Capitulo4 : "I want the world in my hands"

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Sabe aquelas pessoas, que acordam cedo, para cuidar do jardim ou até mesmo praticar algum esporte? Então... João é esse tipo de pessoa.

Alicia: o que você faz com toda esses legumes e frutas?_ perguntei ponto repolho roxo na cesta que ele me entregou assim que eu acordei.

João: alguns permanecem aqui, na nossa comida ou na comida dos cavalos e cachorros. E a outra parte eu doo para a igreja, que distribui para os moradores da cidade mais necessitados._ explicou.

Alicia: entendi._ disse quase num murmuro enquanto colocava mais um repolho na cesta.

Luca: o que será que a diaba de Nova York diria ao ver a filha mexendo na terra? _ perguntou Luca assim que se aproximou de mim, olhei para cima vendo a figura de Luca contra o Sol forte.

Alicia: o que esta fazendo aqui?_ perguntei limpando a minha mão suja de terra no pano que eu recebi junto com a cesta.

Luca: Alves não disse que eu vou te levar na cidade ?_ perguntou.

João: nem vem colocar a culpa em mim, porque eu falei sim que você ia leva-la para a cidade._ falou enquanto eu me levantava, João estava bebendo um copo de limonada, ele estava pingando de suor._ E é melhor vocês irem logo, parece que vai chover._ disse analisando o céu.

Luca: vou sair daqui a exatos cinco minutos, vou estar esperando na sala. Melhor você se arrumar o princesinha._ fala, arregalo os olhos e saio correndo. Não sei se o que Luca falou é verdade ou não, porém eu não quero nem descobrir.

Corro igual uma louca atrás de promoção, tropeço algumas vezes na escada mas chego no meu quarto a tempo, tomo o banho mais rápido da minha vida inteira, e coloco uma roupa que eu normalmente usaria para ficar em casa. Prendo o meu cabelo num rabo de cavalo e desço as escadas pondo os meus sapatos.

E como a vida está de bom humor comigo, eu acabo caindo e rolo até o pé da escada

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E como a vida está de bom humor comigo, eu acabo caindo e rolo até o pé da escada. Gemo de dor.

João: você está bem Ali?_ pergunta preocupado comigo e me ajuda a me levantar. João me coloca sentada no sofá, Luca estava com um sorriso no rosto e com o meu outro sapato na mão.

Alicia: mais ou menos._ falo massageando o meu braço que bateu durante a queda. João tira a minha camisa, e vê o lindo ralado que ganhei.

João: Luca fique com Ali aqui, vou pegar a caixa de remédios._ fala saindo da sala.

Olho para o ralado, não era grande e nem está sangrando, mas para uma garota como eu, que nunca tinha se machucado é uma coisa fora do comum.

Mal percebo que Luca se agachou, apenas percebi quando ele puxou o meu pé descalço para ele.

Alicia: o que está fazendo?

Luca: pondo o seu tênis, ou você desistiu de sair por causa de uma queda?_ falou num tom zombeteiro.

Alicia: mais é claro que não!

Luca: então, acho que você precisa estar usando os dois sapatos não é mesmo?_ Não o respondo, me levanto assim que ele termina de dar o nó, e o puxo para fora da sala e com a minha camisa na mão dele.

Alicia: João estamos indo, não foi nada, e obrigada!_ grito e saio da casa já entrando na caminhonete. Ponho o sinto e vejo Luca rindo._ Vamos logo.

Luca: ok madame._ fala ligando o carro.

Ligo o rádio e está tocando uma música meio estranha. A batida é legal porem as letras um tanto que ofensiva, Luca fez questão de mudar de rádio, e estava tocando uma das minhas musicas favoritas. Sweater Weather - The Neaghbourhood.

Comecei a cantarolar uns pedacinhos durante o caminho. Luca permanecia em silêncio total.

Luca: por que você veio para cá?_ me surpreendo com a sua pergunta.

Alicia: minha mãe mandou eu vir para cá, para eu ficar um pouco com o João._ falei.

Luca: você veio para ficar mais tempo com o seu pai sendo que você nem ao menos o chama de pai.

Alicia: aonde você quer chegar nisso?_ pergunto desconfiada.

Luca: só acho estranho isso._ fala dando de ombros. O restante do caminho foi no mais puro silêncio.

A cidade para mim estava quase desértica, apenas algumas pessoas na rua, Luca estacionou o carro no meio fio na frente de uma lojinha, e então começamos a andar.

As lojas da cidade eram pequenas e com produtos até que interessantes, comprei algumas coisinhas como: chocolate, chá, sucos, uns quadros que irei usar como decoração, pisca-pisca.

Luca apenas observava tudo em silêncio.

Alicia: o que é aqui?_ perguntei apontando para uma lojinha preta a qual estávamos passando.

Luca: uma lojinha de bugigangas. Não sei ao certo, nunca fui aí._ fala vindo até mim._ vai querer entrar?

Alicia: sim, gosto de bugigangas._ falei entrando na loja, Luca veio logo atrás de mim.

A lojinha em si era bastante escura, pouca iluminação e com varias prateleiras de produtos variados. Acabo por me separar de Luca, já que eu me enfiei num dos corredores onde encontrei várias pulseiras, anéis artesanais; brinquedos antigos; alguns discos de vinil; dvd's de bandas antigas. Essas coisas que só encontramos nas lojas mais estranhas que se poderia achar.

– Posso ajudar em algo?_ pergunta uma moça loira, olhos verdes, magra e alta. Daria uma ótima modelo.

Luca: Princesinha!_ me chama logo parecendo atrás de mim, me viro para olhá-lo e o vejo paralisado. Seu olhar está preso na loira na minha frente.

Ambos se olhavam como se conhecessem a tempo, o que eu não duvido que seja o caso.

Alicia: se conhecem?_ perguntei numa tentativa de acabar com o clima tenso.

Os olhares fixos de ambos estava começando a me incomodar, me sentia numa intrusa no meio dos dois.

Luca: ahm, sim._ fala com o olhar ainda preso na menina loira._ Princesinha essa é a Patrícia. Patrícia essa é a filha do Alves._ nos apresenta, apenas acenamos com a cabeça uma para a outra._ Achou o que precisava?_ perguntou desta vez olhando para mim.

Apenas confirmei com a cabeça, Luca pegou as coisas que eu estava segurando e foi em direção ao caixa pagar, e a vendedora loira foi junto.

Me senti sobrando então sai da loja, o vento gélido bateu em mim assim que sai. Acolhi-me em meus braços, o vento bagunçava os meus cabelos de uma forma que sabia que depois seria complicado de retirar os nós formados.

Fiquei desse jeito até que Luca chegasse, o que não demorou muito.

A vida de uma garota da cidade fora de serieOnde histórias criam vida. Descubra agora