: uau, Ali... não sei o que falar._ e ele realmente estava sem palavras._ uau.
Alicia: pode parando com essa cara de surpresa, sabe que quando eu quero alguma coisa, eu consigo._ diz com um sorriso de lado.
Luca: isso também se aplica com as pessoas?_ não pude me controlar.
Mesmo com a presença de Alves, eu tive que provocar. Desculpa, eu não consigo.
Alicia: depende se a pessoa vale realmente a pena._ fala e de alguma forma meu coração se apertou. Ela sabe como tocar na ferida.
Alves: vocês dois... eu perdi alguma coisa?_ pergunta sem entender a nossa provocação.
Mal sabe ele que eu estou muito afim da filha dele, e que a gente já ficou pelo menos duas vezes. Como seria de ele descobrisse? Não, pergunta melhor, quanto sairia a minha conta no hospital?
Luca: você não perdeu nada._ falei me afastando e passando por Alicia, que ainda estava na entrada da cozinha._ pena que eu não posso falar a mesma coisa que sobre mim._ digo essa ultima frase baixo, para que só a Alicia pudesse escutar.
E eu sei que ela me escutou, já que se arrepiou com a minha aproximação.
Vou para o meu quarto tentar descansar um pouco, afinal, já está bem tarde, e amanhã terei que acordar cedo. Bem cedo. Terei que ajudar lá na cidade.
Deito-me em minha cama de barriga para cima, olhando para o teto. Minha porta está fechada, numa tentativa - falha - de ter paz.
Falha eu me refiro, por que assim que se passa mais ou menos um minuto escuto a porta ser aberta, e alguém entrar fechando logo em seguida.
Alicia: qual o seu problema Luca?_ pergunta, e pelo seu tom de voz, sei que está irritada._ por que disse aquelas coisa na frente do João? Quer que ele saiba? Por que até onde eu sei, você queria segredo.
Levanto-me da minha cama, e avanço nela. A deixando encurralada contra a porta. Com a respiração muito ofegante.
Luca: sabe o que eu quero?_ eu perguntei com o meu corpo escoltado no dela. Alicia balança a cabeça negando._ eu quero a sua boca na minha. Meu corpo no teu. Simples. Eu quero você para mim.
Alicia: e por que você se afastou então?
Luca: por que eu não posso. Eu não posso ficar com a filha do cara que me acolheu, que me apoiou quando eu não tinha ninguém ao meu lado. Que me deu um lar._ afundo o meu rosto em seu pescoço, escondendo o meu rosto.
Solto os braços dela, e então Alicia começa a fazer carinho em meu couro cabeludo. Me dando conforto.
Alicia: você não está mais sozinho, e... não importa o que você faça. Você sempre vai ser parte da família do João._ falou baixinho, e então depositou um beijo em minha têmpora.
Nos afastamos e então Alicia me leva até a minha cama, e ficamos agarradinhos. A sensação é boa, nunca senti isso antes.
Ser acolhido pelos braços de Alicia me deixou calmo, me senti seguro, me senti... reconforto. E isso eu não sentia a muito é muito tempo. Desde de que minha mãe e meu pai morreram.
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A vida de uma garota da cidade fora de serie
Teen FictionLuca: quando vai se tocar que aqui não é Nova York, Alicia? Alicia: e você acha que eu penso que esse fim de mundo é Nova York? Luca: deveria pensare duas vezes, quando for chamar a cidade que te acolheu de braços abertos, de fim do mundo, princesi...